❤ Capítulo 4

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Caminho apressada pela calçada, desviando o salto alto dos buracos para evitar tropeçar

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Caminho apressada pela calçada, desviando o salto alto dos buracos para evitar tropeçar. É a minha cara cair e pagar o maior mico. Devia ter colocado uma sapatilha, vir andando até aqui com isso está matando meus pés.

Avisto a casa a poucos metros e respiro aliviada por chegar. Ela é grande, com sobrado e um belo jardim. É bonita, mas destoa totalmente do bairro. O som na parte de baixo está tão alto que é possível ouvir lá da esquina. Seguro as pontas do vestido para não deixar o vento mostrar demais e alcanço, enfim, o portão.

— Tem certeza de que ficou bom este vestido, Joana? — Jéssica, minha melhor amiga, questiona pela décima vez.

— Eu já disse que sim. Ficou lindo! Para de ser boba.

— Eu não gosto dessa coisa. — Ela mexe no tecido, fazendo careta. — Preferia uma calça jeans e blusa de malha.

Preferir eu também preferia, mas...

— Assim a gente vai ser BV o resto da vida, Jéssica — explico, passando pelo jardim e alcançando a porta da frente. — Fica tranquila, estamos bonitas.

Lucas, nosso colega de classe, está fazendo 16 anos e convidou a maioria do pessoal do Ensino Médio para a sua festa. Os pais dele não são as pessoas mais responsáveis do mundo e nem ligam para o que ele faz.

Na verdade, há um boato de que ganham a vida de forma ilícita. Se levar em conta o tipo da casa e esses móveis caros, não é de se duvidar. Reparo a televisão gigante pendurada na parede, o sofá retrátil, a decoração sofisticada.

Nossa, eu não pensei que Lucas fosse bem de vida dessa forma. Se eu tivesse dinheiro, jamais estudaria em uma escola pública, ainda mais, ruim como a nossa. Estaria na melhor de todas!

Por ser um dos garotos mais populares, isso aqui está lotado. Pego na mão da minha amiga e ando entre os corpos que falam alto, bebem e gesticulam pelo caminho. Se vovó souber que a festa é assim, vai me matar.

Eu prometi que era só um bolinho com salgadinhos, íamos cantar parabéns e pronto. Capaz que nem bolo tem aqui. Que merda! Queria tanto comer uns docinhos. Pela cara das pessoas, será churrasco e cerveja a noite toda.

— Uau! Você gostosa, hein, Joana. — Reviro os olhos para o comentário de Augusto, um babaca do segundo ano que dá em cima de qualquer rabo de saia.

— Pena que não é para o seu bico — afirmo e continuo andando. Ouço ao fundo seus amigos tirarem sarro pela minha resposta ácida.

Eu realmente nunca beijei ninguém, mas não estou desesperada a ponto de dar mole para o tipo dele. Eu quero que seja com alguém legal, que eu sinta prazer em conversar e que não esteja preocupado só em me dar uns amassos.

Até uns tempos atrás eu não ligava para isso, achava nojento quando as meninas da sala contavam ou quando via Pedro praticamente engolindo uma garota qualquer.

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