capítulo sete

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Amores e amoras! Aí vai mais um capítulo que eu espero que gostem e peço que não se esqueçam de comentar o que estão achando. Beijos da Mai

***

Julia

Se tudo que sonhamos se tornasse realidade na hora e no momento que gostaríamos a vida seria um conto de fadas, mas ela não é. Nem sempre tudo que sonhamos se realiza e muito menos, na hora e no momento que esperamos. A vida pode até imitar a arte e a ficção, mas ela é real, e ás vezes nos traz problemas, situações difíceis e dolorosas de serem enfrentadas.

Hoje é o dia que Eliza vem para ficar comigo, o dia em que Lucas vai para os Estados Unidos, sei que ele está apreensivo por deixar a filha por tantos dias para pregar em outro país, ele me mandou várias mensagens durante a semana dando instruções quanto a sua filha, embora quase tudo que tenha me dito eu de fato já soubesse, achei lindo de sua parte tentar garantir que Eliza estaria bem enquanto ele estivesse fora.

Meus pais acharam o máximo quando contei o pedido de Lucas para que eu cuidasse de Eliza por um tempo. Há muito tempo não tínhamos uma criança na família, a última foi minha prima Louise que já estava com 15 anos de idade. Meus pais sempre adoraram crianças e se mamãe não tivesse tido complicações depois do nascimento de Rafaela eu tenho certeza de que teria pelo menos mais dois irmãos.

Eles nunca me cobraram, mas vejo em seus olhos o quanto eles desejavam que eu já fosse casada e os dessem vários netinhos. Alguns meses antes do meu quase casamento com Victor, mamãe já planejava meu primeiro filho e o quanto iria paparicá-lo e mima-lo.

Era mês de março e eu decidi pedir aos meus pais e também chefes, o mês de férias, minhas férias estavam previstas para o meio do ano, mas eles como papai babões permitiram que eu tirasse minhas férias antes, o que foi ótimo, pois assim poderia cuidar de Eliza e dedicar tempo a ela, não queria que ela sofresse com a falta do pai, por isso faria de tudo para vê-la feliz.

Depois de ter tomado café da manhã, eu tomei um belo banho relaxante e lavei os cabelos. Vesti uma calça jeans de lavagem escura e coloquei uma camisa vermelha, calcei uma sapatinha preta, deixei os cabelos soltos e passei rímel e batom. Eu já estava me conformando novamente com o meu relacionamento com Lucas, seriamos apenas amigos e nada mais.

Cheguei em sua casa ás 11: 00 hs, seu voo estava marcado para ás 14: oohs e eu já estava triste por sua partida. Se um dia por milagre do Senhor, nos cassássemos eu ficaria mal em cada viagem. Por mais lindo que seja o seu chamado de levar a palavra de Deus, ver o marido fazer pelo menos umas dez viagens por mês não era algo bom de imaginar, eu sofreria muito.

Assim que toquei a campainha, Luíza abriu a porta para mim com o sorriso nos lábios, eu sabia que assim como a minha família ela torcia para que eu e o irmão ficássemos juntos agora, antes ela achava um absurdo, mas na última conversa que tivemos disse que eu era a mulher ideal para o irmão, e que já orava muito para que Deus abrisse os olhos de Lucas em relação a mim para que nós ficássemos juntos.

Obvio que eu chorei ao receber essa declaração da minha melhor amiga, ela mais do que ninguém tem acompanhado de perto a dor do irmão e sabe o quanto ele precisa de alguém para ajudá-lo a superar isso, e se ela achava que eu tinha o perfil para ser esposa dele era porque via maturidade e força em mim, coisas que eu achava que havia perdido ao me re-apaixonar por ele.

-Oi Ju, entra! -falou me puxando pela mão e logo me dando um abraço.

-Oi Lulu, onde estão todos? - Perguntei ao ver a sala de estar vazia.

-No quintal, mamãe está cozinhando e decidiu que todos deveriam almoçar lá nos fundo.

-Que legal! -Falei sorrindo. Já disse que amo a dona Diana? Seria minha sogra perfeita. Sorri com meu pensamento estúpido.

-Eu sei que ela é a sogra dos sonhos, meu marido fala isso sempre.

-Vamos! -falei puxando ela pela mão, eu e Lulu nos conhecíamos tão bem que chegava a ser assustador.

-Tia Ju! -Eliza veio correndo assim que me viu chegando no jardim.

-Oi minha anjinha! -Falei pegando-a no colo. -Como você está linda!

-Você também está linda tia, sabia que o papai fez essa trança me mim? -Sorriu ao mostrar uma trança embutida de lado.

-Ficou linda, igual a você. -beijei sua bochecha e coloquei ela no chão que logo correu até o pai que estava conversando com alguns amigos, todos membros da igreja que congregávamos.

-Oi pessoal, bom dia! -Falei sorrindo acenando para eles.

-Julia, aí está você. -Dona Diana veio sorrindo e me abraçou. Um abraço terno e cheio de carinho.

-Oi dona Di, já estava com saudades.

-Você precisa ir mais para o racho, aproveite esses dias com Eliza e venha nos ver.

-Farei isso sim, tenho certeza que isso a distrairá bastante.

-Julia, como está linda menina! - Seu José, pai de Lucas falou me pegando de surpresa, não imaginava vê-lo ali, ele estava um pouco doente, por isso não veio na última reunião na casa de Lucas, mas aparentemente já estava ótimo.

-Seu Zé, quanto tempo! -Falei o abraçando. -Está melhor?

-Estou ótimo, pronto para outra. -falou sorrindo.

-Não fale besteiras meu pai, o senhor é um velho muito chato doente. -Lucas falou segurando o ombro do pai enquanto se unia a nós.

-Oi Julia! -Sorriu ao me cumprimentar. Preciso dizer que esse sorriso derrete meu coração?

-Oi! -Sorri em resposta.

O almoço foi maravilhoso, ajudei Dona Diana a fazer a salada junto a Carol, esposa do melhor amigo de Lucas. Já conhecia ela de vista da igreja, mas nunca fomos próximas o que era uma pena, já que ela se mostrou uma bela companheira nessas poucas horas que ficamos juntas. Quando os convidados se despediram de Lucas meu coração já estava doendo ao imaginar sua partida.

Enquanto brincava com Eliza no chão da sala, ele desceu as escadas com suas malas, estava na hora de partir.

CONTINUA...

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