Maria flor

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A cada dia mais sozinha eu me sentia aqui, Juliano desde aquela noite ele fica trabalhando até tarde, quase não o vejo e quando vejo nos limitamos a um simples Oi "". Hoje mesmo fiquei sabendo que ele foi para a capital e não tinha hora de chegar. Então me deito na rede com um livro qualquer em mãos. Lentamente o dia vai passando ,e já no final da tarde ouço o ronco do motor da saveiro. Me levanto da rede e vou para a varanda, vejo juliano descer do carro, ele está impecavelmente lindo numa calça branca e uma camisete verde cana, seu cabelo amarrado num coque, deixando a mostra sua mandíbula perfeita. Ele é tão lindo que quando o vejo algo dentro de mim agita, tenho vontade de que fosse eu a sua dona.,Dona de cada pedacinho seu,do seu amor, da sua vida,queria que ele fosse totalmente meu.
-Maria flor
Acordo do meu torpor e o vejo tão perto de mim que mal consigo respirar .
-sen......senhor. ......
Desvio meu olhar, e logo vejo a porta do carro se abrindo novamente e uma menina saindo por ela ,aproxima de nós agarra a mão de juliano.
-Papai quem é ela?
-Pai ?
Indago denotando o tom surpreso em minha voz.
-Essa é minha filha Laura, Laura essa é a maria flor, a mocinha que eu te falei que estava morando aqui.
Me pego olhando de juliano para a menina, a semelhança é incrível, os mesmos cabelo negros só que os delas descem escorrido até a cintura com uma pequena franja na testa,o mesmos nariz afiladinho , o que os diferencia é o tom de pele,Juliano tem uma pele bronzeada enquanto ela é branquinha.
Juliano foi pegar as malas no carro e ficou apenas eu e ela.
-Eu estava na casa de vovó.
-ahh sim, você se divertiu, ?
-Muitoo, fui num parque de diversões, andei na montanha russa, teve um menino que vomitou, e eu não vomitei sabia? -olha você é uma menina corajosa.
-Não queria atrapalhar o papo de vocês duas ,mas Maria flor você poderia me ajudar com as malas?
Eu peguei uma das malas e adentramos na casa, laurinha ficou tagarelando com dona nana e eu e Juliano subimos as escadas com as malas. Colocamos elas no canto do quarto de laurinha, e eu me distraio olhando o quarto, ele é todo cor de rosa, tem uma cama com a cabeceira em formato de coração, a cama está cheia de bichos de pelúcia, ao lado uma mesinha com umas trintas bonecas.
-gostou? indaga juliano
- Quando era criança este era o quarto dos meus sonhos.
Juliano colocou a mão em meus ombros num gesto protetor, mas aquela mão quente em minha pele fez com que meu coração pulsasse descontrolado em meu peito. Então num gesto rápido me desvencilhei de sua mão e me colei contra a parede.
-Que foi?
-n....n....nada.
A noite mansa e silenciosa dar as boas vindas ,como está frio eu opto por uma calça de moletom e uma blusa de lã. Todos estão reunidos no terreiro em volta de uma fogueira, eu me aproximo lentamente, juliano está sentado na ponta de um banco, laurinha ao seu lado ,e depois vem Manuel, suas filhas e a esposa dele. No outro banco os trabalhadores da fazenda, Rafael ao meu ver sinaliza que há um lugar vago, envergonhada me dirijo em sua direção, me sentando no espaço vago. Logo Manuel começa a contar histórias de sertão, da vida do boiadeiro apaixonado ,de um jeito humorado levando os expectadores a loucura. A lua acima de nós também parece estar sorrindo. Laurinha e as filhas de Manuel foram brincar, eu via umas se escondendo e outra contando detrás de um pé de pitanga.
- A noite está fria hoje né? indaga Rafael
-Está um pouco
-Ainda bem que o patrao resolveu  acender essa fogueira hoje! !
- Ele faz isso com frequência?
-Quase sempre, principalmente quando a filha está aqui.
-ahh, ela não vive aqui. ?
Rafael falou quase no meu ouvido.
-Na verdade ela fica mais na casa da avó na capital.
Percebo o olhar de juliano a todo instante em nós, então mudo de assunto o mais rápido possível. Um dos peões começou a cantar uma modinha de viola e o pessoal começou a dançar até mesmo laurinha e as amigas ficaram pulando rolando as saias do vestido.
-vamos dançar ?indaga Rafael
-é que eu não sei. ..
-É fácil te ensino vem. ...
Ele me puxou logo estávamos no meio do povo,eu não diria estar dançando, Rafael me rodopiava de lá para cá, logo me soltei e me entreguei a melodia da música.




















Amor Improvável Where stories live. Discover now