Some da minha vida, imbecil!

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   Duas semanas depois...

   Parecia que tudo estava se encaixando feito peças perdidas de um quebra-cabeça. A Bangtan Friends foi assumida por um novo produtor, o Yoongi, que acabou sendo promovido e assumiu o lugar do Jeon. Os integrantes da banda começaram a se dedicar mais no que faziam. Posso dizer que já não cantavam mais tão mau assim. Alyce e Jeon se tornaram sócios, um trabalhava para o outro. Jeon conseguiu ocupar bem o lugar do Fábio, na vida dela.
   Assim que sua mãe teve alta no hospital, Jeon aproveitou para conhecer sua nova sogra e pedir a mão de Alyce em sua frente. Ela acabou dizendo "Sim", como esperado. O casamento iria ser algo mais tradicional, é claro que iria ter uma pitada da Coréia no meio disso. Só não sabiam aonde iria acontecer a cerimónia.
   Alyce e Jeon acabaram comprando um apartamento em New Jersey mesmo, para ficarem mais próximos de sua família. Acabou que tudo se resolveu e todo mundo seguiu sua vidinha feliz para sempre... É, nem tanto assim. Sempre sobra uma pedra no meio do caminho. Fábio era essa pedra.
  
...

   Já eram por volta das onze da noite, quando alguém bateu a porta do apartamento deles. Alyce estava vendo Kdramas na TV da sala, quando ouviu os esmurros na porta. Jeon estava trabalhando em seu escritório, e como Alyce sabia que ele não gostava de ser interrompido quando trabalhava, ela resolveu não encomoda-lo. Foi em direção a porta, achando que poderia ser algum vizinho. Abriu e...
   - Vem aqui, linda!
   O imbecil do Fábio partia para cima dela, sem que ela pudesse impedi-lo. Ele começou a beija-lá descontroladamente, até que Jeon, que acabou ouvindo algo, saiu imediatamente do escritório, e se deparou eles.
   - Jeon, não é o quê você está pensando. - Disse, ela empurrando o imbecil.
   Jeon apenas foi em direção a porta, saindo do apartamento sem dizer uma palavra.
   Alyce deu um tabefe bem dado na cara do cafajeste do Fábio, o que foi muito merecido. Logo, saiu do apartamento e correu atrás do Jeon, quando sentiu o ordinário pegando em seu punho e puxando para dentro.
   - Eu me arrependo, Alyce. Me desculpe por ter te traído.
   - É tarde demais. - Falou ela, retirando sua mão.
   Ela não pensou em mais nada, a não ser correr atrás dele, que naquela altura já estava longe do edifício.
   Ela pegou o elevador, e foi correndo até a sacada do prédio. Com as mãos na cabeça, ela olhou de um lado para o outro, percebendo que o seu noivo tinha ido embora.
   Sua mente estava tão confusa que ela não fazia idéia de onde ele poderia ter ido.
   Correu novamente até o seu apartamento, vendo que o cretino do Fábio ainda se encontrava lá.
   - Kdramas. Uau! - Disse ele, se virando do sofá para falar com ela.
   - O quê você está fazendo em meu apartamento?! Sai logo daqui!
   - Espera um pouco, amor. - Ele se levantou e pegou em seu queixo.
   Ela empurrou seu braço e foi em direção ao banheiro.
   - Vou chamar a polícia. - Falou ela se trancando e pegando seu celular.
   - Por favor, amor, para com isso.
   - Não me chame de amor!
   Ela discou os números.
   - Eu vou te dar dez segundos para você sair. Se você ir embora eu desligo o telefone... 1...2...
   Assim que chegou no "10", ela abriu a porta e deu uma espiada para ver se ele tinha mesmo ido embora. Quando saiu do banheiro, ele apareceu por trás dela, quebrando um vaso em sua cabeça.

...

   Estava tudo escuro. Seus olhos abriram lentamente até ela se deparar amarrada em sua própria casa. Tinham quatro cordas, que amarravam suas mãos e seus pés. Sua testa sangrava e tinha um profundo ferimento em seu crânio. Talvez se o Jeon não tivesse saído daquele jeito, provavelmente aquilo não teria acontecido.
   Fábio se aproximou bem devagar, e parou em frente a cama. Ela só enchergava uma sombra preta do corpo dele. Talvez tinha ficado cega, graças aquela pancada na cabeça.
   - Está feliz agora, sem mim? - Perguntou o cafajeste.
   - Você ter saído da minha vida foi a melhor coisa que me aconteceu. - Ele cuspio em sua cara. - Eu te odeio, seu imbecil. Não sei como você entrou neste prédio, mas sei que você vai pagar caro por invadir a minha propriedade.
   - Quer saber? Acho que você deve ficar bem caladinha agora... - Ele tapou sua boca com uma mordaça - E não se preocupe com o seu namorado... noivo, marido, o quê seja. Quando ele chegar, tem uma surpresinha esperando por ele. - Ele se retirou do quarto, trancando a porta.
   Alyce só conceguia se contorcer na cama e dar aqueles gritos abafados pela mordaça.
   Fábio estava sentado em uma cadeira em frente a porta, esperando pela vítima. Quando a campainha toca,
ele abri a porta, esperando pelo Jeon, mas quem aparece é a Darla.
   - Oi... Fábio! - Diz ela, surpresa de reencontra-lo. - O quê faz por aqui?
   - Não te interessa! - Responde logo em seguida.
   - Nossa! Também não precisa ser ignorante. Cadê a Alyce?
   Foi quando ela ouviu um "Huuuhuu".
   - Tem alguém naquele quarto? - Perguntou a mesma, apontando para a porta e seguindo na direção dela.
   - Não tem ninguém aí, Darla.
   - Eu ouvi alguma coisa.
   - Deve ser só impressão sua.
   - O quê você está escondendo de mim? Cadê o Jeon e a Alyce?
   Ela pegou na maçaneta da porta, e ele segurou sua mão com firmeza.
   - Eles estão aí dentro, dormindo.
   - Atá, agora entendi. Mas... Porquê você está aqui, no apartamento deles.
   - Ummm...
   Ele só teve tempo de pegar mais um vaso que estava em seu lado, e tacar na cara dela. A coitada desmaiou na hora.
   Ele fechou a porta da sala, e em seguida, puxou o corpo de Darla para o canto da parede. Logo depois entrou no quarto, acendeu a luz, e viu que não tinha mais ninguém na cama.
   - Como ela se desamarrou sozinha? - Perguntou-se a si mesmo.
   - Muito fracos esses nós... - Ela saiu de trás da porta, fazendo ele pagar com a mesma moeda.
   Ela deu uma vasada em sua cabeça, tão forte quanto a que ele tinha dado nela.
   Alyce verificou se ele estava mesmo demaiado, e logo saiu do quarto, ainda com a visão escura e embaçada. Foi quando viu Darla no canto da sala. Resolveu arrasta-lá até o sofá. Deu Alguns tapinhas em sua cara para ver se acordava.
   - Aí... O quê aconteceu?
   - Calma Darla, sou eu.
   - Você está parecendo a Maria Sangrenta.
   - Já olhou pra sua cara... deve ter um kit de primeiros socorros no armário do banheiro. Eu vou pegar.
   Antes, ela foi até a cozinha, e pegou uma faca, entregando para sua amiga.
   - Caso ele acorde, já sabe. - Entregou a faca em suas mãos.
   Ela pegou o kit de primeiros socorros no banheiro, e voltou para a sala. Quando viu, a Darla já não estava mais lá. A faca que ela tinha dado a amiga, estava no chão, coberta de sangue. Aí restou a dúvida: Aquele sangue era do Fábio, ou da Darla?
   Ela vasculhou todo o apartamento para ver se não escontrava indícios mas, o pouco que sobrou de sua visão, só se via a exposição de vasos quebrados ao chão. Foi quando ela saiu do seu apartamento, para saber aonde ambos se encontravam. Foi até o elevador e apertou o botão. Assim que a porta se abriu, ela se deparou com a Darla sentada no chão.
   - Darla! - Ela foi até ela - O quê aconteceu?!
   Foi quando ela retirou sua mão da barriga, e pode-se notar uma facada, pois sangrava muito.
   Elas retornaram ao apartamento. Alyce fazia um curativo na amiga.
   - Pra onde foi o Fábio? - Perguntou Alyce, estocando a ferida.
   - Ele fugiu, me dando uma golpeada no abdômen. Ele é um homem muito pocessivo. Te trata bem no começo do relacionamento e depois começa a mostrar os dentes...
   - Falando desse jeito, parece que você já teve um relacionamento com ele.
   Elas se olharam sérias.
   - E já.
   - Como assim? Você foi... casada... com o Fábio?
   - Casada não. Tivemos uma namoro. Foi a uns 10 anos atrás. Eu tinha acabado de entrar pra faculdade, e ele estava um pouco mais avançado do que eu... Prometeu me ajudar... Eu aceitei... E ele me engravidou.
   - O quê?!
   - Nós começamos a namorar, e só depois de uns seis meses foi que percebi a minha barriga grande demais. Começei a ficar desconfiada. Fiz o teste, e deu positivo. Quando fui dar a notícia pra ele, ele disse que nunca iria assumir o bebê. E sumiu da minha vida. Foi terminar a faculdade em outro estado.
   Ela nem falava nada, só ficava de boquiaberta, e as sobrancelhas levantadas.
   Foi quando ouviram o barulho das sirenes da polícia, que depois invadiu o apartamento.
   - É daqui o relato de invasão? - Perguntou um dos policiais.
   - Sim... Como ficaram sabendo?
   - Um dos vizinhos viu um cara extranho descendo pelo teto solar e fez a denúncia.
   - Isso aqui está uma bagunça! - Comentou o outro policial, olhando para o chão.
   - Vocês precisam ir até a delegacia, prestar queixa... Mas é melhor encaminharmos vocês para o hospital primeiro.
  
No pronto socorro...

   As duas aguardavam na fila de espera.
   - Me empresta seu celular? Eu não achei o meu.
   - Claro. - Disse Darla, retirando-o da bolsa.
   Ela tentou ligar para o Jeon, para saber aonde ele foi, mas só caia na caixa postal. Talvez ele estava com tanta raiva que saiu do apartamento sem levar nem mesmo o celular. Mas uma hora ou outra, concerteza ele iria aparecer. Não ia dividir um barracão com um mendigo, não é mesmo?
   Assim que uma das enfermeiras chegou, ambas foram acompanhadas para os suas respectivas salas, porquê tinham graus de ferimento diferentes.
   Alyce se sentou, enquanto o médico perguntava:
   - O quê te incomoda?
   - Meus olhos... minha visão está escura e embaçada. Pode falar doutor, eu estou cega? Responda.
   Era imprecionante com uma palavra podia afetar tanto uma pessoa.
   - Sim. - Responde o mesmo. - Mas só por um tempo.
   Ela solta um suspiro, aliviada por saber que não ficaria naquela situação a vida toda.
   - Por quanto tempo?
   - Sua visão voltara aos poucos. Daqui a uns dois dias você já estara enchergando perfeitamente... Mas... o quê ocasionou essa pancada na cabeça.
   - Quebraram um vaso nela. Um vaso exportado da Coréia. Sorte que era de um camelô.
   - Menos mal.
   Depois do relatório, raio x, e aquelas baboseiras todas, as duas saíram com a cabeça enfaixada do hospital, e se direcionaram, aconpanhadas pelos policiais, até a delegacia, para prestar queixa.
   - Um homem disse ter visto um sujeito extranho passar pela estação de metrô. - Falava o delegado, a frente de Alyce - Pela sua descrição, ela era alto, pele branca e vestia uma roupa preta.
   - Esse mesmo. - Falou ela.
   O que a deixava mais aflita era a posibilidade dele retornar ao apartamento. Talvez o melhor naquele momento era pegar sua coisas e dar o fora daquela cidade o mais rápido possível por um tempo, até as coisas se acalmarem. Ir para Chicago, ou talvez Las Vegas, sei lá. Nem pensar em Los Angeles.

...

   Alyce retornou ao apartamento, dando de cara com com dezenas de policiais. Tinham algumas faixas amarelas, escritas "No traspassing", em volta de alguns lugares, especialmente onde estavam localizados os cacarecos. Ela só queria seguir para seu quarto e se deitar. Esquecer o que aconteceu naquele dia tenebroso.
   - Senhorita White? - Perguntou um dos policiais, indo em sua direção.
   - Pois não?
   - O seu apartamento está sendo evacuado. Preciso que se retire. Vá para a casa de algum parente.
   - Mas... Será que posso pelo menos pegar algumas coisas em meu quarto.
   - Ok. Tudo bem. Mas seja rápida.
   Ela foi em direção ao quarto, abriu o guarda-roupa para pegar algumas roupas, quando percebeu que tinha algo faltando.
   - Alguém esteve aqui? - Perguntou Alyce, se retirando rapidamente de seu quarto e indo falar com o mesmo policial.
   - Um rapaz, de aparência coreana, dizendo que era o dono da casa. Ele saiu com alguns pertences. Só deixamos ele entrar, por que vimos alguns porta-retratos na sala com a foto dele.
   - E você sabe para onde ele foi?
   - Ele não disse nada, só falou que vai ficar na casa de um parente em quando a investigação acontece.
   Foi quando o telefone começou a tocar.
   - Deve ser o meu noivo. Deixa que eu atendo. - Falou ela, empurrando um dos policiais e atendendo o telefone rapidamente.
   - Oi, amor. - Do outro lado da linha, uma voz grossa se manifestava.
   - Não é você, Jeon?
   - Sou eu...
   - Fábio?!
   - Não pense que eu ainda desisti de você.
   - Cara... Vai se foder!
   - Olha essa boca! Não seja mau educada comigo.
   - Eu não devo nada a você. Enquanto estávamos juntos, mesmo depois de um ano dividindo o mesmo teto, você não teve a coragem de me pedir em casamento, coisa que o Jeon fez em poucos dias.
   - Ele não te ama como eu.
   - Pra sua informação, amar não é quebrar um vaso na cabeça da outra pessoa... Ah! Quer saber? Some da minha vida, imbecil! - E desligou o telefone, dizendo suas últimas palavras.
  

  

  
  
 
  
  

Love And Music: For Jeon Jungkook (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora