Halloween: Travessuras ou travessuras?

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"Alguns segredos devem permanecer escondidos."

- O Amigo Oculto


- Hey, grandalhão! - Evie chamou a atenção do robô que devia ter mais de três metros de altura. Ele apontava seu braço para uma criança, pronto para, provavelmente, atacá-la. O pobre menino gritava, desesperado. - Porque não mexe com alguém do seu tamanho? - O gigante ignorou a presença de Evie completamente. A garota não pensou duas vezes e o acertou com uma rajada de energia. O robô se virou na sua direção, dando tempo para o garotinho fugir.

Evie deu um breve passo para trás, com medo do que o robô poderia fazer. Ela se concentrou, e acertou seu peito com mais uma rajada de magia. O gigante apenas cambaleou, no entanto, e voltou a apontar seu braço para o outro lado. Evie, pensou, então, que precisava acertar com mais força. Precisava o acertar na cabeça. Ela saiu correndo em direção a um prédio abandonado e subiu, apressadamente até o último andar. Sem nem pensar, ela se aproximou da janela do corredor e pulou no andaime que estava parado um pouco abaixo. Segurando nas barras, ela se concentrou em não olhar para baixo, por causa da altura. O andaime sujo e enferrujado balançou um pouco, fazendo a menina soltar um gritinho. Ignorando seu próprio medo, ela encarou o robô, que estava prestes a colocar fogo no prédio ao lado. Ela se concentrou ao máximo que pôde e liberou mais magia que poderia, e o acertou na cabeça, a fazendo se partir em milhares de pedaços. O corpo que restou do gigante caiu no chão, destruído.

- Isso! - Comemorou, fazendo o andaime partir dos de seus cabos de sustentação. Ele virou completamente, fazendo Evie escorregar e ser lançada para fora. Ela mal teve tempo de segurar em uma barra do andaime. Estava pendurada, segura apenas por suas mãos, suas pernas balançando. Em questão de segundos, mais um cabo de sustentação arrebentou e Evie soltou um grito. - Droga de andaime podre! - Resmungou. Era questão de pouco tempo para ela despencar de metros de altura. Seria uma queda dolorosa. E, inevitável. Ou suas mãos a trairiam e a fariam cair, ou o último cabo arrebentaria.

Algumas horas antes...

A cidade de Nova York amanheceu nublada, mas as nuvens escuras logo deram lugar a alguns pequenos raios de sol, que iluminavam todo o lugar. Era Halloween, e todas as casas estavam enfeitadas com abóboras com rostos, bruxinhas de pelúcia, entre outros objetos decorativos. Haviam crianças fantasiadas, correndo pelas ruas, batendo de porta em porta pedindo por "doces ou travessuras". Evie levantou e tomou seu banho. Ela adorava o Halloween mais que todas as outras comemorações do ano.

- Loki! Loki! Loki! - Ela correu até a sala, procurando o pai. Estava animada e eufórica como nunca tinha estado nos últimos tempos, desde a morte de sua mãe. O deus estava sentado no sofá, lendo um livro, e mal pôde conter um sorrisinho quando viu a menina. Não admitia, mas sua animação o deixava feliz também.

- O que foi, criança tola? - Perguntou com a voz monótona.

- É Halloween! - Ela quase gritou. Loki arqueou uma sobrancelha.

- O que é Halloween? - Perguntou confuso. Evie deu um longo suspiro. Poderia dar uma explicação completa do que era a comemoração e de como tinha surgido, mas preferiu dar uma resposta mais curta e objetiva.

- Dia das bruxas!

- Ah! - Respondeu Loki por fim. - Não sou bruxa! - Ele voltou sua atenção para o livro. Evie revirou os olhos.

- Hoje é um dia especial! - Evie começou sua explicação, perdida em pensamentos. - Todos nós nos fantasiamos e saímos para brincar. -Acrescentou. Loki a encarava, digerindo a ideia.

OMG! Meu Pai é um deusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora