Maria flor

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como sempre fui a primeira a levantar, fui ao banheiro fiz minhas necessidades matinais, vesti o uniforme da escola e fui acordar as outras crianças. Belinha não ia para a escola conosco ela estudava no turno da tarde, então exceto ela todos estavam de pé se espreguiçando e esfregando a mão nos olhos. Minutos depois estávamos tomando café na pequena cozinha do orfanato. Antes mesmo de eu terminar meu primeiro gole de café larissa aparece esbravejando para irmos para a van.
Na primeira aula a professora matilde nos intimou a sentar em dupla teria trabalho surpresa. Como sempre ninguém quis sentar comigo, preferiram sentar em três ou até mesmo sozinho me mantendo excluida, não me importo, já me acostumei a isto, foram anos de exclusão, ainda bem que falta bem pouco para a minha formatura. Eu fiz o trabalho sozinha mesma e fui a primeira a entregar, com isto não escapei ilesa a olhares e palavras maldosas. No recreio eu levei meu livro favorito para o pátio, sentei num banco afastado e comecei a ler-lo..
-olha só quem está aqui?
Eu me levanto e me deparo com Louisa e bruna me olhando com escárnio. Eu abraço o livro e tento me afastar mas sou impedida por elas.
-Para onde a órfã pensa que vai?
-Me deixe ir Louisa. indaguei
-olha bruna, ela tá querendo ir.
Então ela arranca o livro de minhas mao.
-Por favor Louisa me devolva por favor. ....esse livro e. ....
Ela me deu as costas e marchou para o banheiro eu a seguir.
-você quer o livro?
-por favor Louisa.
-Então vá pegar
Dito isso ela soltou o livro no vaso e deu descarga, eu corri até lá mas o livro havia desaparecido. Minhas pernas fraquejaram e eu me deixei cair sentada no chão frio do banheiro com o rosto banhado em lágrimas. Logo sinto um puxão no meu cabelo e a voz irritada de Louisa em meu ouvido.
-Ninguém te ama, ninguém te quer, você é um ser desprezível, se nem mesmo sua mãe te quiz, tem gente que sabe que não é querido e mesmo assim insiste em viver.
Dito e feito, Louisa e bruna saíram do banheiro e eu fiquei ali sentada no chão chorando. chorei até que não houvesse mais lágrimas ,me levantei lavei o rosto e fiquei por um momento analisando aquela criatura pálida refletida no espelho, seus cabelos louros estavam bagunçados, seus olhos vermelhos.Entao minha mão se levanta e se ouve o barulho de um tapa . devo dizer que gostei da sensação, então comecei a estapear meu rosto sem parar, e a repetir as palavras de Louisa.
-Ninguém te ama, ninguém te quer.
Quando me dei por satisfeita meu rosto estava com marcas de dedo e vermelho. Exceto a ardência no meu rosto eu percebi que a dor no meu peito havia aliviado.
Já no orfanato estavam todos reunidos a mesa para almoçar, eu não estava com fome então subi para o meu quarto e me deitei na cama em posição fetal.
-Florzinha, Florzinha
-Oi princesa
Ela subiu na cama e colocou a palma da mão na minha bochecha.
-você não estava chorando né.
-Não meu amor.
-TROUXE UMA MAÇÃ PARA VOCÊ.
-OBRIGADA PRINCESA.
EU abracei belinha e ficamos assim por muito tempo, eu me pego pensando em como eu vou suportar me separar dela.
-Florzinha, meu dente tá quase caindo.
-Que bom princesa
-vou ganhar doce da fada madrinha.?
-sim princesa,um saquinho cheio.
Ela sorriu mostrando a vaga entre seus dentes .Não pude conter o sorriso, parece que a cantina será invadida de novo.

Amor Improvável Where stories live. Discover now