Não posso, não hoje.

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O sinal da última aula tinha acabado de soar, vários estudantes saiam apressadamente querendo se ver longe daquelas salas, achando que encontrariam diversão fora delas. Hope como sempre esperara alguns minutos até o fluxo de pessoas diminuir e ela poder andar mais tranquilamente, sem ter de se preocupar em acabar de cara no chão em um tentativa desastrosa de não trombar com alguém.
Chegou em seu armário, abriu o pequeno cadeado e abriu a porta vendo um pequeno pedaço de papel cair sobre seus pés. Pegou do chão e assustou-se ao ler tal mensagem.
Sem esperar mais nenhum segundo foi atrás do autor elaborando uma desculpa esfarrapada em sua mente.

— Não posso, não hoje. — disse ao encontrá-lo sentado na mesma mesa de hoje cedo, sozinho.

— A senhorita queria respostas, quem sabe posso lhe dar algumas hoje. Mas para isso precisa aceitar... — olhava para a garota com divertimento, para ele era engraçado observar a maneira que ela agia.

— Já disse que hoje não posso.

— Por que?

— Tenho meus motivos Corey. — o sorriso do garoto aumentou ao ouvir suas palavras sendo usadas contra ele.

— É só uma festa...

— Uma festa em plena segunda-feira, eu tenho obrigações, diferente de você que não está nem aí para nada. — não importava o que a garota falasse, o sorriso não sumiria do rosto de Corey... ele queria irritá-la, quis fazer isso no momento em que ouviu o não sair de sua boca. Ele não estava acostumado a ser contrariado, e novamente era gratificante para ele perceber que era Hope quem estava fazendo-o sair de sua zona de conforto. Estava claro desde o começo que tudo aquilo não era para ele, nada se encaixava com o que estava acostumado, ou com o que gostava de fazer. Única coisa que não estava claro era que começaria a repensar se essa ideia da diretora era de todo mal.

— Eu prometo te trazer cedo para a casa. Vamos, não vai ser tão ruim.

— Aah vai sim. Não conheço ninguém que estará lá, prefiro ficar em casa...

— Viu... você não tem nada para fazer, irá ficar em casa sozinha. Por que não se diverte um pouco?

— Tenho total certeza de que será muito divertida essa sua festa. — a ironia era tão grande que Hope não conseguiu segurar a leva risada que sempre a assombrava quando estava ironizando algo.

— Pelo amor de Deus, nem foi para querer dizer algo. Me de uma chance...

— Eu já estou lhe dando diversas chances, por isso acredite que essa festa não é a minha praia. Não posso... hoje não.

— E pode ter uma próxima?

— Talvez, se você merecer...

Hope virou e começou a andar na direção do estacionamento, entrou em seu carro, ligou o rádio e dirigiu até sua casa. Não mentira quando disse que tinha coisas para fazer, deveria analisar o relatório de alguns pacientes do campus e escrever sobre o que estava acontecendo em relação ao Corey. Quando escrevia sentia como se as coisas finalmente se encaixassem e começassem a fazer sentido. Mas é claro que com ele as coisas seriam diferentes, sua mente pareceu ainda mais bagunçada no momento em que terminou, não conseguia nem se entender mais. E isso a obrigou a sair de casa para esclarecer as coisas.
Já se passava das nove da noite, pensou em ir a algum barzinho mas mudou de ideia ao perceber que deveria comer, não tomou café da manhã e comeu apenas uma maçã de almoço. Passará a tarde e o começo da noite enterrada em papéis e para fechar com chave de ouro sua cabeça começava a doer. O quão ruim poderia ter sido aquela festa?

Pegou seu celular, uma jaqueta e saiu. Entrou em seu carro e começou a dirigir na direção de seu restaurante favorito, parou no sinaleiro e deu uma olhada rápida no celular que tocava. Atendeu mesmo sabendo que não deveria atender enquanto dirigia, a voz de um homem fez Hope sentir um frio na barriga.

A little Hope [EM CONSTRUÇÃO]Where stories live. Discover now