Um Bom Professor

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-Ham... Sempre. -disse ela.
Ele se sentou na cama, dando leve tapinhas na tal, para que Maggie se sentasse ao seu lado. E assim ela o fez.
-Vamos para a segunda parte. -disse ele, iniciando os estudos.
                                    ...
Saindo de seu quarto, Kylian direcionou-se à sala, encontrando Róger, seu irmão, assentando no sofá tomando café.
-Bom dia, Kylian! -ele logo retribuiu.
-O que aconteceu com seu celular? -perguntou ele.
-Desculpe, o quê?
-Ele estava quebrado no chão quando cheguei.
-Ah... Ele caiu da minha mão.
-E aconteceu esse estrago todo?
-Eu... Estava dançando. A música era agitada e acabei por me empolgar demais. O soltei sem querer. -ele riu.
-Que dança mais épica. -disse Róger, rindo- Depois você pega o cartão e compra outro, não é bom ficar sem celular.
-Ah, claro! Obrigado. -e sorriu mais uma vez.
É verdade que a família de Kylian era bem sucedida na área financeira, mas há coisas que o dinheiro não compra.
                                    ...
-É bem fácil, não tem segredo. É só não misturar as coisas.
-Você é melhor que o próprio professor de ciências! -Maggie riu.
Ele a entregou mais um caderno de respostas com mais 15 questões.
-Vamos ver. -disse ele.
                                      ...
Após a saída de Róger para o trabalho, Kylian foi até o shopping, onde se encontrara a loja de celulares.
-"É tudo culpa minha. Eu afastei a Rachel de mim". -pensou ele.
Logo, vozes começaram a rodear sua cabeça. Eram seus pensamentos guardados vindo à tona: "Não, eu não tomei café, mãe.", "Tudo bem pai, eu entendo que a sua distância é pelo trabalho.", "Sim, Róger, meu dia foi ótimo!" -pensava ele, desnorteado- "Obrigado por se importar sempre, Rachel", "Eu estou bem, professor! Estou ótimo!".
-Senhor? -perguntou o atendente.
-Sim?!
-É débito ou crédito?
-Crédito.
O pagamento foi realizado e Kylian recebeu seu novo aparelho celular.
-O senhor está bem?
-Por que todos perguntam isso?! -ele pegou a sacola em cima do balcão, saindo da loja.
"As pessoas perguntam, mas no fundo nunca se importam" -pensou ele.
                                     ...
Maggie o entregou o caderno de respostas.
O tempo não parecia melhorar, trovejava a todo o momento.
John avaliou cada resposta cautelosamente, logo abrindo um sorriso:
-Você gabaritou!
-Meu Deus! -ela pôs a mão em sua boca, sem acreditar- Está brincando?!
-Não, você realmente acertou tudo!
-Isso só prova que você é um bom professor.
-Tenho meus "prós". O que aconteceu que o Kylian não ficou mandando mensagem hoje?
-Não sei, o enviei uma hoje de manhã e nem chegar ela havia chegado.
-Hum... Pelo menos hoje você prestou mais atenção.
-Pelo menos hoje você ficou de camisa!
-Ah, então foi por isso que você não conseguia prestar atenção na matéria?!
-Não, não foi por isso.
Ele a observou atentamente, com seriedade.
-Pare de me olhar assim! -ela corou, colocando uma de suas madeixas atrás da orelha.
Ele logo começou a rir.
-Preciso ir, John! Está na minha hora.
-Espera! -ele a puxou pelo pulso- Por que tem tanta pressa?
-Eu quero ir para a minha cama!
-Eu também! -disse ele, com um sorriso de "pode escolher na cozinha com qual faca irá me matar!".
Maggie ficou sem palavras, completamente sem jeito. Virando-se de costas, foi interrompida por John novamente:
-Relaxa, foi uma brincadeira. Eu te levo de carro.
-Não precisa.
-Dá um tempo, Maggie. -ele pegou a chave do carro em cima da cômoda do quarto.
Eles desceram e entraram no automóvel, a caminho da casa de Maggie.
-Você vive apressada. Quer dizer que vive dormindo? Ou fazendo outra coisa, sei lá, você quem sabe.
-John!! Não, eu só gosto de ficar na minha casa.
-Entendi.

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