Certeza? Talvez...

12 3 0
                                    

Suzi e Hope suspiravam derrotadas, o estado do Bad Boy era muito pior do que a bela jovem esperava encontrar, e as soluções para resolver os problemas estavam cada vez mais escassas.

— Se não resolvermos pelo menos três desses erros ele vai preso... — Diretora McBontriy estava com mais olheiras que o normal. Dava para perceber de longe a sua preocupação com o menino.

— Ele está envolvido com brigas, roubos, tráfico de drogas, e até em um possível homicídio... é sério que a polícia ainda não veio atrás dele?

— Não. Família rica, boa conduta diante dos pais...

— Por que um menino rico roubaria? Para irritar os pais e deixar a máscara de família perfeita cair? — perguntou Hope começando a ponderar mais hipóteses do que apenas se mostrar para os amigos.

— É o melhor pensamento que já tivemos até agora. — Suzi suspirou novamente, encostando-se em sua cadeira giratória.

— Certeza? — disse Hope incrédula com as poucas certezas que tinham no momento.

— Talvez...

A sala ficou em silêncio, enquanto as mentes das duas mulheres presentes na sala pareciam gritar com hipóteses ridículas que em nenhum momento deveriam ser expostas para o público.

— Não temos nem certeza que ele esta realmente envolvido com esses crimes. E se forem apenas rumores maldosos que chegaram aos seus ouvidos. Teríamos que ter provas. — Hope achou necessário falar sobre isso. — E não será em nenhuma sessão, seja comigo ou com você, que ele irá falar a verdade. Sabe como é egocêntrico, irá querer prolongar a atenção que está sendo dada a ele.

— Razel! Você irá se infiltrar na vida de Thomas, tem que ser você. São da mesma idade, procure se os rumores são verdade, e depois venha me contar.

— Delata-lo?

— Sim! Já participou de varias sessões com os outros alunos, fará a mesma coisa com ele. Só que em espaço aberto, e sem que ele perceba, é claro!

Para a diretora parecia ser a ideia mais esplêndida que já tivera em sua vida. Já para Hope era um erro, sabia que o garoto é esperto e que mais a enrolaria em suas respostas do que realmente contaria a verdade e ajudaria encontrar as verdadeiras respostas das quais elas precisavam.
A menina Razel não iria fingir ser amiga dele para debaixo dos panos tentar descobrir sobre a vida nebulosa do garoto. Ele queria que ela o ajudasse a não ter maiores problemas e para isso, o revoltado menino Thomas teria que contar todas suas malcriações para Hope. Só assim o bad boy poderia continuar a andar por aí com sua jaqueta de couro e seu cabelo castanho desarrumadamente arrumado.

E lá estava ele, esperando-a encostado no carro na moça com um cigarro entre os dedos da mão direita. Hope se aproximou como se não estivesse notado a presença do jovem rapaz que a aguardava para uma conversa que os dois sabiam que não seria nada boa.

— Então, me ajudou? — perguntou com um sorrisinho convencido que pendiam em seus lábios e chegavam até o brilho de seus olhos azuis.

— Não posso ajudá-lo até me contar tudo que está acontecendo. — disse sinceramente, cansada dele ter sido o protagonista de todas as conversas e pesquisas que fizera esta tarde.

— Não estás a achar que irei aceitar uma sessão com você para falar dos meus problemas? Ou está? — levou o cigarro até a boca soltando a fumaça entre risadas depois de ter tragado e levado a mesma até seus pulmões.

— Estou tentando ajudar. Se não quiser posso deixar você ter todas as consequências que merece por seus atos.

— Se sabe o que fiz por que quer que eu diga?

— O Lobo mau será sempre o errado da história se só a ouvirmos pelo lado da Chapeuzinho.

Thomas jogou o cigarro no asfalto, olhou para Hope e disse sem mais rodeios.

— Sexta-feira passo na sua casa lhe buscar.

Hope tentou perguntar o porquê e o que fariam, mas claro, ele não a deu ouvidos e simplesmente seguiu seu caminho, fazendo questão de não virar para trás nenhuma vez. Sabia que se arrependeria se olhasse para os olhos escuros da menina que tentava o ajudar.
Ele melhor que ninguém, sabia que não tinha salvação e que no final só a levaria junto para o fundo do mar. Tinha medo... medo de acabar com a vida de mais uma pessoa que o escolheria, que tentaria arrumar o desarrumado e que acabaria presa a ele em uma linha invisível de tristeza e arrependimento.

A única coisa que o garoto pensava enquanto voltava para a casa era que não aguentaria olhar para ela daqui uns anos e ver apenas desprezo. Ele não aguentaria sentir a força daquele olhar novamente, não quando tinha que encarar um igual a esse todos os dias.

A little Hope [EM CONSTRUÇÃO]Where stories live. Discover now