Como perder um Marquês (TRONNOS-1)

Capítulo 32

Assim que Felipe saiu daquele jeito, continuei minha conversa com Thomás:
- O que Maurício está fazendo aqui?- na verdade ele quem continuou os assuntos.
- Eu quem convidei.- digo orgulhosa.
- Você perdeu a sanidade?
- Pela milésima vez, não estou louca!
- Mas é a primeira vez que afirmo isso.
- Embora não seja o primeiro.- falo baixo.
- Como disse?
- Nada.
- Você quer matar o Felipe do coração ou de ciúmes mesmo?
- Nenhum nem outro. Estou tentando selar a paz aqui.
- Bem, não vai conseguir selar paz nenhuma iniciando uma nova guerra...
- Sem querer acabar com sua filosofia metódica, mas eu não travarei guerra alguma.
- Ah tem razão, você não travará, você já travou.
- Para com isso. Vamos discutir nosso assunto principal ou não?
- Olha, você também é minha amiga, portanto também é meu assunto principal... Eu gosto muito de você- é impressão minha ou eu escutei isso de alguém também?- Gosto mesmo. Sinto-me no dever de escuta-lá e sinto que você faz parte da minha vida de um jeito que não entendo.- O mundo virou para mim e disse que hoje sou importante para a maioria?
Fico feliz por Maurício e Thomás gostarem de mim, mas isso está dando a entender de um modo estranho, visto que parece que estão me cortejando e a única pessoa que eu gostaria que fizesse isso é Felipe!
- Também gosto de você, Thomás. Por isso vou te ajudar a conquistar Naomi.
- Acho que ela não quer ser conquistada por mim.
- Oras, não desanime. Não faz nem dois dias que a conhece e está nesta conquista, muitos demoram anos.
- Você está me ajudando muito.- ele ri.
- Mais que qualquer pessoa.- eu também dou risada e o clima parece voltar a ficar leve novamente.

~🌹~
Por Felipe
Meu dia não está sendo muito alegre.
Depois de uma manhã em que sai para falar com o advogado sobre a papelada da anulação e resolver todos os adereços e posses que Luísa deverá ficar após isso, penso que a sociedade saberá que não consumamos o casamento, porque obviamente todos sabem que só é possível uma anulação quando o casal não cometeu o ato mais íntimo. Andei pensando seriamente em como anular sem prejudicar minha futura ex-esposa. Tive uma ideia brilhante,devo confessar, vou dizer a madame Liz, que é a maior mexeriqueira da cidade, que meu casamento com Luísa não deu certo porque eu a traí e no fim descobri que meu primo que estava procurando uma noiva era um bom sujeito e que para compensa-la os apresentei e eles ficaram amigos, depois que cometi a tal "traição" resolvi anular o casamento não consumado e que não tinha sido consumado ainda, pois, na noite de núpcias ela ficou doente e gemeu a madrugada inteira reclamando de dor. Com certeza ela acreditará, afinal ela me ajudou a socorrer minha esposa quando esta desmaiou em seu ateliê, direi também que não consumamos depois porque ela se sentiu indisposta com toda sua enfermidade e eu como cretino que sou não esperei e a traí com a primeira mulher do bordel que apareceu. Tudo se encaixa perfeitamente, até eu acreditaria se não fosse eu quem estivesse inventando.
Voltei para casa depois que tudo foi assinado por mim, agora só faltava Luísa assinar, levarei para ela de aniversário junto com o colar. Será o dia mais feliz da vida dela.
Assim que chego, vejo Luísa com olhar preocupado e como conheço aquele belo rostinho e suas expressões, vejo que algo não está certo.
No meio de nossa conversa, vejo a pessoa que antes de Luísa, era quem eu queria ver, pois sentia falta do meu único amigo, mas que depois que começou a flertar descaradamente com minha esposa e ameaçar vingança... Naquele momento esta era a pessoa que eu menos queria ver.
Eu queria estar certo, mas infelizmente estava enganado, pois depois do almoço, o último indivíduo que eu desejava ver era Thomás, pois o vi rindo e o ouvi falar que gostava muito de minha esposa! Foi aí que eu vi que tinha feito a coisa certa quanto a anulação do casório. Ele a ama e é recíproco. Como fui tolo. Ela disse varias vezes que queria ser livre, livre para amar e eu quem impedi, na verdade nossos pais impediram. Não só ela, mas também a mim. Eu estava feliz com minha vida universitária com visitas não tão esporádicas ao alcoice, entretanto, perder Luísa me afetava e parecia um erro, cada vez que eu a vi conversando com outro homem, um ciúme descontrolado crescia sobre mim e eu já não estava mais respondendo aos meus atos. Eu amo aquela garota mais que tudo! E é por amá-la que vou deixá-la. Se ela será mais feliz sem mim, então que assim seja.

