Novo lar

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Após tomar café dona  nana  mostrou  o quarto que eu ficaria, e ele era simplesmente divino ,todo branco com uma cama de solteiro ao meio, no lado esquerdo uma cômoda onde depositei minhas roupas, no lado direito uma penteadeira.  O banheiro pelo que soube é  no corredor próximo.  Deitei na cama que era tão macia que parecia ser feita de plumas.  Me vem a cabeça aqueles olhos negros  como a noite,aqueles cabelos pretos espessos que caem em ondas no seu ombro, a barba  cerrada que cobre seu rosto o deixando com uma aparência feroz ,seu corpo alto é ornado por incontáveis músculos, dos seus braços morenos despontam veias . Meu deus '!!!suspiro, esse é o homem mais lindo que já vi.  Pego uma muda de roupa e vou para o banheiro no final do corredor, ligo o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo, relaxando cada músculo tenso. Me seco e me visto no banheiro mesmo, volto ao meu quarto, penteio meus cabelos ,a costumeira duas tranças  ,calço uma botinha cano baixo para combinar com a regata e o short.
Pronta,eu fecho a porta e vou para o pátio. Estou aqui na pequena varanda olhando para  a extensão da fazenda, é tudo tão bonito, o aroma doce da manhã invadindo minhas narinas. Ao longe vejo homens capinando, outros plantando ,mulheres carregando cestos na cabeça, crianças com  a boca suja de manga, crianças descalças brincando em meio  milharal. Estranhamente eu me sinto em casa aqui. Ouço o barulho da moenda ,me aproximo timidamente ,dois homens estão moendo a cana, um deles mais velho e outro mais moço, pele morena, baixo e esguio  cabelo cortado rente a nuca.
-Oi. ...murmuro
O mais novo para o que está fazendo .
-olá, você deva ser Maria flor não. ?
-sou sim, mas como você sabe meu nome? .
- todos aqui estavam te esperando. a propósito sou Rafael.
-ahh sim. desculpe atrapalhar você trabalhar.
-Não atrapalha não. você aceita garapa de cana?
-É, bom?
-nunca tomou?
-Não que eu me  lembre
Ele sorriu mostrando uma fileira de dentes perfeito.
-você é engraçada.
Ele pegou um copo e encheu da garapa e me deu.
-Tem aqueles que prefere gelada eu prefiro morninha quando acaba de sair da moenda.
Eu tomei um gole, e era simplesmente maravilhoso, extremamente doce com um pequeno ranço no final. Quando dei por mim havia bebido o copo todo.
-parece que você gostou. mais?
-Não obrigada, satisfeita
Vejo Rafael  ficar tenso e voltar ao trabalho, não entendi de primeira mas então eu vejo que algo faz sombra sobre mim pois não sinto o sol, olho para cima e dou de cara com aqueles  olhos negros.
-Veio incomodar meus homens trabalhando?
Fiquei muda,aquela voz me paralisava.
-Ela não está atrapalhando não senhor. indaga Renato
-Eu te perguntei alguma coisa? indaga juliano
-já para casa Maria flor
Eu baixei a cabeça e marchei de volta para a varanda me sentei no banquinho de madeira e deixei o tempo passar.Me pego pensando que não devia ter deixado aquele homem mandar em mim daquele jeito, ,mas o pior é que eu estava na sua casa, morando de favor, isso exigia que eu fosse agradecida . Me sento a mesa, Manuel e Juliano já estão acomodados, eles estão falando da safra de feijão neste ano, a voz grave de juliano é ouvida nitidamente por toda a casa. Renata vem trazendo o ensopado de frango, e o arroz, dona nana logo atrás com a salada,suco de amêndoas . Renata está com um  vestido curto sem mangas e deixando evidente seus seios fartos, suas pernas roliças ,ela desfila pela sala  percebo que ela quer chamar atenção para si mas nem Manuel nem juliano parece notar, sorrio involuntariamente e recebo um mal olhar de renata. Almoçamos em silêncio, o único barulho é o dos garfos. Terminado nos dispensarmos cada um para um canto, eu me recortei numa cadeira de balanço, Juliano espichou numa rede pendurada numa goiabeira.
A tarde morna veio dar o ar de sua graça, eu tomei café sozinha, já que juliano nem Manuel havia chegado do campo.  A noite decaia suave, eu subi para o quarto tomei um banho quente, vesti minha calça de malha e uma blusa de alças.  Desci para a cozinha, dona nana cozinhava tranquilamente,assim que me viu  foi logo indagando :
-Quer alguma coisa? indaga
-não dona nana.Posso ajudar?
-Não se preocupe ,já estou terminando.
Saio da cozinha, me sento na varanda que está toda iluminada ,como o resto da fazenda. Os sapos  coaxam  ,os pássaros piam,  os grilos cantam,
como é linda a noite aqui  . Depois de jantar sozinha, deito no sofá assistindo um filme qualquer, tiro uma soneca, desperto com o barulho da porta sendo aberta. A sala está escura, então só vejo um vulto pelo tamanho suponho ser juliano. Ele vem cambaleando, acende a luz e ao me ver vejo surpresa em seu olhar.
-O que faz aqui a essa hora? já passa das meia-noite.
-Eu. ....eu  .....Estava sem sono.
-já para cama.
Desligo a TV e  me dirijo para o meu quarto, ao passar por ele vejo que da sua mão esquerda pinga sangue, paro no mesmo instante.
-senhor, sua mão. ...
Ele  me interrompe no meio da frase.
-É, eu sei está sangrando, uma  hora para.
-Mais pode contrai uma infecção, é perigoso, deixa eu cuidar para o senhor.
-não precisa, vai dormir
-Por favor senhor. ....
-te interessa tanto me ajudar?
-tenho uma dívida com o senhor,
-ok, OK, vou tomar banho primeiro.
Ele subiu as escadas, e eu fui para meu quarto, peguei o meu kit de primeiro socorro, e fiquei esperando juliano na sala. Alguns minutos depois sinto um cheiro amadeirado imensamente masculino levanto meu olhar e encontro um juliano limpo sem as botas cano alto,  e a calça jeans surrada, ele estar vestido uma calça de moletom,uma blusa de malha, seus cabelos revoltos estão unidos penteado para trás.
Ele senta na ponta do sofá.
-vamos logo com isso. indaga
Me aproximo timidamente com a  caixa de primeiro socorros, ele me estende sua grande mão, vejo um grande corte na sua palma.
-Meu deus, como estar fundo vai precisar de uns pontos.
-Pontos? você sabe fazer isso né. ?
- confie em mim
Eu limpei a ferida com álcool ouvindo os resmungos de juliano  ,logo comecei a dar pontos.
-Então como cortou a mão?
-fui puxar um arame farpado.
.-Nossa. ...
- Ja tive ferimentos maiores, uma vez estava amansando uma egua braba e ela me lançou contra a cerca do curral, por pouco eu não quebrava o pescoço.
Eu estava fascinada pelo homem. a minha frente, ele narrava suas aventuras com tanta paixão  ,havia terminado com sua mão, mas continuava com ela entre as minhas  prestando atenção ao que aquele homem falava.
-Terminou? Juliano indaga
-terminei .digo timidamente
Ele puxa sua mão e examina  com um sorriso de lado que eu achei simplesmente perfeito .
-E não é que pirralha leva jeito!!!!
Depois disso eu subi para o quarto, e me deitei.,logo a escuridão me invadiu.

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Amor Improvável Where stories live. Discover now