Capítulo 08

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Acordo e vejo que estou em uma cama desconhecida.
Oh céus onde eu vim parar? Olho meio atônita para o quarto desconhecido. Paredes de cor bege e um quarto anexo ao lado. Um quarto de casal. Eu estou na casa de que família? Minha visão é uma turva névoa que aos poucos vai formando uma imagem nítida, ao olhar para o lado noto que há alguém sentado em uma cadeira ao lado da cama, ao meu lado.
- Quem é?
- Luísa? Sou eu. Felipe.
- Felipe?- minha visão está tomando forma agora.- onde estamos e como vim parar aqui?
- Estamos em casa e você desmaiou e ficou desacordada ontem e só acordou agora pela manhã.-
Ele levanta e vai até a mesinha de cabeceira perto do guarda-roupa.
- Este aqui é o seu quarto. Aquele anexo é o meu.- Ele se aproxima com um vidro com um líquido desconhecido, chega próximo a mim e despeja um pouco do líquido em uma colher que ele segurava com a outra mão.- Beba. Fará bem a você.-

Tento me sentar e me encostar na cabeceira da cama, mas estou tão fraca que Felipe nota e me ajuda.

Bebo e um gosto horrível desce pela minha garganta.

Desenrolo um pouco o Edredom que reveste meu corpo e um susto me percorre:

- Onde estão minhas roupas?!?!

- Você não poderá usá-las, pois são muito apertadas, a não ser que eu peça para a Madame Liz vir aqui tirar suas medidas para que já encomende seu enxoval e que com mais urgência faça roupas muito leves e sem espartilho ou qualquer ferro que percorra e penda seu corpo.

- Está bem.

- Então mandarei chamá-la a tarde. Agora você precisa descansar.

- DESCANSAR? você disse que eu acordei a pouco e que estou dormindo há horas.-

Levanto-me meio desajeitada.

- Veja estou ótima!-

Mas no primeiro passo tropeço e caio nos braços de Felipe.

Nesta hora nossos rostos estão próximos, tão próximos que vejo com detalhe seus lindos olhos mel com pequeninas manchas verdes que acabo de notá-las. Sufoco o desejo de beijá-lo e logo sou posta na cama novamente.

- Viu? Você ainda não está bem.

Fico carrancuda, como uma criança birrenta que acaba de ficar sem seu brinquedo.

- Posso ao menos conhecer a casa?

- Que tal hoje a noite? descanse pela manhã, receba a visita de madame Liz a tarde e conheça a casa a noite. Acho que são muitas aventuras para um dia de uma enferma.

- Nossa, quantas aventuras!- falo em um tom perceptivelmente sarcástico e com a voz bem desanimada.

Quando menos se espera, a tarde chega e a visita também.

Madame Liz tira minhas medidas e pergunta como estou e o que aconteceu comigo. E quem responde é um preocupado Felipe que se recusou a sair do quarto enquanto a costureira tirava as medidas, mas que foi expulso e o máximo que conseguiu foi ficar atrás da porta.

A noite chega e eu conheço cada detalhe daquela casa, a minha futura casa, ao lado de Felipe.

Quando estamos jantando uma comida feita pela criada que trabalha na casa de Felipe, alguém bate a porta e quando meu noivo atende, um desesperado pai (o meu) entra, falando que soube dos acontecidos e que viera verificar como estava sua filha. Ele acabou jantando lá e disse que me levaria para casa para evitar escândalos por eu dormir mais uma noite na casa do meu noivo e é nesta hora que Felipe esbraveja:

- Senhor, acho mais prudente que sua filha passe a noite aqui, eu estou me formando em medicina e saberei o que fazer se sua situação piorar.

- Mas eu posso chamar o doutor Moraes.

Como perder um Marquês (TRONNOS-1)Where stories live. Discover now