Duelo

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Harry entendia que precisava se afastar, aquele abraço estava se alongando demais, mas ele não queria, não queria largar o loiro que estava em seus braços, queria continuar a sentir o cheiro daquele cabelo perfeito, sentir aquela pele quase transparente encostando na dele. Então, deixou-se levar por seus sentimentos, desceu uma das mãos para a cintura e a outra posicionou na nuca de Draco. Olhou diretamente nos olhos do Ex-Comensal da Morte que parecia confuso e o beijou, e foi um beijo cheio de desejo, porém rápido. Harry percebeu o que havia feito, ficou assustado e correu para seu quarto, fechando o porta atrás de si.

Draco estava sem reação, não acreditava no que tinha acabado de acontecer. Harry o havia beijado, Harry havia fugido dele. Uma raiva percorreu cada centímetro de seu corpo e a cada segundo que passava a raiva aumentava. O loiro pegou sua varinha e com um único movimento abriu a porta do quarto de Harry.

Harry podia ver a fúria no rosto de Malfoy, mas era uma fúria que Harry jamais havia visto. Draco o atacou, porém Harry foi mais rápido e se protegeu. Harry compreendia que havia passado dos limites, queria poder mudar o que tinha feito, queria voltar a minutos antes, quando estavam bem.

-Draco, eu sinto muito...

-NÃO, CALA A BOCA POTTER! – Draco estava gritando.

-Me desculpe eu não queria... – Harry tentou intervir desviando-se de outro feitiço de Draco.

-VOCÊ NÃO ENTENDE.

-Draco, eu não... eu.. – Harry tentava de todas as formas possíveis mostrar seu arrependimento, mas não estava realmente arrependido.

-Crucio – Draco estava realmente irritado, mas mesmo sob a dor da maldição Cruciatus, Harry conseguiu desarma-lo.

-Expelliarmos.

Draco foi jogado para trás, havia caído ao lado da porta, sua testa estava levemente sangrado, porém parecia mais calmo. Harry se aproximou aos poucos, ajudou Draco a se levantar e colocou o loiro sentado em sua cama. Draco estava chorando.

-Draco, - Harry falou bem baixinho – desculpe... eu me deixei levar... eu... – mas Harry não sabia o que dizer.

*

-Não... eu preciso que saiba. Apenas escute. – Draco não parava de chorar, e falava entre soluços - Eu soube assim que o vi, a sua voz soou diferente em meus ouvidos e eu queria que você sentisse isso também, - Draco olhava para suas mãos apoiadas na beira da cama de Harry - posso ter soado arrogante e convencido, mas queria que você olhasse para mim do jeito que eu estava olhando para você, eu queria que me desse atenção, pois no momento que te vi eu soube que era você. – Harry não estava entendo - Verdade que era muito novo para compreender, mas você me rejeitou, escolheu ser de outra casa, e mostrou orgulho de sua escolha, fugiu de mim. – Draco agora olhava nos olhos verdes de Harry - Você me colocou de lado, não me deu chances de ser seu amigo, supôs que era mau e eu era, você estava certo, mas ninguém me ensinou ser bom. – Draco ainda chorava - Meu pai estava sempre desapontado comigo, eu precisava ser mais, ser superior, ser um sangue puro idiota e quando eu olhava pra você era isso que eu via, desapontamento, por mais que eu fizesse, você sempre estava desapontado comigo. Droga, meu pai queria que eu fosse um Malfoy e você esperava que eu não fosse, isso me corroeu. Você me odiou, enquanto eu te amava, e me odiei por te amar, então eu te odiei, assim você me enxergava, assim eu tinha importância na tua vida. – Draco fechou os olhos, pois não teria coragem de continuar sabendo que Harry o observava - Eu amei teu cabelo bagunçado, teus intensos olhos verdes, teu sorriso e tua risada, mas eu não podia ter você em meus braços e eu permiti que ele me dominasse, que ele me torturasse, pois um crucio era menos doloroso do que o teu ódio. – Draco agora fitava os olhos verdes que tanto amava. – Eu vi a tua dor quando Severo matou Dumbledore e a tua dor foi minha dor, por isso disse que não era você naquele dia na Mansão Malfoy. Acha mesmo que eu não te reconheci?! Não seja idiota cicatriz! – Draco mordeu o lábio - Naquele dia eu sacrifiquei tudo para te salvar, você viu o que eu recebi em troca na memória dele, não é?! Naquele dia, na batalha, eu te vi morto e só Merlin sabe o que eu senti, então fiquei ao lado de meus pais, eu os vi morrer e senti a maior dor do mundo, não só por eles, mas porque eu tinha perdido tudo, eu os perdi e eu o havia perdido. Ver você me salvar no Ministério da Magia tinha sido suficiente, mas então você decidiu ser meu amigo. Era bom demais, eu não desejava mais nada, era o suficiente para que eu pudesse ser feliz, eu estaria sempre ao teu lado, mas hoje você me beijou e fugiu. FUGIU?! – Draco estava irritado novamente, levantou-se e gritou – EU TE AMO DROGA, sempre amei, cada pedaço do meu corpo e da minha mente anseia pelo teu toque e eu não consigo mais fugir.

