Minha respiração pesa
A neve pesada cai e me cega
Meu espírito se desapega
Olho para o céu e o anjo reza.
Minha pata sangrando
De dor começo a uivar
Sigo meu caminho mancando
A pelagem branca está vermelha.
Minha visão fica turva
Não enxergo a curva
Me encosto na árvore
E deixo essa vida de mármore.
Na escuridão eu me encontro
A mim mesmo eu confronto
Avanço como Lobo alfa
Derroto o meu outro eu.
Com um olhar ameaçador
Olho para o meu interior
E mostro os caninos,
Vejo a mim mesmo com medo.
Decepções mudam sentimentos
O meu eu duvida de mim
Acha que sou fraco
Mas aguentei sofrimentos.
Não irei perder para a morte
Porque eu sou um Lobo de sorte
Continuarei a caminhada sozinho
Mas saborearei o pão e o vinho.
Acordo, e não estou mais ferido
Meu olhar fraco desapareceu
Agora é um olhar destemido
Não dirão: "ele pereceu".
Minha pelagem branca
Se camufla na neve
Minha pata não mais manca
Eu sou clero e não plebe.
Sigo pela floresta no entardecer
Está na hora de caçar
Eu sei o que merecer
Não venha me caçoar
Pois irá se arrepender.
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Melancolia Poética - Vol.1
PoetryPoesias escritas em noites solitárias, dias nublados e um frio que somente um café pode aquecer, ou melhor dizendo, um amor.