5 de Janeiro - Você tá com ciúmes?

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- Certo! Sem rodeios... - Rafa prendeu a risada e tentou parecer o mais sério possível, embora, realmente estivesse preocupado com a irmã. - Eu acordei com a chuva cerca de 2:oo da manhã. E Carol, eu ouvi vocês duas...

A garota segurou a respiração, antes de solta-la lentamente, quando sentiu que lhe faltou um pouco de ar. Por alguns segundos seu cérebro entrou em pane. Era isso mesmo que ela tinha escutando? Era dela e da Day que o irmão estava falando? As suas mãos começaram a ficar frias e sua pele pareceu ganhar um tom ainda mais pálido... E se Rafa contasse para seus pais? Ou pior, se a forma estranha que sua mãe vinha agindo, foi por ter ouvido algo também? Céus! Ela e Day, esqueceram completamente do mundo ao redor e agora as consequências surgiam.

- Eu não entendi, Rafael. - Carol se fez de desentendida, tentando manter a calma, mesmo que na verdade, estivesse muito nervosa.

- Sério, Caroline? Quer mesmo que descreva melhor o que ouvi para você entender? - rebateu o irmão.

- Eu não acredito... - A menina se levantou da cama com as pernas trêmulas de medo ou desespero, não sabia como se sentia. O que podia dizer? Era vergonhoso demais para ela. - Que nojo. Eu não acredito que você fez isso...

- Eu não fiz nada, Carol. Eu acordei simplesmente em uma noite chuvosa e lá estava minha irmã fazendo sabe lá o que com outra garota... - explicou Rafael. A cor pálida de Carol agora ganhava um vermelho intenso de vergonha.

- Você contou pra mãe? - perguntou a menina ainda sem olhar para o irmão se sentindo um pouco enjoada.

- Claro que não. Você me conhece muito bem, maninha. Sabe que não sou nenhum escroto e é por isso que vim aqui falar com você. Eu poderia simplesmente fingir que nada havia acontecido, mas eu me preocupo com você.

- Seria melhor você ter fingindo... - sussurrou baixinho a garota, mas Rafa pôde ouvir.

- Será? Carol, eu não estou aqui pra te fazer passar vergonha. Eu tô pra te alertar, pra dizer que você precisa ser mais cuidadosa, discreta ou seu próximo plano é dizer pra mãe que tipo de relação você tem com a sua amiga? - Questinou o irmão

- É Claro que não! A mãe não entenderia, no mínimo me afastaria da Day... - Disse a menina

- Isso porque você só tem 16 anos...

- Não, Rafael! EU JÁ TENHO 16 anos. Eu não sou nenhuma criança, então não me trata como se eu fosse uma. Bem pelo contrário, sempre fui muito mais madura do que aparento ser, comparado a outros adolescentes da minha idade... Olha, eu sei muito bem o que eu estou ou estava fazendo... - Carol ficou realmente brava, ela odiava ser tratada como criança.

- Sabe mesmo? A quanto tempo você conhece essa menina? Não acha que está cedo demais pra esse tipo de relação ou que você está apenas confusa?- Perguntou Rafael. E com toda certeza, o irmão estava errado. Ela não se sentia confusa. Carol teve a mais absoluta certeza que gostava de Day desde o primeiro beijo que deram. A única coisa que ela não conseguia explicar, era a intensidade dos seus sentimentos pela outra, mas não teve medo de senti-los e muito menos de vive-los como elas fizeram na noite passada.. Não tinha dúvidas sobre Day e não havia se arrependido de absolutamente nada... Então, "confusão" era a última palavra que se passava em sua cabeça.

- Eu conheço ela desde que eu tinha 7 anos, lembra? E eu não acho cedo demais se fui eu quem quis. Eu, quem devo decidir quando é o momento certo pra mim ou não...

- É diferente, Carol. Vocês não mantiveram contanto todo esse tempo... E me explica isso de "foi você quem quis"... - Carol respirou fundo, a vergonha passava aos poucos, dando lugar a frustação de ter que explicar para o irmão algo que não interessava a ele e nem ninguém. Era um assunto particular dela, de respeito só a ela e Day.

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