Prefácio

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Sempre sonhei em encontrar meu verdadeiro amor, uma pessoa com quem partilhar meus desejos, alguém com quem conversar e ser compreendida sem medo de ser julgada, ser respeitada, sentir arrepiar cada parte do meu corpo como acontece em muitos livros que li com os casais apaixonados, infelizmente minha realidade está longe de ser essa, minha mãe faleceu quando eu tinha dezesseis anos, há três anos, ela se chamava Margareth e fiquei com meu pai, Carlos.
Depois da morte da minha mãe, meu pai se culpou muito e depois disso nunca mais foi o mesmo, sabe, ele nunca ligava para a família, vivia trabalhando e passava as noites nos jogos de azar, apostava mais do que o próprio salário e sempre tínhamos que fazer um corte em alguns gastos, embora isso nunca tenha feito um grande estrago na nossa vida.
Há três anos que ele deixou de trabalhar, mas não deixou os jogos, vive mais com eles do que comigo.
Seu dinheiro estava acabando e ele teve que despedir todos os empregados da casa, me deixando com todos os serviços domésticos.
Eu não tinha tempo para me arrumar, para me preparar para minha temporada em Londres e sucessivamente não teria como achar um marido.
Isso não podia ficar assim! Eu não estava vivendo, estava vendo meu pai afundar nas dívidas e na bebida, eu estava vendo minha vida e minha liberdade- e meu sonho de casar com meu verdadeiro amor- indo para o ralo.

Antes que eu pudesse pensar em mais algo, adormeci, eu estava deitada na cama e o cansaço me vencera. Na manhã seguinte, acordo com batidas na porta de meu quarto.

- Quem é?- pergunto levantando sem nenhum ânimo a cabeça do travesseiro. Minha voz mais rouca do que eu previra.

- Sou eu.

- Já vou sair, pai.-

Me levanto, vou me lavar e me arrumo.

Quando entro na sala de estar, vejo que temos visitas.

- Filha, que bom que chegou.- ele se levantou do sofá e sorriu um sorriso bem forçado.

- Bom dia! Vejo que temos visitas.

- Ah, ela é linda mesmo, Carlos.- um homem meio barrigudo e alto, cabelos grisalhos, fala. Ele está sentado ao lado de uma mulher que logo fala palavras não tão gentis de se dizer a alguém.

- Achou mesmo? Bem, aos olhos da sociedade ela terá que ser mesmo.- Essa mulher era esguia e muito alta, sua cara lembrava mais um cavalo do que um ser humano, ah e tenho certeza que se o ar fosse respirado com base no tamanho do nariz, tenho certeza de que todos estaríamos morrendo asfixiados enquanto ela estaria inspirando e expirando aos quatro ventos.

- Bom, não irei atrapalhar a conversa de vocês, irei tomar um chá e comer alguns biscoitos, com licença.

- Não seja mal educada! Luíza volte aqui para que eu lhe apresente as visitas.- Eu que já estava de costas, dei meia volta, e olhei para meu pai.

- Sim, pai.- Poxa, e eu nem tomei meu café da manhã e já estou tendo que aturar isso.

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Where stories live. Discover now