♡ Capítulo 02 ♡

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— Milena? Oi? — pisco várias vezes. Olho para Samuel um tanto… confusa. Havia entrado em meus devaneios de novo e nem o ouvi responder minha pergunta.

— Desculpa… estava pensando em algumas coisas.

Samuel estacionou o carro no posto de gasolina, enchendo o tanque. Ele disse que que já estávamos chegando. Eu não via a hora de tomar um banho e deitar numa cama quentinha, vestida do meu pijama rosa com bolinhas brancas. Mas, ao mesmo tempo, tinha receio de não me adaptar nessa nova vida com uma família estranha.

Samuel deve ter percebido meu desconforto, então ligou o som do carro e uma música começou a tocar. Não era nada barulhento, mas sim, calmo e tranquilo. Reconheci de longe... uma sinfonia de Bethooven.

— Que gosto diferente. Nunca pensei que encontraria outra pessoa que gostasse de Bethooven, como eu. No Brasil, as pessoas só curtem pagode, funk e samba. — comento.

Ele não responde. Continua concentrado na estrada, ele vira para a direita e observo a entrada do condomínio. Brilhante e luxuosa. A segurança era de primeiro porte.  Vários guardas espalhados por todos os cantos, trajados de terno preto e atentos a tudo. Entramos, sem ninguém no questionar.

— Pensei que iriam perguntar sobre mim. — falo, mais pra mim do que pra ele.

— A secretária do meu pai já deixou a papelada pronta e todos os funcionários já te conhecem. — me espanto. Tão rápido assim? — É só procedimento. — Samuel diz, suave.

— Okay.

Adentramos os portões e depois, andamos por várias ruas, sempre seguindo em frente, subindo até a última casa que mais parecia a Casa Branca do Estados Unidos. Não era tão grande, mas o terreno era maior que a minha, duas vezes mais. O portão se abriu sozinho, mas havia outros seguranças rondando a mansão. Samuel passou pela fonte no centro do pátio e estacionou ao lado da porta de entrada.

— Pronta? — ele me olha, como quem esperando eu dar o primeiro passo. — Minha família não morde. — rio da brincadeira e ele também. Vejo suas covinhas e a luz do luar ilumina seus olhos, são castanhos como os meus, mas profundos.

— Pronta. — afirmo. Ele saí, atravessa o carro pela frente e abre a porta pra mim. — Obrigado. — sorrio, ainda sem muita coragem para seguir em frente.

Samuel pede para que eu o siga. Ele abre a porta, sendo recebido por um mulher loira, baixa, com sorriso aberto. Os dentes eram mais brancos que a neve e ela rapidamente depositou seu olhar em mim, após abraçar o rapaz à minha frente.

— Milena! — exclama alegre. Como se fossemos grandes amigas. — Finalmente! Já estava preocupada. — ela choraminga, me abraçando forte.

Suplico para Samuel com o olhar. Ele percebe que estou perdendo o ar e coloca a mão no ombro da mulher que se afasta de mim.

— Mãe... você vai matar a Milena.

Sua mãe solta uma gargalhada gostosa, o que me faz querer rir também. Ela era animada, e me puxou pelo braço, entrando na casa. Viro minha cabeça para Samuel, pedindo socorro e ele sorri, como querendo dizer: “Você vai ficar bem!”.

O nome da senhora é  Jane e cá estamos nós duas, no quarto à qual me deram, com ela me perguntando coisas e eu tentando responde-las.

— Que saudade da Cecília! — ela diz, entristecida. — Faz anos que não nos vemos. — Jane olha para baixo, como querendo esquecer o passado, ou talvez, não queria chorar na minha frente.

Apesar de eu não achar legal, chorar na frente de um desconhecido.

— Dona Ja… — ela levanta da cama, sorrindo para mim, bate na saia, como se estivesse querendo tirar a sujeira que nem havia ali e caminha até a porta. — Descanse um pouco, Mia. Daqui a pouco o jantar será servido. — ela saí, sem deixar que agradeça.

Me vejo sozinha naquele enorme cômodo. A cama era enorme e macia. Amei a varanda com vista para a as árvores, além da mesa redonda de madeira com duas cadeiras e uma roseira pendura na parede. Dentro do quarto, também havia duas portas, uma closet e outra banheiro. Eu queria explorar o lugar, mas o cansaço bateu mais forte.

Tomei um delicioso banho na banheira, depois coloquei um vestido leve e um casaco fino por cima. A casa era totalmente aquecida, então eu nem sentia mais o frio que estava do lado de fora.

Orei por um tempo, agradecendo a Deus por tudo e ouço batidas na porta.

— Pode entrar!

Uma figura se revela, encostada na porta. Parece que estou olhando para a versão adolescente da Jane, mas sei que deve ser sua filha mais nova, já que a única informação que sei do tio Gabriel, é que ele possuem 3 filhos.

— Oi! — ela diz, seus cabelos loiros trançados de um lado. — Sou Demetria, prazer.

— Oi, sou Milena. Pode me chamar de Mia.

— Pode me chamar de Demi. — trocamos sorrisos. Ela não parece ser doida igual a mãe.  — Minha mãe pediu para chama-la peo jantar.

— Ah sim! Vamos, então. Não quero deixa-la esperando. — rapidamente, saímos do quarto e caminhamos pelo corredor longo, cheio de quadros e dos dois lados e portas com acesso ao dormitório da Família.

Demetria e eu diminuimos o passo, apenas para conversar melhor. Ela é bastante divertida e seu jeito fofo já me conquistou. Tudo parecia estar dando certo e saltava eu conhecer o filho do meio e dar um grande abraço no tio.

Quando estamos perto da escadaria. Eu gelo. Não sei o motivo. Mas… meu corpo trava no lugar e sinto lágrimas descerem do meus olhos. Ele passa rápido, como um fantasma, mesmo assim, meu consciente reage a sua aproximação.

— Rodrigo? — Demi o interrompe. Ele está de costas e ela ainda não notou a minha perturbação.

Ele vira, seus olhos encaram os meus, como se estivesse penetrando na minha alma, nos mais profundos segredos. Não me mexo, continuo estática, mas lembranças me vem a memória: uma declaração, seguida de uma rejeição misturada com humilhação. A perda de controle total. Um penhasco, o mar abaixo e um corpo se jogando dentro dele. O meu corpo. Depois, prestes acabar tudo… um pedido de perdão. Então, sou socorrida, mas entro em estado de inconsciência, focando assim por uma semana.

E então... me vejo acordando, com minha família desesperada, memórias apagadas e eu tentando entender o que havia acontecido, mas ninguém sabia explicar a verdade.

Mas eu não precisava dela mesmo, porque ele está aqui. Ele nem sabe que existo. Ele nem lembra de mim. E eu… tonta, queria me matar por causa dele . Perdi o controle e deixei que o Diabo tentasse contra minha própria vida. Mas… Jesus venceu por mim. Ele morreu por mim. E nada nem ninguém vai me separar dEle.

Eu não sei o que Deus tem pra mim… mas agora com tudo isso, eu sei que Ele está ao meu lado.

☆ Hey meninas! Não esqueçam de comentarem, preciso saber o que estão achando dessa nova versão. Okay? Beijokas e obrigado por estarem comigo. Deus abençoe à todos.

Toda Honra e Glória é dEle.

Só Pode Ser Brincadeira!? (Parado)Onde histórias criam vida. Descubra agora