Ele deu um longo suspiro e desviou o olhar, encarando as próprias mãos.

- Eu menti para a sua mãe no passado. - Contou. - Eu fingi ser quem eu não era e ela nunca me perdoou por isso. - Eu mal piscava, ouvindo cada palavra com muita atenção. - Ela fugiu de mim. Quando a encontrei, ela tinha você. - Me encarou. - Eu não podia tirar você dela. E, eu não podia levá-la para Asgard porque Odin estava num período de loucura... - Ele hesitou. - Ele a mataria. - Um nó se formava em minha garganta. - Eu convivi com você, sem que Melina soubesse, por quatro anos. - Suspirou.

- Por que foi embora?

- Você estava crescendo e ficando esperta demais. - Confessou. - Melina iria descobrir. Então, eu decidi que seria melhor eu me afastar. - Acrescentou, amargurado. - Achei que seria melhor que você crescesse sem mim!

-E por que você achou isso? - Limpei uma lágrima. Ele mal me encarava.

-Olhe onde você está agora, Evie. - Respondeu cansado. - Não tem nem um mísero ano que você está sob minha responsabilidade e você quase morreu! Diversas vezes. - Ele parecia ressentido consigo mesmo.

-E você preferiu me deixar sozinha! - Acusei.

- Você nunca esteve sozinha. - Ele respondeu rápido. - Você sempre teve uma espécie de... Protetor.

Protetor? Que tipo de...

-Fish? - Perguntei incrédula. Tudo fazia sentido. Isso explicaria o fato dele ter se tornado um felino enorme para me defender.

-Esse não é o nome dele, mas tudo bem. - Ele deu uma risada fraca. - Ele não é um gato comum.

-Mas ele só está comigo há dois anos.

-Isso é o que você pensa. - Respondeu calmo. - Ele sempre esteve ao seu lado, mesmo quando você não sabia. - Minha mente girava por causa de tanta informação.

- Quando eu o encontrei, você parecia surpreso. - Arfei. - Você pareceu chocado quando eu fui atrás de você na S.H.I.E.L...

- Eu estava surpreso. - Interrompeu. - Não esperava ver você na minha frente depois de tanto tempo. - Ele pausou. - Foi um choque para mim. Também não sabia que Melina estava doente.

- E quando você atacou Nova York? - Eu já estava chorando. - Eu estava lá. Você queria matar todos. Você iria me matar também?

- Jamais permitiria que nada de ruim acontecesse com você ou Melina. - Respondeu me encarando. - Eu fiz coisas, por motivos que você não entenderia. - Completou.

- Você me deixou! - Solucei. Eu não estava com raiva. Mas, eu queria chorar. Porque eu estava... Nervosa. Triste.

- Eu sinto muito. - Respondeu baixo. - Eu fiz o que achava certo. - Confessou. - Não sei ser pai. Não sei ser um bom pai. - Acrescentou triste. - Isso sempre foi muito novo e louco pra mim de um jeito que eu nunca poderia imaginar. - Limpei minhas lágrimas, mesmo sabendo que elas não paravam. - Eu sempre fui o cara mau. Aquele que aparecia nos pesadelos das crianças enquanto elas dormiam e aquele que era o próprio pesadelo para os adultos. - Eu não conseguia responder. - E, a verdade é que você sempre despertou o meu melhor lado... E isso sempre foi assustador demais para mim.

Fiquei em silêncio. Incapaz de responder. Eu estava tentando digerir tanta informação nova. Respirei fundo, acalmando minhas lágrimas.

- Sabe... - Eu falei depois de alguns segundos de silêncio. - Um bom pai não é o mais rico, nem o mais poderoso de todos. Nem é aquele que compra os presentes mais caros. - Ele me encarou. - Nem é o mais inteligente, nem o mais honesto. - Continuei. - Um bom pai, é aquele que ama seus filhos tão incondicionalmente que faria tudo por eles. - Suspirei. - E, eu sei que você faria tudo por mim. - Dei um sorriso fraco. - Isso faz de você o melhor pai que eu poderia ter. - Ele abriu a boca para falar, mas não conseguiu. Estava... Chorando?

OMG! Meu Pai é um deusWo Geschichten leben. Entdecke jetzt