capítulo 38

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Capítulo 38

André

Aos poucos Cecília foi acalmando, ela me explica tudo que aconteceu no dia 04/04/2014, a tentativa de suicídio, a descoberta da gravidez, o anjo no sonho dela, como conseguiu levar adiante a gravidez, o pensamento em abortar, ela fala tudo que passou. Fico sem reação, meu coração doe por saber que Cecília passou por tudo isso e eu não estava do seu lado para ajudá-la. E doe mais ainda em saber que tudo isso é culpa minha. Mas agora estamos aqui, ela me deu mais uma chance, bom eu acho que deu, caso ao contrário não tinha deitado comigo. E eu vou saber aproveitar toda essa oportunidade, não vou deixar meus dois amores sozinha nesse mundo, elas são minhas para eu cuidar e amar.

Como pode nossas almas está ligada dessa forma? Como pode ter amores tão fortes assim? Todos nós  temos um propósito nessa vida e o meu e de Cecília é ficar juntos. Estou irradiante com essa descoberta, por saber que não adianta fugir o nosso destino é um do lado do outro.

Nós continuamos ajoelhados no chão do banheiro, Cecília tenta esconder seu rosto nos meus braços, acho q está com vergonha de toda revelação. Desgrudo nossos corpos segurando em seus ombros, ela me olha por uns3 segundos seus olhos estão vermelhos e bastante inchados, ela abaixa a cabeça. Vejo todo o sofrimento neles, vejo que tudo isso a machuca ainda e eu só quero arrancar todo esse sofrimento dela, mostrar que eu mudei, mostrar o tanto que eu a amo, o tanto que sofro por isso também, mas podemos superar isso juntos. Pego pelo seu queixo levantando sua cabeça, ela fecha os olhos para não me olhar.

- Cecília por favor me olha. – ela aperta os olhos fazendo escorrer algumas lágrimas e abre os olhos. – Por favor não chore mais, vamos colocar uma pedra no nosso passado, vamos recomeçar tudo de novo, eu quero você pra mim Cecília, eu preciso de você do meu lado. – seguro seu rosto e olho bem nos olhos dela, que agora estão brilhando e atento em todas minhas palavras. – Olha vamos fazer assim, se você não quiser se envolver comigo agora vamos ser amigos, nesses dias em que eu for ficar aqui, juro não tocar em você se não quiser, juro não te da um beijo sem seu consentimento. Eu quero você, mas para isso você tem que me querer também. Queria muito que essa noite não fosse só uma recaída para você, porque para mim foi muito mais, foi nosso reencontro, nossas vidas seladas mais uma vez, mas vou deixar você pensar, colocar seus sentimentos no lugar, e resolver toda essa confusão que está aí dentro do seu peito. – digo encostando nossas testa deixando umas lágrimas escapar dos meus olhos.

Eu a quero, mas não posso força ela a nada, nosso destino é ficar juntos, eu sei, mas pode ser como amigos também, isso depende só dela. Nossas vidas está na mão de Cecília.

Me levanto e puxo Cecília para levantar também. Ela não fala nada, continua muda isso me deixa chateado. Acabei de tomar meu banho, não encostei mais em Cecília, sai do chuveiro deixando ela com seu pensamento e espaço. Não adianta eu ficar sufocando ela. Me enxuguei, vesti meu bermudão e sair do banheiro.

Preciso respirar um ar longe de Cecília, nós dois juntos aqui não vou deixar ela pensar em nada, e seu silêncio está me matando. Visto uma camisa, calço um tênis, pego celular, carteira, chave da moto, o capacete e saiu do quarto. Olho as horas e são 5:30 horas da manhã, preciso esfriar a cabeça, preciso acelerar um pouco para me acalmar. Acelero sem rumo na cidade, não conheço muito aqui, mas sempre atento aonde ando, essa cidade aqui é bem perigosa.

O dia já esta claro, bonito por sinal, o relógio no painel da moto marca 7:15 sei mais ou menos onde estou, não muito longe do hospital. Avisto uma padaria bem grande e movimentada, lá deve ter algumas coisas de diferente para comer. Estaciono a moto e entro na padaria, realmente tem várias opções, escolho para mim um pão de batata recheado com requeijão, presunto, mussarela e calabresa e para Cecília uma caçarola sei que ela ama isso, mas vou levar um igual ao meu, com toda certeza ela vai pegar o meu mesmo, o de beber pegamos na lanchonete mesmo.

Sigo direto para o hospital estaciono a moto sinto meu celular vibrar deve ser Cecília, pego o mesmo e vejo que é minha mãe.

Ligação on

- Oi mãe.

- Oi filho, esqueceu que você tem mãe? E está me deixando preocupada?

- Desculpa mãe, aconteceu alguns imprevisto.

- Com minha neta? – pergunta preocupada
- Não mãe, estou indo vê ela agora.

- O imprevisto foi com Cecília, mas ela está bem. – falo tudo de uma vez antes que me enche de pergunta.

- A graças a deus filho, hoje a tarde vou visitar vocês e não vem com essa que eu não vou, eu vou sim e sem discussão. – e adianta discutir com ela ?

- Ok mamãe, você pode fazer o que quiser, desde que não brigue com Cecília, pode vim sim.

- Eu não vou brigar só vou conversar André.

- Te conheço dona Clara, Cecília  não está em estado de escutar nada por agora, então controle sua língua mamãe, por favor.

- Está bem filho. Prometo não falar nada.

- Então vou lá vê Maria, quando vocês chegar me liga.

Ligação off

Não confio na minha mãe, ela não tem travas na língua e sei que vai da confusão quando ela chegar. Entro no hospital, não sei se Cecília chegou, mas quero vê o rostinho de Maria um pouquinho. Conversar um pouquinho com ela.

Vou até a recepção me identifico e eles libera minha entrada, no corredor onde fica o quarto de Maria vejo uma movimentação fora do normal, meu coração acelera. Corro em direção do quarto e vejo Cecília no cantinho observando pela janela, corro até ela.

- Cecília aconteceu alguma coisa com Maria?

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