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A hora parecia simplesmente perfeita. Era a hora mais quente daquele dia de começo de inverno. A luz do sol se infiltrava pelas folhas da árvores, iluminando as águas do rio e a sua margem inteira, deixando a tudo com aquele tom avermelhado.

Liv estava despojada em uma toalha na grama, observando enquanto Rollo se banhava. Ela daria tudo para estar lá com ele, estivesse a água mortalmente fria ou não, mas o homem a convenceu que, por causa do ferimento ainda aberto, era melhor evitar.

Então ela simplesmente deitou-se ali e o assistiu. Obviamente, Rollo não era um espetáculo ruim de se assistir.

A água escorria pelas suas costas, delineando as tatuagens e cicatrizes, e à medida que ele flexionava os braços para lavar a cabeça, ela podia acompanhar cada músculo do seu corpo se manifestar. Ele mergulhou, desaparecendo, e quando voltou a superfície, tirou os longos cabelos do rosto.

Liv quis suspirar feito uma adolescente. Em qualquer outra realidade, se tivesse que pagar para assistir àquilo, pagaria sem o menor problema. Além de ser instigante e de tirar o fôlego, o banho de Rollo também era distração bem-vinda de tudo pelo qual ela passara recentemente.

Rollo se virou, sabendo que estava sendo observado. 

— Aproveitando a vista?

— Você não sabe o quanto... — Ela se deitou na grama com um sorriso satisfeito e preguiçoso. — Mas eu preferia ir até aí e te ajudar um pouco.

Os olhos dele brilharam de uma maneira contida. Logo após dizer que era melhor evitar o rio, ele também mencionara em evitar o sexo, mas a inglesa preferiu ignorar essa parte.

— Não me tente, Liv. Não vou ceder. O seu ferimento é recente.  

Ela alongou o corpo e inclinou a cabeça, deixando o pedaço de pano que cobria sua pele cair um pouco para o lado.

— O quê? Do que está falando? — A mulher se fez de desentendida.

Rollo traçou seu corpo com o olhar quase faminto, mas depois balançou a cabeça e tomou um último mergulho, pensando talvez que a água gelada o ajudasse.

Quando ele deixou o rio, torceu o cabelo e caminhou na direção de Liv. Estava gloriosamente nu, mas evitou olhar para ela ou para sua pele nua irradiado aos últimos raios de luz do dia.

Diferente dele, a inglesa não fez cerimônias em contemplá-lo, deixando claro que estava admirando, um sorriso ambíguo dançando em seu rosto.

Ele colocou a calça e sentou-se na toalha ao lado de Liv, onde o sol do fim de tarde os esquentava. Ela continuou assistindo seus movimentos, estudando-o, enquanto Rollo buscava entre algo dentro da bolsa onde guardava os seus pertences. 

— Se você continuar me olhando assim, não há homem no céu ou não terra que resista, Lívia Fitzgerald.

Ela piscou, sendo pega de surpresa. 

— Assim como?

Rollo virou o rosto exasperado na sua direção, e Liv riu.

— Tudo bem, sinto muito. É só que... Eu senti sua falta. Estou te admirando porque senti sua falta... O que pretende fazer com isso? — Ela apontou com o queixo para a pequena faca afiada nas mãos dele.

— Aparar a barba.

— Deixe-me ajudá-lo com isso — Liv ficou de joelhos e engatinhou até ele. Passou a perna ao redor do corpo de Rollo, sentando-se no seu colo, e mordeu o próprio o lábio para impedir-se de gritar quando a pontada de dor a atingiu.  

Imortais - O segredo dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora