A Vida não desejou fenecimento
Apenas engrandecimento,
Então me criou
Para ser seu rival.
Sou a marionete de madeira
Sem destino, sem propósito
Apenas uma videira
Guardada em um depósito.
O palco de humor é meu quarto
Me deito e sou observado,
Ouço a plateia desejando
Me dilapidar.
Já cansado e frustrado,
Vou até à Vida e peço admoesta
Para que ela me conceda festa
Um pouco de paz para o espírito.
Ela se virou para mim, riu e disse
"Você é aquele que perde,
Para que eu ganhe."
Com isso entendi,
Não posso ganhar.
O vazio me presenteou com ideias
Eu deveria visitar a Morte
Pedi que ela me levasse
Mas não consegui convencê-la.
Percebi que minha existência
É totalmente sem valor
Para as duas grandes essências
Que há no universo.
Adormeci naquela noite,
Ao acordar, andei pelas ruas
Dessa vez percebi algo estranho
Não há mais açoite.
Pessoas me abraçam,
Se preocupam comigo
Elas me enxergam,
Antes eu era invisível.
Descobri então que,
A Morte não é tão cruel
Ficou em meu lugar como rival
Da única essência carnal
Que é a Vida ardilosa.
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Melancolia Poética - Vol.1
PoésiePoesias escritas em noites solitárias, dias nublados e um frio que somente um café pode aquecer, ou melhor dizendo, um amor.