De volta ao passado.

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— Jason! – ela sentou-se do seu lado.

— Boa noite princesa. – ele riu. — Meu carro morreu, tive que vir a pé do centro.

— Isso explica. – ela sorriu. — Por algum acaso você ainda tem contato do Augusto?

— Acho que sim, posso saber o porquê? – ele levantou uma sobrancelha. Jason era um pouco mais alto que Helena, seus cabelos costumavam ser loiros. Não tinha um corpo definido, era um homem normal com um rosto muito bonito, era como se tivesse sido esculpido. Tinha 29 anos, mas suas marcas de expressão o faziam parecer ter 38, havia sido fumante desde seus 14 anos.

— Se ele ainda mexer com programação ou algo do tipo ele ainda pode me ajudar em um caso que estou vendo. – falou casualmente. — Ele ainda mora naquele chalé? Lá no sul?

— Ah... – ele pegou o celular e confirmou a localização, assim como o dono, pelo próprio Google. — Sim, olha aqui. – Ele apontou. — O dono é Carlos Augusto Ambrósio.

— Ambrósio?

— Ele quis pegar da esposa.

Ela não respondeu, apenas foi arrumar-se. Jason foi tomar banho enquanto ela arrumava a mala, ele ainda não havia visto. Helena calculava quanta roupa teria que levar para uma viagem até o sul, ou seria melhor comprar no caminho? Tanto faz, pensou, colocou algumas peças de frio, caso precisasse de roupas mais leves compraria lá.

Assim que terminou de arrumar a mala discou para Anselmo Junior, um juiz que fora em épocas passadas seu colega de sala quando estudava direito. Já era tarde da noite, mas ele devia um ou dois favores a ela. Seu filho fora pego com treze quilos de maconha, ela teve que o liberar.

Porém deixou bem claro que não compactuaria mais com tal coisa, tinha a moral bem alinhada e que o preço a se pagar por aquele favor seria alto.

— Alô? – uma voz rouca do outro lado respondeu, provavelmente havia o acordado.

— Anselmo? Helena Martins aqui.

— Ah! Oi, Helena. Ah... já é um pouco tarde da noite, está precisando de algo?

— Sim, tenho uns favores a te pedir.

A noite era clara e as estrelas brilhavam o bastante para se ver formações celestiais, o carro ia a toda velocidade pelas rodovias que levavam ao sul. Uma música dos anos oitenta tocava no carro de Helena, em seu banco de trás haviam cinco malas, e no banco da frente um passageiro. Juiz Anselmo.

— Pronto pra fazer umas investigações Senhor Anselmo? – disse Helena animada após tomar duas latinhas de energético.

— Bom, se eu chegar vivo até lá. Não seria melhor você parar e descansar um pouco?

— Não tem como senhor... Você me fez liberar um adolescente carregando treze quilos de maconha, acho que você vai gostar de como estou retribuindo o favor, se bobear vai conseguir até um cargo no supremo. – disse em voz calma e sorridente.

— Posso saber com o que estamos lidando? – o descontentamento na sua voz fez Helena sorrir por dentro.

— Bom, até onde eu ousei pensar, estou pensando que estamos lidando com uma quadrilha pequena de agiotas, chantagistas e prováveis assassinos. – sua cabeça estava a mil pensando que tudo pode ter tido um começo há mais de cinco anos atrás, quando pela primeira vez encontrou-se com João naquele chalé, quase um retiro para reabilitação espiritual.

— E porque eu tenho que estar aqui?

— Bom, preciso que alguém emita meus mandados.

— Helena, sei que o que eu te pedi foi baixo e sujo, mas o garoto tinha dezessete anos e estava indo pra um caminho que nem nós sabíamos. Ele foi pra reabilitação depois do ocorrido. Mas eu não posso ficar emitindo mandados a torto e a direito! – seus lábios frouxos fizeram cair algumas gotas de saliva. Anselmo já era um homem velho, com cabelos ralos e barba branca. Vestia uma calça jeans reta da cor azul, um sapato allstar e uma blusa de manga longa.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 13, 2018 ⏰

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