Você outra vez

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   Depois de uns três dias, a vida de Alyce que, quando havia chegado a Seul, tinha virado do avesso, parecia ter mudado completamente. Ela recuperou seu celular com todos os seus contatos, resolveu sua vida amorosa com o Fábio e recebeu um convite para se encontrar com o produtor da banda (Jeon Jo Ka), que depois de tanta enrolação, recebeu o nome de "Bangtan Friend's".
   Jeon se arrumou como se fosse para um jantar de gala, embora ele iria encontrar com seu grande amor do passado em uma cafeteria no centro da cidade. Ele carregava consigo um buque de flores orientais que pareciam um tipo de orquídeas em cores vermelhas e laranja.
   Quando se aproximou, ele se deparou com um cara sentado ao lado dela, o Fábio. Dava para perceber que ele estava se remoendo de ciúmes. Foi aí então que Fábio deu um beijinho em Alyce. Jeon surtou de vez. É claro que internamente, afinal ele estava cercado por pessoas e não poderia se manifestar. Mas sua vontade era de dar um soco na cara dele e pegar Alyce pelos braços.
   - Oi. - Ele escondeu seu buque atrás das costas assim que os avistaram. - Sou o produtor da banda "Bangtan Friend's".
   Eles se cumprimentaram com todas aqueles formalidades. Trocaram apertos de mão, tapinhas costas e frases como: "Que bom te conhecer pessoalmente". Tudo falsidade.
   - Olá. - Alyce finalmente o reencontrou. Ela apertou sua mão e sentiu um choque. - JEON! - Gritou ela, chamando a atenção de todos na cafeteria.
   Caiu a ficha, e Alyce pulou em cima dele, dando um abraço bem forte.
   "Glória, glória, aleluuuia, glória, glória, aleluuuia"
   Dessa vez, quem se remoeu de ciúmes foi o Fábio.
   - Essas flores são pra mim? - Perguntou ela.
   - Claro. Pra quem mais podia ser? - Pro Fábio que não eram.
   - Ah, muito obrigada. - Ela deu uma breve cheirada nas flores como se fosse um perfume francês caríssimo, embora aquelas flores tenham custaram os olhos da cara.
   - Epa, epa! Já chega de dar em cima da minha mulher. - Disse Fábio.
   - Calma, amor. Calma. - Ela repetia isso diversas vezes.
   - Como assim, mulher? Vocês são casados? - Perguntou Jeon.
   - Eu te explico depois. - Falou Alyce.
   Fabio se sentou novamente e todos ficaram parados se olhando feito idiotas.
   - Fábio, esse aqui é o Jeon. - Ela apontou para ele. - Já nos conhecíamos antes.
   - Da onde?
   - É uma longa história, mas se quer saber...
   - Não me interessa saber. Quero apenas que esse imbecil pege essas drogas de flores e caia fora da minha frente!

...

   Alyce estava dormindo naquela tarde, bem longe do seu namorado que, depois de despejar o seu grande amor, acabou sendo despejado também. Não quero dizer que eles terminaram, deram um fim na relação mas, ficaram novamente em quartos diferentes.
   Alyce ainda não tinha se acostumando com o fuso horário, principalmente por que ela era uma dorminhoca de mão cheia. Afinal de contas, na América estava de noite em quanto na Coréia ainda era horário de almoço.
   Lá para umas três da tarde, ela despertou. Foi ao banheiro, lavou aquela cara de enterro e colocou uma roupa esportiva.
   Se tinha uma coisa que a fazia esquecer de todos os seus problemas, era caminhar.
   O parque a umas onze quadras do hotel seria perfeito. Afinal, desde que ela colocou os pés no gramado daquele local, os seus problemas sumiram.
   Ela chegou, respirou fundo sentindo o ar fresco vindo das árvores livre de poluentes. Ela começou a correr, cada passo mais rápido que o outro.
   Por fim, ela parou, se sentou em um banco qualquer e avistou a empresa que Jeon trabalhava. A K enterprises.
   - O quê eu vou fazer? - Se perguntava. - Não posso entrar lá com essa roupa.
   Ela se levantou e caminhou para o sentido contrário, indo para a entrada do parque. Quando ela estava prestes a sair, ouviu uma voz percorrendo sua cabeça.
   - Espera! Espera! - Repetia diversas vezes.
   - Você outra vez? - Ela se virou para trás, avistando Jeon.
   - Oi! Desculpe vir assim, - Ele estava lindo com seus cabelos bagunssados.  - desse jeito, é que você corre muito rápido.

...

   Os dois se acomodaram sentados na grama, com várias árvores tapando o sol.
   - E então... - Disse Alyce, pensando no que mais dizer.
   Ouve um silêncio, talvez uma troca de olhares, mas eles não podiam esquecer que tinha uma pessoa no meio disso tudo.
   - Por quê não me conta sobre o seu marido?
   - Ele não é meu marido.
   As palavras de Alyce soaram como melodia nos ouvidos de Jeon.
   - Então o quê?
   - Bom, naverdade nós apenas namoramos. Mas eu moro com ele já faz algum tempo.
   "Que merda", pensou ele.
   - Pois dá no mesmo!
   - Naverdade não. Eu moro com ele mais por conta da minha carreira, e o mesmo diria ele.
   - Então vocês namoram sem amar um ao outro.
   Ela se segurou para não contar.
   - Não é isso, apenas não pretendemos nos casar agora.
   Papo vai, papo vem. Eles devem ter ficado conversando por tanto tempo que quando perceberam, já era noite.
   Jeon entregou-a sã e salva ao hotel. Eles pararam por lá e se despediram com um singelo abraço.
   - Você vai assinar o acordo com a banda, não vai?
- Perguntou ele, na espectativa.
   - Não posso.
   - Porque? Já sei, o seu namorado não deixou.
   - Além dele ser o meu namorado, também é meu empresário. Então é ele que cuida dessa parte burocrática para mim. Se ele disse que não vai fechar o acordo, é por que não vai.
   Ela entrou no hotel ao mesmo tempo que ele ficou vegetando na calçada.
  
...

   - Onde você estava? posso saber? - Perguntou Fábio, saindo do banheiro com uma toalha tapando aquela área cujo só os homens possuem.
   - O quê faz aqui? - Questionou ela.
   - Estava a sua espera.
   Ela se jogou na cama retirando apenas os tênis.
   - Quer saber? Acho que é melhor voltarmos para Los Angeles.
   - Uhu! - Gritou ele, retirando a toalha e chacoalhando - a pelo ar feito idioma. A sorte dela é que ele estava de costas.
   Seu coração estava partido. Ela ainda não fechou contrato com a banda, nem mesmo conheceu Seul direito. Mas o quê ela poderia fazer, já que não haveria mais droga nenhuma de contrato. Tudo graças aquele imbecil que continuava sapatiando pelado em sua frente.
  
...

   O despertador do celular tocou. Os dois, se levantaram da cama, se vestiram com roupas básicas e se mandaram para a reunião na K interprises. Eles pretendiam de uma vez por todas romper aquele contrato, embora iria gerar muitos lucros.
Lembre - sê de que nenhum amor é palio o suficiente para o dinheiro, na cabeça do Fábio, é claro. Para ele, se assinassem aquele contrato, ele iria voltar pobre para Los Angeles enquanto o seu ganhapão estaria nos braços de outro.
   A sala da reunião estava cheia de pessoas na qual Alyce nunca devia ter visto. As centenas de pessoas com fases orientais a deixavam mais confusa ainda. "Quem é o dono da empresa, o empresário da banda, os sócios dela. Quem! Quem!", pensava.
   Ela avistou um rosto familiar se sentado no fundo da longa mesa, na qual não poderia ser ninguém menos do que o Jeon.
   Apesar da reunião ter sido um tédio que só o Jesus nos acuda, o final foi incomparavelmente pior. Ver o Fábio rasgando o contrato na cara de todos os asesores, foi de partir o coração.
   - Arrumem outra otária para cantar no lugar dela! - Finalizou ele, retirando - se da sala o mais rápido possível.
   Ela correu atrás dele feito um patinho, já que se deixara ser manipulada por ele.
   - Alyce, espere! - Gritou Jeon, saindo da sala.
   - Não posso falar agora. O Fábio está me esperando no táxi.
   - Por favor. Só vão levar dois minutos.
   - Agora não, preciso mesmo ir.
   Alyce desceu as escadas, pois tinha fobia de elevadores, e foi até o exterior da empresa. Parada na calçada, olhando o fluxo dos carros, ela se perguntou:
   - Onde esta o Fábio? - Aquele cretino tinha se mandado. - Mas que filho da puta!
   Alyce entrou novamente na empresa e procurou pelo Jeon. Sempre que ela presisava dele, ele aparecia outra vez com aquele sorrizinho.
   - O Fábio foi embora! - Disse ela.
   - Quer uma carona?
   - Tudo bem.
   Aquele, sem sombra de dúvidas, seria o momento mais oportuno para os dois dialogarem.
   - Você não pode se deixar manipular por aquele cara. - Comentou ele.
   - Já conversamos sobre isso! - Eles deram uma breve pausa e continuaram. - Mas o que você tinha para me dizer?
   Ele calou - se, respirou fundo e se preparou para dizer o que devia ter dito a oito anos atrás.
   - Alyce, eu...
   - Espere um pouco. - Interrompeu ela. vasculhando sua bolsa.
   A caminho do hotel, Alyce pegou seu celular checando um e-mail no retrovisor de um tal "Biel123". "Venha me encontrar na cafeteria. Agora!", dizia a mensagem. No começo ela pensou que poderia ser um fã mas, quem ainda, em pleno século 21 utiliza e-mail para se comunicar.
   - Jeon, me leve até a cafetería da cidade? Preciso encontrar com uma pessoa.
   Alyce tinha um palpite de quem poderia ser. Talvez uma pessoa que ela conhecesse muito bem, mas que não via já fazia algum tempo.

  

  
  
  
  

Love And Music: For Jeon Jungkook (Em Revisão)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