Capítulo 18 - "Primeiros" encontros

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DIA 8

"A oitava vantagem de não se apaixonar: VOCÊ NÃO IRÁ FICAR AINDA MAIS APAIXONADA E CEGA, CASO ELE LHE FAÇA SURPRESAS."

Quando o forte aroma de café quente chegou em minhas narinas, automaticamente meus olhos se abriram para analisar que um novo dia havia surgido.

O sol quente ultrapassava as cortinas da minha janela, chegavam até o pé da cama. Engoli a bebida quente rapidamente apressando-me para me arrumar.

A minha pressa tinha nome e endereço.

Já estava pronta, terminando de pentear o cabelo quando ouvi uma buzina do lado de fora da casa.

— O papai já está me esperando? — Berrei para mamãe que passava de um lado para o outro no corredor.

— Na verdade seu pai ainda está tomando o café. — Respondeu rapidamente.

Poderia ser os vizinhos. Haviam muitas casas na rua e então poderia ser qualquer um. Por saber que papai estava no andar de baixo, terminei de arrumar minhas coisas sem pressa... até escutar outra buzina.

Escutei papai conversar com alguém que não era mamãe, mesmo porque estava próximo a mamãe.

— AMELIAA! — Papai Gritou. — JÁ ESTÁ PRONTA?

— ESTOU DESCENDO! — Gritei de volta, pegando minha mochila que estava em cima da cama.

A medida que descia os degraus da escada, as vozes conversando aumentavam ainda mais. No último degrau, deparei-me com Austin encostado na porta conversando com papai.

Pude sentir minhas bochechas arderem assim que seus olhos encontraram os meus. Um belo sorriso brotou em seus lábios, fazendo meu coração bombear sangue ainda mais rápido.

— O menino Scott irá levá-la à escola esta manhã. — Avisou. — Cuide-se.

Papai deixou um pequeno beijo no topo da minha testa.

Um pouco sem jeito e ainda sem ter trocado uma palavra com ele, sai de dentro de casa ao seu lado.

— O que significa exatamente isso? — Perguntei confusa.

— O seu primeiro encontro. — Deu de ombros.

— Na escola? — Insisti e ele sorriu.

Balançou a cabeça positivamente, antes de abrir a porta para que eu adentrasse seu carro.

É estranho e louco ao mesmo tempo imaginar que teria o meu primeiro encontro com o garoto dos meus sonhos.

Primeiro nos tornamos "amigos" em um período curto de tempo. No início, não conseguia imaginar como as pessoas poderiam se gostar e se aproximar em tão pouco tempo. Mas aos poucos passei a entender que o tempo não importa muito.

Podemos amar em um dia. Um dia é o suficiente para amarmos alguém.

Austin nem ao menos imaginava sobre o que estava se passando dentro da minha cabeça. Ao olhá-lo dirigindo, tão atento às ruas e ao mesmo tempo, com o canto dos olhos me observando, havia uma certeza tão absoluta em sentir amor.

Atraímos os olhares de vários alunos enquanto entrávamos juntos na sala. Ele fez questão de passar o braço em volta do meu pescoço e me acompanhar até o meu lugar.

Sorri sem graça com toda a atenção que estávamos recebendo.

— Você pode se sentar no seu lugar? — Pedi.

— Por que? — Perguntou confuso.

— Porque as pessoas não param de olhar, isso me incomoda um pouco. — Justifiquei.

Com o beijo estalado em minha bochecha, retirou-se para perto de seus amigos.

Ao olhar para o lado, deparei-me com uma menina que até então não havia visto. Ela parecia do tipo durona, pelo menos era isso que suas roupas escuras e unhas descascadas demonstravam.

Era aula de Geografia e precisávamos nos juntar em duplas. Não quis olhar para trás e procurar por Austin, esse não era o meu objetivo, tornar-me grudenta não fazia parte disto.

— Você quer fazer comigo? — Tomei coragem e convidei a menina ao meu lado que até então estava sozinha.

Recebi uma olhada satisfatória. Olhou-me por completa me analisando e senti os pelos do meu corpo se arrepiarem.

— Claro. — Sorriu rapidamente e aproximou-se com sua cadeira.

Ao sentar ao meu lado, não demorou muito para que Austin se aproximasse um tanto preocupado comigo. Ele olhou dela para mim e repetiu a atitude pelo menos cinco vezes antes de dizer algo.

— Está tudo bem? — Perguntou rapidamente.

— Estou ótima. — Respondi empolgada. — Essa é a Catherine. Catherine esse é o Austin.

Eles se olharam e ela forçou um sorriso. A princípio pelo seu olhar não parecia ter gostado do menino que até então sou apaixonada.

Ele balançou a cabeça positivamente e voltou para o seu lugar.

— Ele é seu namorado? — Perguntou ela. — Espero que não tenha vindo aqui apenas para saber se você estava bem por estar se sentando comigo.

— Ah, não. — Neguei. — Ele sempre faz isso, não tem nada haver com você. — Menti.

Nós não demoramos muito para terminar o pequeno exercício valendo nota. Não eram muitas questões e por incrível que pareça ela parecia ser ótima na matéria.

Apesar de seu exterior mostrar uma menina séria, um tanto sombria que gostar de estar sozinha. Ali ao seu lado percebi que ela não era nada disso. Era apenas uma menina comum como todas.

— O preto combina com você. — Falei ao seu lado enquanto caminhávamos até a cantina.

Ela revirou os olhos no início e deixou um pequeno sorriso escapar em seus lábios.

— Você não precisa me agradar porque tem medo de mim. — Afirmou.

Sorri com sua afirmação incorreta.

— Eu não tenho medo de você. — Retruquei. — Não tenho motivo algum.

Catherine piscou e fez um pequeno sinal de beleza com os dedos quando viu Austin se aproximando.

Ele sorriu forçado para ela e eu o encarei feio.

— Você deveria ser mais simpático, ela acha que não gosta dela. — Reclamei.

— Ela é estranha. — Deu de ombros. — Ninguém tem coragem de falar com ela.

— Eu tive e quer saber? Foi bem legal. — Afirmei com raiva.

Caminhamos até uma mesa que tinha apenas dois lugares e já havia bandejas nela. Olhei curiosa para Austin que sorriu e puxou a cadeira para me sentar.

Não havia nada de diferente nas bandejas, eram as mesmas comidas servidas para todos os outros alunos. Mas ele havia preparado para nós dois.

Austin me olhava angustiado, percebia isso pelo fato dele passar repetidamente as mãos sobre o cabelo. Os olhos estavam arregalados e ele estava próximo demais.

As vantagens de não se APAIXONARWhere stories live. Discover now