Tudo tem seu começo.

55 4 2
                                    

N/A: Então pessoal, esse capítulo é bem grande, e os próximos irão seguir este estilo, apenas variando um pouco o tamanho ao passo em que eu decidir ser mais condicente com o que está acontecendo na trama. Espero que gostem, tenham uma boa leitura.

-------------------------------------

E de repente eu estava caindo no infinito, vi minhas asas pegando fogo e milhares de plumas voarem a esmo enquanto meu corpo se desintegrava em mil pedaços.

- Aparentemente foi o mesmo assassino, Delegada – o técnico forense deu apenas uma rápida olhada no local do crime e já havia identificado o modus operandi.

- Como você pode ter certeza João? Você nem olhou direito – A delegada era conhecida por ter uma cara de quem tem poucos amigos, e após ele constatar que era o assassino, sua cara ficou mais fechada ainda. – Dá uma olhada nisso ai de novo – era perceptível um tom de súplica em sua voz, pedindo para que não fosse o mesmo assassino.

Helena sempre foi uma excelente aluna por toda sua carreira, nunca tirou uma nota abaixo de 10, costumava se gabar pelo seu trabalho que era sempre bem executado, beirando a perfeição, mas há alguns meses estava tendo dores de cabeça com esse novo caso que apareceu para ela. Esse assassino passou por no mínimo, 10 investigadores e nenhum deles conseguiu resolver o mistério, confessou o diretor geral do D.P.F.B – Departamento de Polícia Federal do Brasil, antes de dar o caso a ela.

- Infelizmente não tem mais o que analisar aqui, o modus operandi é o mesmo. Mulher com tiro no coração e homem na cabeça, e a criança como sempre, do sexo feminino, desaparecida.

Antes que ele pudesse continuar a falar, um sinalizador foi atirado no meio do milharal, e todos começaram a correr e cortar através das folhas para chegar no local. A cena que veio a seguir não é para corações fracos, o investigador não havia encontrado o corpo da criança desaparecida, mas sim pedaços dela.

O investigador chefe, João, passou por todo mundo até o tufo de couro cabeludo que boiava em uma poça de sangue. Ninguém se atreveu a chegar perto do local, para não contaminar qualquer evidência que poderia conter. A medida que ia chegando mais perto seu rosto ia mudando.

- Já vi muita coisa nesse mundo, mas isso é demais – ele estava agachado perto da poça de que continha não somente o tufo de cabelo, mas também outras partes do corpo da garota – já tiraram todas as fotos? – Ele olhou ao redor – bom, já que todos concordaram, me dêem os sacos, vou colocar tudo isso aqui para gelar.

Ele foi pegando cuidadosamente os pedaços da criança enquanto a delegada observava tudo como se fosse a coisa mais natural que poderia existir.

- Você não fica chocada? – Perguntou Pedro, outro técnico forense – Quando você se aplica para trabalhos como esse, tem que estar preparado para coisas como essa, mas tem vezes que acho simplesmente um pouco demais.

- Pode me chamar de fria ou do que você quiser, antes disso minha vida era um porre. Todo dia eu acordo e me pego desejando secretamente que alguma pessoa morra brutalmente assassinada para eu ir investigar – ela falou demonstrando culpa em seu rosto – mas no final do dia também me pego pensando se sou uma pessoa ruim por desejar isso, ou só sou mais uma querendo um bocado de aventura para minha vida.

Ele ficou boquiaberto e antes que pudesse pensar em responder algo ela foi mais perto de João para averiguar a severidade da situação.

- Então, o que acha? – Ela tampou o nariz e tentou espantar os mosquitos. O cheiro de sangue estava insuportável.

- Acho que você tem o que queria – ele falou observando uma lasca de osso que segurava por uma pinça – não sei se é ele.

Helena sentiu uma pontada de felicidade subir pelo seu estômago, mas teve que a controlar.

Sete mundos de MarianaDär berättelser lever. Upptäck nu