Capitulo 1: O fenômeno

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 CAPITULO I

O fenômeno

Manhã de julho, quinta-feira em localidade fabril na Amazônia oriental.

Apesar do prenuncio de tênues raios solares iluminando a densa floresta observa-se pequena, mas sufocante interferência de fumaça, talvez pelos incêndios de difícil localização naquele mar verde e esplendoroso.

Gonzales, um engenheiro graduado no sudeste do país, trabalhava em uma mineradora local e estava em transito de seu apartamento para a usina.

Durante o trajeto, pensava: puxa, se fosse no sudeste tudo bem, mas até aqui...às vezes ficamos sufocados com esta fumaça irritante e impertinente!

Ao chegar à usina depois dos cumprimentos habituais, um técnico assinalou:

-̶ Engenheiro Gonzales observou a intensidade da polui-

ção de hoje?

-̶ Sim, Jonas. Estava pensando nisso. Porém, aqui, neste fim de mundo, também temos de encarar este incomodo? O que está acontecendo? Não era assim quando aqui cheguei, há quase três anos...

-̶ Pois é, - concluiu o técnico- acostume-se, porque no sudeste logo terão de usar mascaras protetoras, tal é a poluição que apresenta aquela região. O Sr. não assiste a TV?

-̶ Ultimamente não, porque leciono à noite e, aos finais de semana, aprecio freqüentar o clube. Piscina, tênis, vôlei, bate papo com os amigos, você sabe!

A rotina de todos os dias continuava naquela região e notava-se a persistente fumaça na floresta em quase todas as ocasiões, fosse de manha ou ao entardecer.

Aliás, a temperatura local, cujo ar era predominantemen-

te úmido, nunca ultrapassava os 36 graus centigrados no período do verão, porém, havia dias que ocorriam picos térmicos de 39 até 41 graus centigrados. Muito quente!

Devido ao clima local, também rarefeito, o suor era cons-

tante apesar da instalação de aparelhos de ar condiciona-

do em todas as salas da usina , e na maior parte das moradias funcionais.

Noite de verão, 1983.

Era um sábado, 21h42 min.

Gonzales estava em sua varanda ,estirado em uma velha rede de algodão, pensando na família ausente.

Infelizmente, a esposa não se adaptara ao local onde ele exercia suas funções e, após três meses de intempestiva estada, ele decidiu retornar ao sudeste com a esposa e os dois filhos: Ferdinando, 4 anos, e Aline, 1 ano incompleto. Seu contrato de trabalho ficou em jogo, contudo, o filho havia contraído uma virose crônica em uma das pernas e seu superior hierárquico permitiu que a família viajasse ao sudeste para tratamento definitivo e seguro, já que no hospital local era impossível interromper o surto daquela virose desconhecida, inclusive, pelos próprios médicos da região.

Durante a convalescência do filho, sua esposa, Arminda, relutava em retornar com ele, pois ela odiava aquele local e o considerava longínquo, inseguro, pacato e perigoso. Entretanto, ele havia contraído no sudeste, devido ao longo periodo de inatividade motivado à recessão, pesadas dividas que exigiam resgate breve...

Um Enigma na Amazonia - contato   ( livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora