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Narrado por Holland

Eu encarava o teto branco acima, com detalhes de gesso. Isso era tão chique, tinha um lustre no teto. Sim eu estava prestando atenção em cada detalhe do quarto.

Eu tinha combinado com a Crys dela vir aqui, falei mais ou menos o que aconteceu, e ela ficou louca, então ta vindo aqui pra mim explicar o ocorrido, e ela falar algo de tanta importância.

A porta foi aberta bruscamente, e de lá surgiu uma morena ofegante.

- Como você ficou rica e não disse nada? Vagabunda! - Veio até mim me abraçando, e depois deu um tapa no meu ombro.

- Aí. - fiz massagem onde ela bateu.

- Desculpa. - Me abraçou de novo. - Meu Deus amiga. Porque ele fez isso? não tinha esse direito! - Quando ela voltou a se sentar, eu vi que seus olhos estavam marejados, ela estava se segurando pra não chorar.

- Ei, não precisa chorar por mim não. - Passei a mão em seu rosto. - Não vale a pena.

- Pare de falar besteira! Você é minha irmã e eu não sei o que ia ser de mim sem você. - RI nasal.

- Para de ser dramática!

- Eu não sou dramática. Você é importante para mim poxa. - A mesma me abraçou.

Engoli seco.

Isso é estranho para mim. Eu ser importante para alguém. Eu não gostava quando alguém dizia que gostava de mim, ou me amava, porque eu não sei se eu sinto isso, não sei como é.

- Crys.

- Eu sei tá? Eu sei que você não gosta, mas eu falo, por que eu não quero te perder amiga!

- Vamos parar com esse assunto! - Ela enxugou as lágrimas, e assentiu. - O que você tinha pra me falar.

- É sobre o Petter. - Respirei fundo ao ouvir seu nome.

- O que tem? - Perguntei receosa.

- Ele... Ele andou dizendo, que quando você voltar, vai que colocar pra ser escrava sexual dos seguranças dele por um mês. Isso como castigo por não está indo ao trabalho.

- O que? Ele não pode fazer isso! Não pode mesmo. Ele me deixou assim, eu não tenho como trabalhar, nem como ficar em pé. Olha minha perna! - Meu coração estava batendo muito rápido, eu estava muito nervosa. Eu estava faltando por culpa dele, e ele vai fazer isso, mas não vai mesmo.

- Calma...

- CALMA? NÃO TEM COMO EU FICAR CALMA, EU VOU SER ABUSADA. VOU FAZER ISSO CONTRA A MINHA VONTADE. - Botei meus braços cobrindo meu olho. Eu sentia uma imensa de chorar, e eu sabia que eu não ia segurar isso muito.

- Não chora!

- Eu não to chorando! - Foi impossível, eu comecei a chorar. - Droga!

Eu nunca tinha chorado na frente dela, na verdade na frente de ninguém. E eu me sentia fraca por isso. Droga! Droga! Mil vezes droga.

Soluçei.

Senti meu corpo ser abraçado de lado, e um beijo ser depositado na minha bochecha, eu sabia que era ela. Me entregando ao seu carinho, esqueci do meu orgulho, e com cuidado me virei de lado a abraçando. Acho que ninguém nunca me viu tão vulnerável, mas era tanta coisa acontecendo junta, que era impossível não chorar. [...]

Fazia umas duas horas que estávamos ali, resolvemos parar de chorar, e ficamos conversando, e me ensinou a mexer no celular. Elis havia dito que o almoço estava quase pronto, e que hoje Dylan vinha almoçar em casa com um amigo, e é claro que Crys iria almoçar aqui também.

- E aqui... - Foi interrompida pela porta sendo aberta.

- Holl... Oi? - Franziu o selho olhando para Crys, provavelmente não lembrando quem é ela.

- Oi.

- Dylan, essa é minha amiga Crystal.

-Ah oi, prazer Dylan. - Estendeu a mão pra ela, e a mesma apertou sorrindo.

- Você se importa se ela almoçar com a gente hoje?

- Não. Claro que não, vai ser bom ter mais gente hoje. E veio um amigo meu, ele quer te conhecer. E eu tenho um presente pra você.- Sorriu pra mim.

- Eu vou esperar vocês lá na sala. - Disse, e logo após saiu.

- Presente?

- Ta bom, não é um presente, meio que é, mas antes eu quero uma coisa. - Veio pra cima de mim atacando minha boca, em um beijo cheio de malícia.

Separamos com falta de ar.

- DYLAN! Você tem que parar com essas coisa.

- Ué Por que? Você não gosta? - Estava me olhando com as sombrancelhas arqueadas.

-Não é que eu não goste, é que... Sei lá, é estranho!

- Não há nada de estranho nisso, são só duas pessoas se beijando. - Foi chegando mais perto do meu ouvido, e murmurou com a voz rouca. - E quando sente desejo, transando também. - Me arrepiei inteira.

Ele voltou ao normal e selou meus lábios.

- Então, eu comprei muletas pra você.

- Muletas?

- Sim. Eu acho que é melhor do que ficar andando de cadeira de rodas. - Saiu de cima de mim, e abriu a porta pegando algo do lado de fora, e eram dias maletas, rosas, com uma fita vermelha enrrolada nela.

Ri.

- Rosa? Laço vermelho? Você realmente me surpreende.

- Eu sei que sou de mais. Agora puxe o laço. - Segurei a ponta do laço e o puxei. - Agora essa muleta é oficialmente sua, e eu espero que você depois que ficar boa nunca mais precise usar elas.

- Nem eu. - Me ajudou a ficar em pé, e a me apoiar nas muletas. Depois de um esforcinho eu consegui.

Chegamos a sala, Crys estava sentada no sofá, tinha um homem ao seu lado, loiro, bonito, de terno e tudo, os dois pareciam em um papo legal.

Tossi falsamente, e os dois olharam pra mim.

- Vejo que já se conheceram! Theo, essa é a Holland. - O loiro que estava ao lado da Crys, se levantou e veio até mim.

-Satisfação. - Segurou minha mão, e beijou a mesma. E logo depois piscou pra mim.

- Ah... É, prazer.

- Prazer não gata, prazer é só na cama! - Sorriu malicioso. Arqueei minhas sombrancelhas.

- Ta bom, Já chega. Vamos almoçar.- Ele puxou minha mão da do Theo, e ficou segurando a mesma. O Olhei sem entender.

- Vamos. - Crys levantou em um pulo, e foi em direção a cozinha acompanhada por Theo.

Eu e Dylan íamos atrás, bem mais afastados.

- Eu não quero você sozinha com ele.

- Por que?

- Porque ele é um comedor. E eu não quero que você e ele tenham nada. - O Olhei sem enteder nada.

- E quem disse que eu quero algo com ele?

- Eu conheço muito bem meu amigo, e sei muito bem como ele é!

- Não fala besteira.

- Só não fique perto dele sem mim. OK?- Bufei.

- Ta bom. - Rolei os olhos.

Prometa NÃO se Apaixonar. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora