Capítulo 58

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A ideia do Túlio de se passar pelo Hector pode ser genial e perigoso ao mesmo tempo, não acredito que a Agatha deixe passar desapercebido.

Enquanto danço com o Túlio, voltando em uma linha do tempo de momentos bons e inesquecíveis da minha vida, eu sinto uma ânsia de vômito incontrolável. Seguro firme o ombro de Túlio e vomito em seu terno.

— A não Mônica! – ele diz enquanto tenta me fazer sentar.

— Desculpa, eu...eu– outra vontade vem e dessa vez eu vomito no chão.

— Você me deve um terno novinho, não esqueça. – Ele me entrega um lenço gentilmente.

Uma sensação estranha toma conta de mim.

— Eu quero ir pra casa, me leva pra casa Túlio.

— Sim, mas antes vamos no banheiro e você vai lavar o seu rosto. Venha, vamos!

Ele põe meus braços por cima dos seus ombros e me leva até o banheiro.  Ele entra sem se importar com os olhares das mulheres em cima dele, como se todas já soubessem que ele é parente do dono do restaurante.

Molho meu rosto com água gelada, retirando toda a maquiagem.

— Acha que deve ir ao hospital? – Túlio pergunta.

— Não, não acho necessário, eu devo ter bebido algo que me fez mal.

— Toma cuidado com isso, meus termos são caros Mônica!

Não importa a hora e nem o momento, Túlio sempre vai conseguir me tirar um sorriso ou uma risada, como neste exato momento.

— Eu já estou bem, acredite.

— Então vamos minha linda.

Ao sair do banheiro meu corpo paralisa quando eu vejo uma pessoa sentada em uma das mesas. Frio, arrepio e calafrios percorrem sobre mim, eu não consigo evitar as lágrimas e meu estado de choque é notório.

— O que foi Mônica? Vai vomitar novamente? – Túlio se põe na minha frente.

— Túlio, foi ele. – Aponto com os dedos trêmulos, para uma mesa bem escondida. – Ele era um dos torturadores.

— Você tem certeza Mônica?

— Sim, tenho, não tem como esquecer o rosto deles, acredite em mim.

Ele retira do bolso o celular e fotografa o homem.

— Volte ao banheiro, fique lá até eu voltar, entendeu?

— Não, eu não quero ficar sozinha, por favor Túlio.

— Vai ficar tudo bem, volte ao banheiro, confia em mim.

Volto ao banheiro e me tranco. Conto os minutos para que Túlio volte, qualquer barulho é motivo para que o meu medo aumente. Por que ele estaria aqui? Logo aqui, um lugar tão movimentado, principalmente pela família da Agatha. Dúvidas surgem, eu posso estar sendo vigiada, ou ele não teria a noção de que eu estaria aqui hoje, ou ele deve estar com alguém...Agatha talvez.

— Pode sair Mônica, está tudo bem.

A voz do Túlio trás calmaria, e corro para um abraço forte em seus braços.

— Pedi para que um garçom o chamasse na recepção, temos que sair daqui rápido.

Saímos do restaurante com toda a pressa. Entro no carro ofegante e assustada.

— O que acha que ele possa estar fazendo aqui? – pergunto.

— Eu não sei de fato, mas pedi ao garçom que ó observasse, eu retornarei aqui amanhã.

— Eu quero que isso tudo acabe Túlio, eu quero andar despreocupada. – Não consigo evitar o choro.

— Ei meu amor, vai ficar tudo bem, você já aguentou até aqui, nadou tanto, não pode morrer na areia, entendeu?

— Ela não pode ficar impune, nenhum deles, e as outras crianças precisam ser resgatadas, eu vou lutar por isso até o fim.

— Isso, e eu vou te ajudar.

...

Antes de chegar em casa, Túlio compra um remédio para o meu enjoou, o que me deixa com tanto sono, que a primeira coisa que faço ao chegar em casa, é cair em um sono pesado.

Procura-se uma babá (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora