Capítulo 101

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Está tudo caminhando como o planejado, o grupo cada vez mais descobre esconderijos novos, se não for por mim, é por outros envolvidos. Eu estou feliz por eles, feliz por ajudar, eles me rastreiam com frequência agora, e obtém informações em áudios, já que coloco aparelhos de escutas por cada casa que vamos, assim como nas reuniões que raramente sou levada, lá eles consegue as melhores informações, traduzem cada língua falada. Sinto que e já devo está no fim da gestação, meus pés estão um bolo, minha barriga esticou o máximo que deu na minha percepção, se eu olhasse por fora não diria que estou grávida de três, mas essa é uma certeza que ninguém me tira. Por mais que eu me sinta corajosa em ficar ajudando eles, agora talvez seja a hora de parar e me ajudar, quero ter meus filhos em paz, sem ser no meio de confusão, em bala cruzada. Analisando tudo que já passei, isso é o mínimo que eu mereço, não querendo ser egoísta.

Nunca imaginei que o Edgar tivesse uma filha, muito menos nessas circunstâncias, isso me faz questionar quem é a mãe? a corajosa que aceitou ficar com esse homem, se é que a coitada teve alguma opção. Clara tem algo além das questões citadas por Edgar, ela me causa um medo horripilante, tenho três meses convivendo com ela, três meses insuportáveis. Emily me disse que não gosta dela, que ela é maldosa, e que finge demais em várias situações, que o melhor que eu posso fazer é evita-la, mas como vou evitar alguém que mora comigo? Me tranco no quarto a maior parte do tempo, caso Emily não esteja presente, eu escuto ela bater na minha porta sempre as meia noite e quinze, nunca se atrasou, eu não abro, mas ela não vai embora, fica cantando uma música em outra língua, como se fosse uma musica de ninar, e no dia seguinte é como se nada tivesse acontecido. Tem dias que ela está incomunicável, é sombria, mas tem outros dias que ela fala muito e em várias línguas diferentes, nessas fases ela fica bem, como uma menina de vinte e quatro anos que tem uma vida mais do que normal, se maquia, se arruma, estuda, assiste, mas independente disso, ela continua indo na porta do meu quarto as meia noite e quinze, como sem falta.

Hoje ela está sombria, Vamos sair pela primeira vez, o que é muito estranho, estamos em Fernando de Noronha, não é um lugar desconhecido, talvez ele tenha percebido que o Hector parou de me procurar, então está mais despreocupado, o que não deixa de ser suspeito. Clara pediu para pentear meu cabelo e quando eu recusei, ela gritou aos quatro cantos da casa, ou eu aceitava ou meus ouvidos estouravam. Agora me sinto como uma boneca, sentada enfrente ao espelho, enquanto ela me penteia, cantando a mesma musica insuportável.

— Quando meus irmãozinhos nascerem, é assim que eu vou cuidar deles. — Ela me olha sorrindo através do espelho.

Eu movo o mundo todo, mas ela nunca que vai tocar nos meus filhos, a pior parte de fingir que estou morta, é ficar do lado dela. Ela vem para a minha frente, se abaixa e põe a mão na minha barriga, meu instinto é me afastar, ela encrava as unhas na minha barriga com força, tentando me puxar para mais próximo á ela.

— Solta. —Sussurro, querendo gritar.

— É bom senti-los. — Ela expõe todos os dentes em um sorriso só.

Os bebês ficam em movimentos atordoados, sinto uma dor na espinha da coluna, não sei se eles reagiram assim porque querem nascer ou é pela presença da Clara.

— Clara você está me machucando. — Aperto sua mão tentando tirar suas unha da minha barriga.

— Eles estão gostando.

Depois de um chute, algo se forma na minha barriga, um for

Ela tira suas mãos e se afasta assim que Emily entra no quarto.

— O que estava fazendo Clara? — Emily pergunta furiosa.

— Você não pode falar assim comigo.

— Não respondeu a minha pergunta.

Procura-se uma babá (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now