Namorado de Aluguel

Capítulo 8 - Interesses

ㅤ ㅤEu sou seu e exclusivamente seu. Por mais idiota que parecesse, aquelas palavras sempre a agradavam de um modo estranho. Gostava da ideia de ter um homem tão bonito como Copperfield a seu lado. E sabia que havia conseguido a atenção que queria na faculdade. Por mais que não se beijassem na frente dos outros (aliás, em momento nenhum), eles haviam mantido uma aproximação considerável. Will havia sugerido que começassem aos poucos, para não soar muito evidente a aproximação tão repentina deles. Quando falara isso, ela percebeu que ele mesmo parecia contrariado com aquilo e gostou do que aquilo poderia soar: de que ele queria beijá-la. Mas logo se deu conta do óbvio: claro que queria. Will não podia ter contato com nenhuma outra garota enquanto estivessem juntos. Não se beijarem implicava em ele ficar numa seca ainda pior do que poderia supor. Considerando a profissão do homem, Samantha duvidava que ele ficasse sem transar por mais de três dias. E que isso já era um fato na vida dele fazia muito tempo.

ㅤ ㅤWilliam mal tinha vinte e seis anos, ainda era novo, mas trabalhava naquela profissão fazia quanto tempo? Ele já fizera algo da sua vida além daquela profissão? Tinha dificuldades em pensar naquele homem fazendo algo além de sorrir, ser bonito e levar as garotas ao seu redor à loucura. Era engraçado pensar que ela o pagava apenas para vê-la com tão escassa frequência. Afinal, aquele homem era um garoto de programa e ela tinha certeza que ele estaria disposto a levar a relação deles bem mais a fundo. Mas Samantha não se sentia ainda confortável o suficiente para tentar. Copperfield não havia mais tentado insinuar maiores aproximações entre eles e ela era totalmente grata por isso. Ao mesmo tempo, lá no fundo, desejava tentar alguma coisa. Talvez estivera tanto tempo acostumada a uma relação forçada, onde Samuel tentava de tudo apenas para levá-la para a cama, que a ausência disso a fazia finalmente querer tentar isso. Era bem irônica essa situação, em realidade.

ㅤ ㅤE havia percebido que havia verdade no que Will havia dito sobre ela não se preocupar com ele tendo terminado com todas suas clientes. A faculdade era a prova viva. O garoto estava com ela, parecia dedicado em mostrar atenção a ela, mas mesmo assim havia notado diversos olhares de cobiça sobre ele. Eles haviam conseguido a atenção que queriam. Mas graças a William. Samuel era bonito, mas era quase uma exceção naquela faculdade. Poucos homens eram realmente atraentes. E duvidava que nem metade destes podia usar uma roupa relaxada e ficar ainda tão interessante. Então era claro que, mesmo que ele tivesse perdido todas as clientes, conseguiria novas em um estalar de dedos. Porque por mais que ele dissesse que normalmente suas clientes não eram confiantes, duvidava que alguém não quisesse de fato dormir com ele.

ㅤ ㅤMenos ela.

ㅤ ㅤSoltou um suspiro, percebendo que havia perdido um tempo significativo sozinha no estacionamento e decidiu subir para seu apartamento, almoçar e tentar focar seus pensamentos na faculdade, mesmo sabendo que demoraria para se concentrar plenamente nisso.

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ㅤ ㅤA reunião com sua orientadora ocorreu de forma semelhante às demais. Não havia muito a acrescentar. Faltava pouco para Samantha concluir seu trabalho e apresentar, de modo que o principal era os ajustes finais, e não acrescentar novas ideias. A mulher lamentou que não poderia ajudar a morena com um convite a mais, quando esta lhe cortou rapidamente, dizendo que não havia problema nenhum e até pediu desculpas por não ter avisado de que não era mais necessário.

ㅤ ㅤ- Seu amigo desistiu de ir? - Arqueou a sobrancelha, e Sam viu um leve olhar de tristeza na orientadora. Percebeu que ela havia entendido errado aquela situação.

ㅤ ㅤ- Oh, não. Ele conseguiu o convite por conta própria - tranquilizou ela. E era verdade. Dois dias depois da conversa deles sobre aquilo, a mulher o cobrou sobre aquilo na carona, o que ele respondeu rapidamente mostrando o pequeno envelope com o convite que tinha em mãos, logo em seguida o guardando, zombando que não confiava na capacidade dela de guardar algo tão importante (claramente debochando ainda mais na última palavra).