~🌹~
Por Luísa
Eu realmente não sei o que se passa com Felipe, depois de sair, ele não retornou para casa, fazia quase três horas que ele estava fora e eu já começava a me preocupar, ele não tinha dito para onde iria e nem que horas voltaria.
~
Duas horas depois.

Já anoitecia, todos já tinham jantado e resolvi esperar Felipe no banco de madeira revestido de tinta branca no jardim, com luzes bruxuleantes vindas dos pequenos postes à lamparina que cercavam o jardim da casa e eram acesos durante a noite.
A brisa noturna era um pouco fria e eriçava meus pelos do braço, mas eu ficarei aqui até que meu marido chegue, ele levará uma bronca por sair sem dizer onde vai e quando volta, deixando-me preocupada por não saber se algo aconteceu com ele ou se só se atrasou devido ao compromisso.
- O que uma dama tão bela faz aqui tão sozinha?- não me viro para ver quem é, pois não reconheço a voz de imediato, sei que não é Maurício, pois este saiu no fim da tarde e se despediu de mim e bem, não se parece com a voz de Thomás... Ah, lembrei.
- Boa noite senhor Eldred.
- Boa noite.- ele senta ao meu lado no banco.- O que faz aqui sozinha, no vento frio?
- Não está frio, está em uma ótima temperatura.- está um pouco frio sim, mas ele não precisa saber.- Estou aguardando meu marido.- digo por fim.
- Felipe ainda não voltou daquela hora?
- Não.- digo preocupada.
Sr. Eldred toca em meu braço e diz:
- Não se preocupe, Felipe é um garoto levado e talvez demore a voltar, mas virá em breve.
- O senhor sabe onde ele possa estar?- sua mão escapa de meu braço e vai até minha perna, pousa em meu vestido e eu acompanho a mão dele com o olhar.
- Ele pode estar em qualquer lugar. Talvez fique a noite fora.- os dedos de sua mão faziam movimentos circulares na saia de meu vestido, desconfortável me levantei de um salto e fiquei em pé de frente para ele.
- Então, acho melhor eu entrar.- começo a me movimentar, mas ele me puxa pelo pulso e quase caio em seu colo, ele usa sua mão que antes estava em meu vestido e toca em uma mecha de meu cabelo.
- Se seu marido não voltar, posso dar uma passada no seu quarto mais tarde para me certificar que está bem.- Saio o mais rápido possível de perto de suas mãos e fico a um metro de distância dele.
- Não é necessário, eu sei me cuidar.
- Estou sempre a disposição. Quem sabe hoje eu não passe em seus aposentos?- ele me lança um sorriso malicioso e só consigo sentir nojo.
Saio dali e vou em direção ao meu quarto e quando estou me aproximando, saio em disparada e ao passar tranco meus aposentos.
Deito em minha cama e toda aquela angústia guardada por dias escorre em forma de lágrimas.
Choro por mais de vinte minutos até cair no sono com o travesseiro umedecido pelas gotas que saíram de meus olhos.
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Vocês gostam do Eldred?
Fica no mistério se ele é vilão ou mocinho...
Alguns já devem pensar a respeito e chegar à conclusão.
Foi isso!
Irei ver se posto amanhã. (Por causa das provas)
Bye!
😆