Capítulo 02

46.6K 2.9K 1.6K
                                    

Lyara 💫

Minha vida nunca foi fácil, pra falar.

Bom, minha mãe morreu, meu pai me deixou largada na casa da minha vó e só me buscou após a morte dela.

Depois de ter me deixado cinco dias sozinha, sendo que eu era uma criança de, oito anos, no máximo.

Sempre gostei muito de brincar em coisas que tivessem adrenalina.

Porém, sempre julguei o governo.

Sério, pq no lugar de criar mais penitenciárias, não criam mais escolas? Não criam mais empregos aos que precisam? Não julgam os ricos tanto quanto os negros?

Meu pai me obrigou a entrar no Bope.

E quando eu falo em obrigar, não é no sentido de pedir.

É no sentindo de me ameaçar.

Se eu não entrasse, ele iria me deixar sem nada, sem nem a presença dele, trancada em um lugar.

Sério, eu tinha 17 anos e comecei o curso precocemente.

Mas hoje tô aonde tô.

Tenho uma tesão por moços malvados.

É, eu sou maluca.

Mas sempre quis criar uma ong na favela, tipo isso.

Dar todas as oportunidades.

E daí, hoje em dia, você me pergunta...

Mas já tá com vinte e um anos, pq não sai do Bope, já que não gosta?

Pq eu aproveito essa chance, pra ir visitar favelas.

Pra ver como tudo funciona.

E quem sabe um dia, conseguir realizar o meu projeto.

Beatriz: Garota branca? - Olhei para minha melhor amiga, enquanto masclava um chiclete de morango.

Lya: Fala aí, garota mais branca que eu.

Bea: É falta de sol.- Sentou do meu lado.- E aí?

Lya: Colfoi, maluca?

Bea: Você e suas gírias de traficante.

Lya: Desculpe-me, não queria incomodar a senhora com meu jeito de falar! Irei ficar muito ofendida se não aceitates meu pedido de desculpas, por favor, em imploro.

Bia: Aceitates existe? Vou adicionar ao meu vocabulário.

Lya: Uh, ela tem vocabulário.

Bia: Mas vai toma no cu, mulher.- Me fez rir.- Me diga, o que acha de subir um morro? Sem farda, óbvio.

Bia a atriz, trabalha em uma loja de roupas no shopping, bem diferente de mim.

Lya: Ô, minha princesa. Você acha que todos já não reconhecem minha cara? Meu cabelo, então...

Bia: Eu sei, por isso seu vulgo lá é Ruiva.

Lya: Desde quando você frequenta lá pra saber, Bia?

Bia: Sigo uma página de fofocas, vem cá ver.- Pegou o celular da bolsa.- Tem várias coisas, essa aqui é do complexo da maré.

Lya: Onde o Perigo é dono.- Sorri de lado, pegando o celular da mãe dela.

Bia: É um perigo você querer se envolver com ele.- Fez um trocadilho sem graça.

Não tinha nem uma foto com ele, ou sobre ele.

Eu fiquei impressionada.

Mas achei o Instagram do Victor e segui.

Bia: Você está querendo problema, garota branca.- Falou, me olhando digitar uma mensagem.

Lya: Eu gosto do estrago, pequena Bia.- Ela me olhou fazendo careta.

Mensagem 📩

Lya Souza: E aí, dramático? O braço tá melhor? (19h23)

Mensagem 📩

Bia: Busque literalmente o Perigo e depois não peça arrego. Nem tudo conduz o teu mundo fictício.

Roberto: Boa noite, queridas.- Meu pai, apareceu na nossa frente.

Eu já tinha acabado meu turno e estava sentada numa lanchonete na frente do batalhão.

Lya: Olá, pai.

O tiro, tinha sido retirado já, ele passou a madrugada no hospital.

Só que, pra começar, ele não deveria nem tá fora do hospital.

Quem dirá, no batalhão já.

Mas tu escuta?

Nem ele.

Bia: Boa tarde, tio Roberto.- Falou educada.

Falsa.

Roberto: Bom, minha querida, só queria saber se você tem algum compromisso para à noite? Irá ter reunião com o Fernando e o filho dele irá...

Lya: Pai, já disse que não vou namorar com o filho do homem só para seus negócios ampliarem. E sim, já tenho uma saída marcada para hoje.

Trocamos mais algumas palavras e ele saiu, me deixando com cara de tédio, enquanto a minha amiguinha comia.

Amor Proibido Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang