Maria flor

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Os dias passavam rápido, a noite se arrastava, eu a velava acordada até os primeiros raios de aurora brotar no horizonte. Não havia um instante  que eu não pensasse nele,sonhasse  com ele .
.-Está pensando no que florzinha?
A voz doce de laurinha chegou aos meus ouvidos, sorrio, havia esquecido que estava no seu quarto penteando o cabelo das suas bonecas .
-Nada não princesa.
É ela que me conforta, ela é um pedaço dele.
-Laura, Laura. ...........
Renata adentra o quarto ao me ver ela torce o nariz em desprezo.
-Laura sua avó está te chamando!!!
-Ah Renata, eu estou brincando com flor de boneca.
-venha já sua avó quer te ver agora.
Antes de ir laurinha me olha com um olhar triste.
-Depois nos vemos princesa !!!
-Sozinhas enfim !!!renata fala
-O que é que você quer?
-Te dar um aviso pirralha, fique bem longe de juliano, ele é só meu, está me entendendo?
-juliano não é um objeto
-se você se aproximar dele, eu prometo que te mato pirralha. Agora que eu tenho a  ajuda de Filomena logo, logo juliano irá comer nas minhas mãos.
-você não o ama isso é obsessão.
Ela sorri, e com passos  preciso abandona o quarto.Passo a tarde no meu quarto, me pego pensando em como queria que tudo voltasse a ser como antes . Meu estômago ronca, a horas que não como nada, desço as escadas lentamente e quando estou no último degrau ouço a voz elevada de  juliano .
-olha aqui Filomena ,ela é minha filha ,minha ,você não vai tirar ela de mim.
-Se você ama tanto a sua filha manda essa órfã embora de uma vez, .
-Eu não posso fazer isso,  sofia deixou a guarda dela comigo ,ela não tem ninguém.
- Que desculpas esfarrapada juliano, me polpe, homens são todos iguais mesmo ,não quer ficar sem  seu brinquedinho novo né?
Não consigo escutar mais, subo as escadas correndo,me jogo na minha cama e logo as lágrimas banham meu rosto. Brinquedo "
Então era isso que eu era para ele.Pego uma bolsa coloco dentro as peças de roupas que usava no orfanato, e desço as escadas determinada a ir embora de vez, estou cansada de ser um fardo na vida das pessoas. Na sala estão reunidos , Filomena, laurinha, renata ao passar laurinha corre em minha direção e pergunta :
-Para onde você vai com essa bolsa?
-vou embora princesa, aqui ninguém me quer.
Laurinha se agarra nas minhas pernas.
-Não vai flor, por favor, você não pode me deixar. ...
-Deixa ela ir Laura. indaga Filomena
-Não ,fica por favor florzinha. ....
-O que está acontecendo  aqui?
A voz grossa de juliano ressoa na sala, laurinha corre até ele chorando.
-Papai por favor  não deixe a florzinha ir  embora.
Juliano me encara, seus olhos negros reluzindo .
-Que história é essa ,flor você não vai para lugar nenhum.
Dito isso ele se aproxima de mim. 
-o que deu em você?
--O que deu em mim? eu só percebi que aqui não é o meu lugar .
-sofia me encarregou de cuidar de você e é isso que vou fazer você querendo ou não.
Contra minha vontade uma após outra lágrimas caem dos meus olhos.
-chega de fingir juliano, você está louco para se livrar de mim, fui seu brinquedo que você usou e agora que enjoou quer jogar fora.
-Flor você. ......
Vejo tudo tremendo a minha frente então a escuridão total me invade.
Ouço vozes abafadas, ela já acordou ". ela vai ficar bem """.Abro os olhos lentamente,a luz ferindo minhas vistas, me sento na cama olhando a todos os lados  confusa.
-Está sentindo alguma coisa?
Aquela voz rouca chega aos meus ouvidos, me viro e vejo aquele par de olhos negros me fitando preocupado.
-Por que você não passou a faca na minha garganta assim estaria livre da responsabilidade.
Ele se aproximou sentando na ponta da cama.
--Todos nós estávamos muito preocupado com você flor ,não diga essa bobeira,o que você ouviu não é verdade, Filomena sempre fala asneiras nada que devêssemos  levar em consideração.
Os soluços irrompem um a um do meu peito, logo juliano me puxa para os  seus braços, encosto o rosto no seu peito e deixo as lágrimas molharem sua blusa.
-E. ....eu não quero continuar aqui te dando trabalho, deixa eu ir embora juliano, por favor, eu. ....
-E  eu sou louco de deixar ir embora a melhor coisa que aconteceu na minha vida?
-Você não gosta de mim.
-Realmente eu não gosto, eu te amo.
Não pude acreditar no que ouvia, juliano me amar, isso seria sorte demais para essa azarada aqui.
-Mesmo se isso fosse verdade não poderíamos  ficar juntos, laurinha. ......
-Laurinha é minha filha e aí de quem tentar tirar ela de mim.
-Mas você disse que eu era muito nova para você e que o povo iam falar.
Ele segurou o meu rosto entre suas mãos e me disse :
-hoje quando eu te vi com a bolsa nas costas o pânico me invadiu, me vi perdendo a melhor coisa que já me aconteceu, e quando você desmaiou foi como se tivesse enfiado uma faca no meu coração.  com isso eu percebi que não há importância o que dirão, o que realmente vale a pena é estar com a mulher da minha vida ou seja você.
Dito isso ele me beijou, foi como se o mundo houvesse parado naquele instante,só havia eu e ele, abracei ele o mais forte que podia, queria garantir que ele não escaparia de minhas mãos novamente. 
Uma tosse seca nos despertou ,nana estava a porta com uma bandeja com uma sopa quente.
-Me desculpem incomodar, vim trazer uma sopinha para a menina recuperar as forças.
Juliano vai ao seu encalce pega a bandeja de sua mão sorrindo.
-É por isso que te amo naninha, obrigado. indaga juliano
Ela sai do quarto sorrindo, juliano senta na cama e me entrega a tigela com a sopa .Eu comi com avidez, juliano me olha bravo.
-Que horas foi sua última refeição? indaga
-hoje eu ainda não comi nada.
-santo deus, foi por isso que desmaiou, fraqueza,nao faça isso nunca mais entendido?
Eu acaricio suavemente seu belo rosto ainda não acreditando que ele me ama.
-entendido amor
Amor""Era isso que ele era, meu primeiro e único amor

Amor Improvável Where stories live. Discover now