— Calma aí, Christian. — torci o nariz diante de seu tom calmo. — Resolvi pagar a dívida só agora porque os negócios não estava indo bem, sabe?

— Enfia essa mentira no meio da sua bunda.

Ele fingiu não me ouvir, o que só me deixou mais irritado.

— Vou acertar as contas com você pessoalmente. Me encontre daqui uma semana no Denver, mandarei a hora e o endereço por e-mail.

Não respondi e simplesmente desliguei. Fácil assim? Ele pensa que sou idiota ou o quê?

Vou até a garagem e dou a partida no carro. No caminho, ligo para Mário, que resulta em sete ligações efetuadas por mim e todas perdidas, e um estresse tão grande que me sinto tonto por alguns instantes.

Passo pelo enorme portão e estaciono uns dez metros longe de sua casa. Toco a campainha e espero alguns segundos para ele atender.

Conto mentalmente até cinco. Agora já chega. Perdi a paciência.

Me afasto três passos para trás e quando estou prestes a sacar a arma e dar um tiro na fechadura, um homem e mais outros vem até mim, todos vestidos discretamente e com elegância. Reconheço o que se aproxima, fazendo um aceno com a cabeça. Por um segundo, esqueci que Mário tinha seguranças por todo o local.

Boa tarde, sr. Charles.

Não me chama de senhor porque eu me sinto um velho. — respondo, nada gentil. — Você tem a chave dessa porcaria?

Não. O sr. Mário nos deu ordem para que não deixássemos ninguém entrar, falou que ia descansar.

Franzo a testa.

Eu vou entrar. Agora. — falo destemido.

Sentimos muito, estamos apenas cumprindo ordens. — ele e os outros deram um passo à frente.

Estão cumprindo ordens de um cara que cumpre as minhas ordens! — dei um passo para a frente também, e os outros de trás dele apontaram suas armas para mim. — Me digam, vocês preferem os empregos ou as vidas? Porque, se pensarem bem, se me matarem vocês terão milhões de pessoas furiosas atrás de vocês. Mário será um deles. — dei de ombros quando falei a última frase.

Ele olhou para o resto de seu pessoal e acenou, o que fez com que eles baixassem as armas.

Bom garoto. — dei duas batidas em seu ombro. — Merece um petisco.

Apontei minha arma silenciada para a fechadura e atirei. Entrei, procurando-o. Subi para o segundo andar e escutei uma música vinda de um quarto, me aproximei mais e sem medir esforços a abri com violência, fazendo Mário pular com o susto e as duas mulheres gritarem.

— Eu devia imaginar. Então esse é o seu descanso?

— Cara, não sabe bater não? — perguntou, praguejando baixo e capturando sua calça.

— Eu te liguei milhões de vezes e ainda tinha uns caras lá embaixo que não queriam me deixar entrar.

— Como entrou? Não lembro de ter deixado-os com chave nenhuma.

— Como acha que entrei? Me teletransportei, é claro! — as duas mulheres soltaram uma risada.

— Minhas princesas, me desculpem, mas vocês precisam ir. — disse Mário, virando-se para elas.

— ¿Por qué tu amigo no juega con nosotros? — disse a mulher alta e de cabelos pretos. A outra olhou para mim animada, concordando.

— Nosotros? Que merda é essa, Mário?

— Ela quer que você brinque com a gente. — em seguida, acrescentou: — Él es gay. — as duas me olharam de cima a baixo e cochicharam. Ele não disse o que eu acho que disse, disse?

— Falou que sou gay?! — objetei gritando.

— Elas entendem o que você está dizendo. — olhei e uma piscou.

— Ele está mentindo. Não sou gay. E, para deixar claro, eu nunca vou transar com o Mário por perto. — elas assentiram tristes e começaram a se vestir.

— Vou mandar o Marc para levar vocês embora. — Mário disse e saímos do quarto. Então falou, frustrado: — Não acredito que você fez isso! Eu nunca atrapalhei uma transa sua.

— Desde quando você fala espanhol? — perguntei curioso.

— Desde que comecei a sair com garotas espanholas. — revirei os olhos. É claro. — Por que está aqui? — perguntou.

— Decidi visitar o meu amigo, não posso?

Mário franziu a testa.

— Tenho certeza de que não é só isso.

— Não. Não é.


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Capítulo revisado. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora