Obsessivo desejo

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Akashi Seijuro – 5h56min – corredor do segundo andar da propriedade de Murasakibara.

Seria errado dizer que o amo? Não, definitivamente não. Posso recordar, facilmente, da época em que nos conhecemos no time de basquete da Teiko. Confesso, inicialmente fiquei um pouco irritado com sua altura, afinal, ele só tinha quinze anos e cento e oitenta e nove centímetros (189cm). Seu olhar violeta me sugava. Um jovem que, não importa de onde olhasse, estava emanando talento. Aquela foi a primeira vez que encarei alguém tão assustador.

Estava tudo ali, todo o talento, concentrado, mas ao mesmo tempo perfeitamente distribuído. Magnífico. O cabelo longo tinha seu destaque, afinal, é tão raro encontrar garotos com esse estilo, despojado, mas a meu ver, ele era algo como descuidado ou preguiçoso. Mesmo tendo um corpo bem definido não parecia o tipo regrado, muito pelo contrário, o gigante estava comendo um pacote de batatinhas fritas. Mesmo achando patético, aquilo foi interessante, era como se pouco importasse, aquilo não atrapalharia em nada, eu gostei! E não pude deixar de sorrir vendo aquilo. Sim, ele sempre foi assim, descuidado. No entanto, quando se trata de algo que o interessa, aquele olhar calmo e tedioso, a expressão vazia e engraçada são substituídas por um prodígio emanando poder e era essa a expressão que me excitava. Quando jogamos juntos pela primeira vez e aquele homem foi desafiado por outro pivô, Kyoshi Teppei, foi quando Murasakibara Atsushi mostrou seu poder e foi, também, naquele jogo que me apaixonei.

Um verdadeiro monstro. Um verdadeiro prodígio. Um verdadeiro pecado. Uma única ambição: torna-lo meu. Sim, nunca vou esquecer aquela sensação, sim, meu coração batendo forte, o desejo de fazer passes perfeitos e tirar o seu melhor, a sensação de abrir caminho para ele ou obriga-lo a abrir com sua força, jamais poderei esquecer o quão excitado aquele jogo me deixou. Era ele. Murasakibara Atsushi, o desejava. Foi a primeira vez que um rapaz bonito não me pareceu patético. Afinal, já tinha descoberto sobre minha sexualidade há muito, no entanto, ainda não havia conseguido encontrar algum homem que me fizesse sentir desejo.

Não demorou muito até que estivéssemos juntos e meu corpo pudesse ser corrompido por esse obsessivo desejo, aquele homem me mostrou o paraíso, sensação melhor que a de estar em seu colo e ser F.O.D.I.D.O por ele, definitivamente, não existe. Essa é a melhor. Depois da primeira vez, sexo com ele se tornou um vício e tornou-se, também, parte de nossa rotina, todos os dias. Não importava o quanto fizéssemos, meu desejo nunca diminuía, nunca deixei de deseja-lo, nunca. E é por isso que não consigo entender essa situação, eu não vou abrir mão de você, idiota!

— Não ferra comigo, Atsushi. — Disse baixo, sentindo meus olhos lacrimejarem. — Você, aliás, aquilo... o que aquilo fez com você?

— "Aquilo"? Espero que não esteja falando do Himuro. Caso esteja, permita-me relembrar seu nome. Himuro Tatsuya, 1°semestre em Literatura Clássica na Universidade Yosen. Não se esqueça. — Disse sem me encarar diretamente, essa foi uma das poucas vezes que o vi assim. Patético.

— Nee, Atsushi. Para ser sincero, estou surpreso. Não, mais que isso, diria que estou assustado. — Fiquei de joelhos encarando a marca que deixou em meus pulsos — Certamente, não posso deixar de reconhecer esse menino, Himuro Tatsuya, sim? É interessante como um rapaz tão simples possa ter lhe chamado a atenção, certamente, deve ter algo ali. Bom, talvez o fato de ser simples seja o que realmente lhe atraiu, não é mesmo? — Sorri o encarando. — No entanto, me desculpe, Atsushi, mesmo entendendo isso, realmente, me desculpe, mas não posso.

— ... — O maior me encarou um tanto quanto perdido.

— Mesmo sendo desprezado. — Levantei com um pouco de dificuldade, pois aquele golpe feriu mais meu orgulho que o corpo em si, ser rejeitado desse jeito me faz parecer um verdadeiro lixo rastejando e implorando por atenção, acho que é a primeira vez que me sinto dessa forma, patético. Vergonhoso. Humilhante. Ainda assim, mesmo que essa seja a única forma que consiga pensar nesse momento, não me importa, farei tudo que estiver ao meu alcance. — Mesmo que não me queira perto, desculpe, — O abracei mesmo não tendo o gesto retribuído pelo maior — não posso desistir de você assim. Afinal, você é meu único e obsessivo desejo. Não vou lhe entregar tão facilmente.

Meu tutor PervertidoOnde histórias criam vida. Descubra agora