Introdução

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Antes de tudo, queria dizer que o que foi mais importante pra mim nessa viagem foram as pessoas que eu conheci e as experiências que eu passei. Tudo me levou à independência e ao crescimento pessoal. Dar mais valor às amizades, dar mais valor ao que você tem, cuidar de si mesmo, saber se virar sem seus pais e não cair em tudo só pela simples diversão. Claro que eu cai em quase tudo, não chamo de cair, então, mas sobre isso você vai ter que ler. Talvez eu nao consiga passar todo o entusiasmo adolescente dessa viagem, eu sou, sinceramente, uma pessoa um pouco fria, mas vou passar pelo menos os fatos. São tantos momentos que eu queria encaixar nessa história, sobre o Kike, a Eden, a Zarja, o Carl, o Yohann, o baby Álvaro, o Tommaso, o Bruno, a Blanca, até a Mannon etc mas não sou muito boa escritora, vou tentar passar todas essas experiências pra vocês.

Hoje é dia 5 de agosto de 2014 e eu decidi contar a história da melhor semana da minha vida. Essa semana começa no domingo, como no calendário uma semana começa, era dia 13 de julho. Era início da 3ª semana de viagem que eu fiz com a minha melhor amiga, Isabela. Introduzindo essa história, tenho 16 anos e Isabela, 17. Estavamos passando o verão (inverno brasileiro) na Riviera Francesa, numa cidade estudantil chamada Antibes, localizada entre Cannes e Nice. Nenhuma de nós duas era fluente em francês, então, usamos isso como desculpa para nossos pais nos mandarem sozinhas para a frança: aulas de francês.

Nossa estadia na França se deu em um campus internacional (Centre Internacional d'Antibes) com mais de 350 estudantes de todo o mundo, todos entre 12 (infelizmente) e 17 anos. Nessa última semana, eram de maioria Espanhola, Alemã, Italiana, Suíça, Russa, Turca e minorias, nessa ordem. Todos unidos pelo inglês. Afinal, todos estavam ali como uma desculpa, como eu e Bela. Como brasileiras e mais animadas daquele campus, nós conhecemos todos facilmente e nos familiarizamos, principalmente, com os espanhóis. Muito animados, eles amavam brasileiras. Sobre isso, tivemos uma colega brasileira. Barbara, uma mineira de 15 anos que mora em São Paulo. Nós 3 eramos as únicas brasileiras e estavamos juntas no quarto 7112. Durante essa semana que tinha acabado de começar, Bárbara estava no que gostavamos de brincar chamando de "summer love" com um Espanhol chamado Enrique (Kike). Eu estava no que eu chamo de "rolo" com outro Espanhol chamado Gonzalo. Acho importante antes de começar a falar do primeiro dia, contar a minha história com o Gonzalo.

Nossa história começa na primeira semana quando eu e Bela saimos para fumar (comum e permitido em determinado horario no campus) com dois Britânicos que moravam nos Estados Unidos. Lá estava o Gonzalo, um cara de 1m78, provavelmente, cabelo castanho, olhos verdes, pele clara e um olhar sério. Ele vestia camiseta, shorts e alpargata (como sempre). Nós 4 (eu, bela e americanos) dividiamos uma shisha (cigarro elétrico, o conhecido narguile em caneta) de sabor abricot e ele fumava sozinho seu Malboro. Essa cena foi muito interessante pra mim, depois que ele começou a falar de sua vida, ela pareceu ficar ainda mais. Eu sempre tive alguma coisa por caras que fumam. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a Isabela já tinha entendido há muito tempo o meu olhar. Isso era terça da 1ª semana, dia 1º de Julho. Na quarta da semana seguinte, depois de algumas aulas de Francês juntos, eu tive o momento mais romântico da minha vida. Estavamos eu, ele, Isabela e outros espanhóis, numa praia, à noite, chamada Juan Les Pins em Antibes (Bárbara, com 15 anos, não podia sair). Estavamos num bar pé na areia e eu, estressada porque não iamos a um show, saí da mesa e sentei numa cadeira de praia. Fiquei lá observando aquela maravilhosa vista composta apenas pelo mar e vários iates ali perto. A música do show vinha baixinha quando o Gonzalo sentou-se do meu lado. Entre um papo e outro, quando os dois pararam de fumar, começaram fogos de artifício (longe o bastante para que fossem apenas vistos e não ouvidos). Eu me senti num filme. Praia à noite com fogos e música, a única coisa que faltava era um beijo. Ele pensou o mesmo. Depois disso rolaram mais alguns beijos pelo campus, mas ele não quis nada "sério".

Sobre esse papo de casal, a Bárbara e o Kike eram do tipo que precisava de contato físico 24h por dia. Acho importante falar isso antes da história. Eu não aguentaria mais uma semana tendo que ficar trancada com a Isabela no banheiro esperando os dois fazerem os "kisses and hugs" deles.

Outro espanhol imporante antes do início da história é o Baby Álvaro. Recebeu esse apelido por ser tão querido por nós (e porque tinham mais 2 Álvaro no campus). Com 15 anos, ele era a companhia mais engraçada daquele campus. Um gato em potencial devo, também, dizer. Apesar da pouca idade, era de bastante atitude e tinha seu estilo próprio, ele é grafiteiro. Ele despertou esse encanto numa menina da Eslovênia chamada Zarja e também em uma Alemã chamada Anna Christina. Com a Zarja ele deu seu primeiro beijo (sim, sério, na espanha é assim). E com a Anna Christina ele teve algumas decepções nessa 3ª semana.

Acho que isso é o bastante pra você entender o que se passava nessa melhor semana de todas.

Abricot 7112Where stories live. Discover now