Capítulo Cinco

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Lucas

Essas duas últimas semanas foram mais tranquilas, a agenda de pregações foi menor e a empresa da família que eu sou advogado não teve nenhum grande problema a resolver. Isso foi ótimo, pois permitiu que eu dedicasse mais tempo a minha filha e buscasse realizar com ela atividades simples, mas que a deixasse feliz.

Em umas das tardes depois de voltar da escola e almoçar decidi fazer um bolo com ela, nunca fui um chef de cozinha, mas me virava bem e como Gabi amava cozinhar eu aprendi algumas coisas com ela e agora era minha vez de passar isso para minha filha.

Enquanto mexia o bolo com Eliza ela não parava de falar da tia Ju, de como a tia Ju era bonita, divertida e inteligente... Eu não estava mais aguentando ouvir falar de Julia.

-Meu amor, porque você fala tanto da tia Julia?

-Eu gosto dela papai, queria que ela fosse minha mamãe.

-Meu amor, a sua mamãe é a Gabriela, ela foi morar com papai do céu, mas nunca vai deixar de ser sua mãe.

-Eu sei papai...-Falou com os olhos marejados quebrando meu coração ao meio, não suporta ver minha filha sofrer.

-Não chora minha linda! -Falei pegando-a no colo e beijando sua cabeça. -Tá tudo bem.

-Papai, a vovó Diana disse que um dia eu ia ter uma outra mamãe.

-Olha aqui para o papai. -Falei colocando ela sentada na mesa. -O papai não pode dizer que isso será verdade, o papai ainda ama muito a sua mãe e não sabe se consegue amar outra pessoa que possa ser uma segunda mãe para você.

-Nem a tia Ju? Ela é legal papai e ela gosta de você.

-Se também gosto da tia Ju, mas não do jeito que ela merece.

- Ela não pode ser minha segunda mamãe? -Perguntou com os olhinhos brilhando de esperança.

-Não, ela é só a tia Ju.

Ela se conformou com a resposta, consegui distraí-la com outras atividades e ela esqueceu a conversa. Fiquei imaginando o quão inocente e ingênua minha filha era, mesmo que eu tivesse algum sentimento por Julia ela jamais sentiria o mesmo, eu tinha uma bagagem grande demais para ela suportar.

***

Julia

Oi Lucas, posso sim!

-Que ótimo! Posso te buscar em casa?

Estou na casa dos meus pais, me passa o endereço que eu te encontro.

-Não precisa, eu sei onde é. Te vejo ás 19:00.

Rafaela me entregou o celular depois de ler essas mensagens umas mil vezes. Eu estava sentada na minha cama imaginando o que de tão urgente Lucas tinha a me falar e quando me dei conta já era cinco e meia da tarde e eu nem tinha uma roupa para vestir.

Procurei no meu guarda-roupa algum vestido que ficasse bom e encontrei um que tinha esquecido de levar para minha casa. Era azul marinho e longo, era ombro a ombro e fica bem no meu corpo. Calcei uma rasteirinha e prendi o cabelo num coque alto. Fiz uma maquiagem simples e passei perfume. Quando a buzina tocou eu já estava pronta o esperando na sala.

Embora minha irmã tivesse formulado milhares de hipóteses que pudesse dar sentido aquele encontro no fundo eu sabia que era algo relacionado a Eliza e esperava que não fosse nada ruim. Quando cheguei até o carro Lucas já tinha saído e estava no lado de fora me esperando. Eu realmente esperava que fosse algo muito importante o motivo desse jantar, pois estava difícil para o meu coração apaixonado não se desmanchar de amores com a imagem daquele homem a minha frente.

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