-Então não fuja. – Harry falou incerto, esperando mais uma explosão da ira Malfoy que não veio.

Harry segurou o queixo de Draco e o beijou novamente, um beijo molhado, pois Draco estava chorando, mas desta vez não foi um beijo contido, não se afastaram. Foi algo intenso que nem Draco nem Harry esperavam. E o beijo teve resposta automática no corpo dos dois. As mãos de Harry desceram ao quadril de Draco puxando-o mais para perto de si. Harry abriu cada um dos botões da camisa branca perfeita de Draco colocando suas mãos suavemente sobre o peito nu do ex-inimigo. Draco não demorou para tirar a camiseta e as calças de Harry, estava com pressa, desejava Harry como nunca havia desejado nada em sua vida. Foi quando o garoto com a cicatriz na cabeça puxou o loiro para sua cama, ambos somente de cuecas num beijo que os deixava cada vez mais sem ar.

-Tem certeza disso Harry? – Draco sussurrou aos ouvidos de Harry depois de um beijo em seu pescoço.

-Tenho, quero que você seja meu, mas preciso te dizer que nunca fiz isso antes. – Harry assumiu um pouco envergonhado.

-Tudo bem, nem eu. – Draco sorriu ao perceber que seria a primeira vez para ambos e com certeza seria especial, na verdade já estava sendo muito mais do que qualquer um dos dois fora capaz de sonhar.

Harry estava com as mãos trêmulas, mas mesmo assim não hesitou em puxar a cueca box de Draco, liberando seu comprimento já rígido. Draco seguiu os passos do companheiro e ambos perceberam-se nus e ofegantes. Harry beijou cada parte do corpo de Draco que estava ao seu alcance enquanto o loiro se agarrava em seus cabelos em puro êxtase. Timidamente Harry virou seu companheiro até que estivesse de costas para si e inseriu seu pênis em Draco lentamente, com cuidado para não machuca-lo. Ambos criaram um ritmo próprio, com Harry atrás de Draco ao mesmo tempo que o masturbava até ambos chegarem ao clímax juntos e caírem abraçados na cama.

Draco não olhava para Harry, estava com os olhos fechados, sentia o cheiro do cabelo do ex-inimigo e aquele odor o embriagava, sentiu-se o homem mais feliz de todo o mundo, nada poderia estragar aquele momento.

-Eu acabei de fazer amor com o Harry Testa Rachada Potter. – Draco falou rindo.

-Bom, você foi melhor do que eu, que fiz amor com um ex-Comensal da Morte. – Caçoou Harry.

Harry passou sua mão pelo braço de Draco, onde estava a marca negra. Percebeu que o corpo de Draco se arrepiou com seu toque e isso o deixou satisfeito. Sentiram-se num mundo perfeito, onde não havia mais ódio, nem diferenças, havia apenas amor.

-Prometa não fugir mais de mim. – Draco sussurrou.

-Eu não vou à lugar algum, porque eu te amo Malfoy. – Harry finalmente falou.

-Eu também te amo Potter. – Draco respondeu.

CicatrizesWhere stories live. Discover now