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› Capítulo sem texting ‹

› Boa leitura ‹

Sexta, 11:20

Irene P.O.V

"Irene, é você?" A Seulgi falou enquanto abria os olhos devagar.

"Sim meu amor, fique tranquila, estou aqui com você."

"Como eu vim parar aqui? Só me lembro de estar indo até sua casa e quando fui atravessar a rua um carro veio em minha direção." 

"Ele bateu em você e acho que o motorista te trouxe até o hospital."

"Me desculpa, eu acabei estragando nosso encontro." Falou baixinho.

"Não se preocupe com isso amor, podemos ir depois, o importante é que você está bem."

"O médico já veio aqui pra dizer o que eu tenho?" Perguntou preocupada.

"Ainda não, faz pouco tempo que eu cheguei, mas ninguém veio."

"Vou sentar na cama porque estou com a coluna dolorida." Falou enquanto procurava uma posição confortável.

"Tá bom."

"Irene?"

"Oi amor." Falei.

"IRENE!!"

"O que aconteceu? Porque você está gritando, estou aqui." Respondi preocupada.

"EU... EU NÃO ESTOU SENTINDO MINHAS PERNAS!"

"VOCÊ O QUE?" Gritei de volta.

"Me ajuda amor, eu não estou conseguindo sentir e mexer minhas pernas." Falou chorando.

"Calma, vai ficar tudo bem, deve ser temporário isso, você logo vai conseguir."

"O que eu faço? Não quero ficar sem andar, me ajuda." Implorou.

"Eu vou tentar fazer algo princesa, se acalma, vai dar tudo certo."

Assim que falei isso um homem de branco entrou na sala com uns papéis na mão.

"Olá, bom dia." Falou se aproximando de mim.

"Bom dia doutor, o senhor sabe o que ela tem?"

"Preciso que venha comigo por favor."

"Claro." Afirmei. "Amor, eu já volto." Falei dando um beijo na testa da Seulgi.

O doutor se retirou da sala e eu fui logo após.

"Doutor, ela disse que não consegue sentir e mexer as pernas."

"Assim que ela chegou no hospital eu fiz uma tomografia nela e já consegui os resultados."

"O que ela tem doutor? É muito grave?" Perguntei preocupada.

"Infelizmente ela possui uma lesão na coluna que danificou sua medula espinhal, que é a responsável pelos movimentos dos seus músculos."  Explicou. "Neste caso, os seus membros inferiores foram danificados, ela está paraplégica."

"Paraplégica??" Perguntei assustada. "Ela vai ficar sem andar?"

"Infelizmente ela não terá mais os movimentos da cintura pélvica para baixo, então sim, ela não poderá se locomover."

"Tem cura doutor?" Perguntei enquanto lágrimas escorriam sobre meu rosto.

"Ela pode voltar a andar, ou não." Falou calmamente. "Mas vamos fazer o possível, ela terá que fazer uma reabilitação neuropsicológica e fisioterapia por alguns meses."

"Entendi doutor, muito obrigada."

"De nada, por favor preencha essa ficha com os dados dela para colocar ela no banco de dados do hospital para o tratamento." Falou e me entregou uma folha com perguntas sobre dados pessoais.

Preenchi tudo e entreguei a ele, apertando sua mão e agradecendo novamente pela ajuda.

Ele se retirou e eu voltei para o quarto.

"E aí? O que ele disse?" A Seulgi perguntou curiosa.

"Eu sinto muito meu amor." Falei em meio a lágrimas. "Queria poder voltar no tempo e te impedir de sair de casa." Me aproximei dela e peguei em sua mão.

"Vou ficar sem andar, não é?" Perguntou baixinho.

"Você está paraplégica."

O silêncio reinou no quarto por alguns minutos.

"É... pelo menos eu não estou morta." Falou enxugando suas lágrimas.

"Eu te amo muito amor, você vai sair dessa, eu sempre estarei aqui com você."

"É mesmo? Você não vai me abandonar agora porque estou inválida?"

"Eu nunca faria isso amor, eu te amo, você é a pessoa mais preciosa que tenho na vida." Apertei sua mão. "Eu sempre ficarei ao seu lado te apoiando e te dando amor."

Ela voltou a chorar.

"Obrigada minha princesa, eu te amo demais, não sei nem como te agradecer." Falou.

"Me agradeça prometendo que vai ficar boa logo."

"Eu prometo sim."

"Nós vamos superar tudo isso juntas, você vai ver." Dei um beijo no seu rosto.

E vamos mesmo... eu espero.

Continua...

C R U S HWhere stories live. Discover now