capítulo 5

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Respirei fundo para não voltar e da um murro na cara dela. Sei que fui mais cachorro do que ela , mas pra que ficar me provocando? Seguir para o carro, tentei ligar para Cecília, mas só dava caixa postal, fui em sua casa e ela não estava lá, andei por toda a cidade, olhei em cada canto e nada, voltei na casa dela e nada, ninguém sabia dela e nem do acontecido, preferir mentir para dona Joana não ficar preocupada.

Fui para minha casa e contei ao meus pais tudo que ocorreu, meu pai só faltou me expulsar de casa. Me senti um lixo, ela foi e é amada por todos daqui de casa, minha mãe ficou decepcionada comigo, eles ficaram um bom tempo sem olhar em minha cara. Eu sei que merecia, mas foi muito doloroso, perdi minha mulher e de quebra meus pais!

Depois desse dia, nunca mais vi a Cecília, procurei em sua casa várias vezes, mas dono Joana disse que a filha viajou e que ela não falou para onde ia, sei que ela mentiu, não julgo, ela só queria proteger a filha do monstro!

Procurei suas amigas para saber notícia dela, mas nenhuma sabia de mais nada da Cecília, sempre ligava para seu número, sempre mandava mensagens mesmo sabendo que nunca ia ter retorno. Ela excluiu todas suas redes sociais e todos da sua vida por minha causa.

Entrei em depressão e me afundei no álcool, achando que era a melhor saída, foi nesse momento que percebi o melhor irmão do mundo, Arthur me ajudou a sair dessa mostrando que eu podia desabafar em cartas.

Nelas eu podia falar, gritar, desabafar, falar o tanto que sentia falta, sentia muito, e foi o que mais me ajudou a superar o sumiço de Cecília. Escrevo sempre a noite quando me deito, lá escrevo tudo o que passei no dia, as alegrias, as tristezas, vontades e superação.

Hoje eu tento levar minha vida de boa, tento ser mais normal possível, afastado das bebidas e das farras, procurando focar mais no meu trabalho. Tenho uma ficante fixa, mas nada além de uns pegas, sem compromisso sério por tempo indeterminado.

Vendi a casa que eu e Cecília construímos guardei o dinheiro para quando ela voltar eu entregar sua parte, sei que ela nunca ia aceitar ou até mesmo voltar, mas fica lá guardado quem sabe um dia precisa.

Hoje é aniversário da minha mãe, vou ao shopping procurar alguma coisa diferente para ela, resolvo chamar Vanessa para me ajudar a escolher. Vanessa é a ficante e sabe de toda minha vida com Cecília.

Gostei de Vanessa porque ela me lembra um pouco Cecília, ela topa tudo em todas as horas, sem muita frescura, e não me pressiona um relacionamento sério.

Chego no shopping e estaciono o carro bem próximo á entrada, Vanessa está se ajeitando, enquanto isso vou saindo do carro.

- Espera amor estou indo. -diz andando rápido em minha direção.

- Estou esperando. -digo olhando para ela e caminhando para a entrada.

A porta se abre a medida que o povo vai se aproximando.

- Vamos Vanessa. -digo pegando em sua mão e a puxando.

Quando olho para frente eu paralisou ali no meio da porta, meu corpo treme, vejo um par de olhos pretos de jabuticabas me olhando.

Não é possível que seja ela, meu Deus como ela está bonita. Não estou acreditando que depois de 5 anos encontrei ela de novo.

Ela está parada, sem reação alguma, e eu estou agitado, coração a mil, vontade de correr e abraçá-la, de beija-la, de falar o tanto que sentir falta, pedir desculpa, pedir para ela voltar para mim, para nossa cidade. Vejo Sarah aproximar dela, ainda não notou minha presença, pois está distraída com o celular.

Cecília está muito mais bonita, seus cabelos estão na cintura como ela sempre queria. Lembro que ela tinha uma paranoia com esse cabelo, falava que só ia casar quando o cabelo chegasse na cintura. Ela era muito doidinha. Mas eu amava, amo ainda!

Largo a mão de Vanessa as pressas, ela percebe algo mas não questiona.

Sarah se aproxima e tira Cecília dos seus pensamentos, ela olha continua a me olhar enquanto Sarah fala alguma coisa que não escuto.

Quando Sarah olha para frente para vê onde sua amiga tanto olha e percebe que sou eu ela sai puxando Cecília, mas ao passar do meu lado eu não resisto e pego ela pelo braço.

- Cecília. -falo com a voz trêmula.

- André. -diz.

- Te encontrei, quem é vivo sempre aparece!

- Para você estou morta e enterrada. Então o que você está vendo aqui é um fantasma, não se iluda com sua imaginação. -diz com seu jeito debochado que não mudou nadinha.

- Seu bom humor nunca muda.

- Até o meu humor você quer arrancar de mim? -pergunta com ironia olhando em meus olhos.

- Cecília vamos conversar?

- Não tenho tempo para conversas do passado e no momento estou bem ocupada e você pelo jeito você também está. -diz olhando Vanessa.

- Não é nada que você está pensando.-falo esclarecendo.

- Não estou pensando em nada, agora se me de licença preciso ir. - diz forçando o braço e eu a deixo ir.

Deixo ir, mas não vou deixar ela partir de vez, dessa vez não, eu vou conseguir essa mulher de volta.

AS ESTRELAS SABEM DO NOSSO DESTINO. Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon