IV

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Encontrei Justin na sala de estar, mais precisamente deitado sobre o tapete, rolando pra lá e pra cá com Theo, que corria tentando alcançá-lo. Parecia que tinha dois bebês em casa, não só um. A risada gostosa do meu filho preenchia a sala e por um segundo quase me esqueci de que tinha uma história pra tirar a limpo com Justin.

- Você fez de novo, não é? – perguntei, cruzando os braços.

- O que? – ele parou e olhou pra mim, pegando Theo que no colo, que ria feliz por finalmente ter conseguido pegar o pai.

- Jane pediu pra ter um bichinho de novo e você jogou a responsabilidade de dizer não pra cima de mim. De novo.

- Eu só disse que quem manda na casa é a mamãe – disse ele, se fazendo de sonso.

- Você é ridículo, Justin. Sabe muito bem que ela vai ficar emburrada comigo.

- É você mesma que nunca deixa ela ter um bichinho.

- Se eu fosse permitir cada animal que ela já pediu, só esse mês teríamos aqui em casa pônei, coelho, tartaruga, cachorro e peixes. Você sabe muito bem que não devemos deixar ela ter um animal agora, e como sabe como ela é, joga a culpa pra cima de mim.

- Antes ela emburrada com você, do que comigo – disse ele, dando de ombros. – Desculpa, meu amor, mas isso aqui é guerra. – Olhei pra ele incrédula, e ele riu. – Fazer o que? O mundo é dos mais espertos. E você – disse ele, se dirigindo ao Theo – vou te ensinar desde cedo a passar um migué. Você vai ser foda.

- Você não vai ensinar nada pro meu filho – falei, indo até ele e pegando Theo no colo, o tirando de cima da barriga de Justin. – Coitado dele se eu deixar a educação por sua conta.

- Vai ser um moleque foda, ninguém vai tirar onda com ele.

Ouvi Jane me gritando de longe, e sabia que ela estava descendo as escadas pra vir ter a resposta sobre ter um pônei. Respirei fundo, enquanto Justin sorria para mim, adorando aquilo.

- Aliás, amor, o que tem pro jantar hoje? – debochou.

- Pra você, vento.

Justin's POV

Meu celular tocou sobre o criado mudo e eu praguejei por isso. Olhei no visor e tinha o nome de Ryan, atendi porque poderia ser importante, falando baixo pra não acordar meus filhos que estavam na cama junto comigo, adormecidos.

- Fala comigo – falei ao atender.

- Dude, temos um pequeno problema.

- Lá vem. Que merda foi agora? Se forem as garotas da boate arrancando os cabelos umas das outras por causa de gorjeta de novo, nem quero saber.

- Antes fosse. É sobre grana, sim, mas em outro assunto. Aquele nosso cliente favorito nada problemático tá dizendo que não tem a grana pra pagar.

- Porra nenhuma, tá querendo passar a perna na gente. Parece que nunca ouviu falar meu nome nessa porra de cidade.

- Temos que ir lá resolver essa merda – disse ele, bufando. – Não esperava ter que ir cobrar grana de espertinho em um muquifo uma hora dessas.

Bufei, igualmente puto.

- Vou sair daqui já já, liga pro Christian e pro Charles pra irem com a gente resolver essa merda.

- Duvido que Chaz vai dar as caras, ele tá com a namoradinha.

- Escravo de buceta – revirei os olhos novamente. – Deixa ele pra lá, chama o Christian. Em dez minutos tô na tua porta.

- O que houve? – Claire perguntou quando desliguei o telefone. Ela já tinha saído do banheiro usando apenas uma camisola que eu ficaria muito feliz em tirar, e estava encostada ao batente da porta me esperando desligar há algum tempo.

Criminal Minds Third SeasonWhere stories live. Discover now