I - Fantasmas

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A escuridão abundante fazia a planície parecer um abismo sem fim, a reconquista da cidade foi mais uma derrota para ambos os lados, a única coisa que saiu vitoriosa foi a morte, as ruínas das casas faziam o lugar parecer mal assombrado, e talvez realmente fosse, assombrado por expectativas e esperanças, confiadas em palavras vazias ditas por um idiota que se diz líder de um exército, que luta por um Deus, mesmo ele nunca dizendo nada para eles... Mesmo assim, mesmo com todos os fatos mostrando à eles que seriam aniquilados com facilidade, eles lutaram, até o fim, mesmo com as pernas tremendo, eles derramaram sangue pela crença de que estariam salvando o mundo, ou tentando, sendo assim, para Aura, eles seriam iguais, buscando o mesmo objetivo, mas por que teriam que matar uns aos outros?

Olhando atentamente à um livro incomum, cheio de rabiscos e desenhos coloridos logo na capa, tentando desvenda-lo, olhando de cima a baixo o livro sujo de cinzas, retirando alguns escombros que estavam perto, ele o recolhe e passa a mão em sua capa no intuito de tirar a sujeira, logo em seguida ele o folheia, vendo que varias de suas páginas estavam queimadas ou ilegíveis, mas as poucas paáginas que viria neste livro, seria suficiente para encher novamente sua determinação.

Aura sabia que o sangue dos pais da criança que havia escrito o livro que acabara de ler, estava em suas mãos, e com isso em mente ele levantou seu braço, e com uma luz negra em sua palma, ele fechou o punho, e uma torrente de almas pareceu ser puxada direto para um anel que ele tinha no dedo indicador, e os poucos segundos que isso durou, um ar absurdamente pesado passou pelo local e todos ali ficaram estáticos e tensos quase que instantaneamente, e quando acabou, um silencio mortal deu continuidade ao clima tenso. Seu rosto não dizia isso abertamente, mas quem o conhecia sabia que sua alma tremia toda vez que fazia aquilo, mas era necessário para manter todos unidos, todos a salvo...

- Vamos, nosso forte está uma bagunça, deixem que os subordinados cuidem dos corpos e da cidade... - As palavras de Aura atingiram todos de surpresa, mas tambem, trouxe todos de volta a realidade...

- Vamos levar os corpos dos melhores soldados, eles irão servir para algumas coisas... - Aura olhou para o mago de pele pálida e vestes vermelhas e simplesmente assentiu, como se não tivesse mais forças para lutar contra o destino...

Após uma pausa de alguns minutos olhando para o céu, Aura seguiu em frente.

-Vamos ver o velho... - depois de dizer isso, ele se dirigiu ao forte, a neve que descia e fazia um contraste com a sombra e as trevas do forte, deixando uma aparência monstruosa e uma lembraça horrenda do lugar...

***
2 dias despois...

Ja no quarto da casa do velho, Aura, mesmo após ja ter ouvido várias vezes o mesmo lado da história, não aceitava, sentado em uma cadeira perto da cama do velho, ele suplica.

- Me conte novamente... Como, e por que eles fizeram isso, não entendo...

- Não há... oque entender Aura... - o velho disse em pausas, como se tivesse a necessidade de fôlego sempre que começasse uma frase - A guerra, Aura... É apenas morte e destruição... Todo o resto é detalhe...

- É apenas dos detalhes que eu preciso... Me diga os nomes... - Aura, estava mais uma vez escutando, os nomes daqueles que iniciaram e fizeram o genocídio de 3 raças e iniciou o de outras 5.

- Shade, Cain... e Tiamat... - Aura sentiu a sensação novamente, a sensação de ira e adrenalina percorrendo seu corpo em questão de milésimos de segundos...

- Eles irão morrer...

Arc - Side HistoryWhere stories live. Discover now