Parte 7

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O que faz as pessoas pensarem que estão a salvo? O que me fez pensar que estou sã e salva? Não sei. A menos de 1 dia, tudo parecia tão seguro...tudo parecia que estava tão bem, mas a verdade é que, nunca estamos seguros, nunca estamos realmente a salvo. Me apoio no parapeito da janela no meu quarto, ao longe posso ver as grandes cidades. Tudo parece estar bem, só parece. Deveria estar arrumando as malas, mas não consigo, não consigo abandonar a casa, a cidade.... Tudo que vivi desde que nasci, agora vou deixar para trás. Não tenho notícias de Liam, ele saiu daqui a menos de 1 hora, os outros, saíram a uns 30 minutos para arrumar as malas. Vick, que já estava com malas prontas, está vendo um programa sobre como animais silvestres sobrevivem a queimadas na sala.
Vick: Esterrrrrrrr (Ela grita muito alto, desço as escadas correndo)
Eu: O que foi?(Ela aponta para a TV, O símbolo do Governo dos Estados Unidos aparece na tela)

Me sento ao lado de Vick, boquiaberta, o Presidente Barack Obama aparece.

Caros residentes, habitantes e trabalhadores, sinto-lhes deixá-los sem notícias por alguns dias, não queríamos causar o pânico geral com um problema que parecia pequeno à primeira vista. Mas infelizmente este problema cresceu. (Aparecem imagens de coisas deformadas, seus órgãos a monstra, repletos de sangue, tripas coisas que deveriam estar dentro do corpo, nunca avia visto algo assim, Vick esta boquiaberta, está completamente paralisada, o presidente reaparece na tela)
Estaremos tentando evacuar as cidades o mais rápido possível. Estamos zelando pelo conforto e segurança de todos os... (a tela treme, pessoas gritam por todos os lados da tela, a tela enche de riscos até que não se consiga ver mais nada além da tela preta. A televisão desliga)
Um minuto de silêncio até o pânico se estender pela cidade. Ouço gritos e coisas se quebrando em todos os lugares, nossa cidade costuma ser calma, é uma típica cidade do interior, não a mais um nome específico pra ela, mas sei que no passado ela se chamava Lynchburg, antes deveria haver mais construções aqui, o que hoje deram lugares as nossas casas.

Vick: Ester! Dá para acordar do transe? Não temos tempo.

Eu: O celular. Ele ainda funciona?

Vick: Não sei, e não temos tempo para ver.

Eu: Tudo bem, vou pegar as malas.

Vou em direção a arma de meu pai, pego as munições que encontro e guardo em uma pequena bolsa cor-de-rosa com borboletas que minha mãe me dera quando tinha 9 anos. Pego todas as coisas que consigo, Vick me espera na sala, subo ao quarto para pegar algumas lembranças. Quando desço, Vick cambaleia de um lado para o outro com o celular no ouvido. Quando me vê ela abaixa o celular e bufa
Vick: Os celulares não estão funcionando (ela faz um olhar frustrado)
Eu: Temos que pegar o Trailer na sua casa para buscar os outros.
Vick: Vamos lá. Vamos pegar o carro dos seus pais, não é seguro ir a pé.

Pegamos as malas e caminhamos para a saída ,ela sai primeiro e eu seguro a maçaneta, olhando para a casa onde nasci, para o lugar que me acolheu acho que...desde sempre, é difícil largar tudo para trás, meus olhos se enchem de lágrimas, mas não permito que elas escorram, mantenho no pensamento a certeza que quando a praga for controlada, eu e minha família voltaremos para casa, para o nosso estilo de vida, para a segurança que este lugar me passa.
Vick: Ester, vamos, sei que é difícil mas... Precisamos ir.
Eu: Estou indo. É só que...
Vick: Eu sei, também está sendo difícil pra mim, vamos logo, a turma está esperando e...

Vick é interrompida por berros. E eles não vem de longe. Pessoas correm por todos os lados, muitas mesmo, algumas nunca havia visto, e olha que quase todas as pessoas da cidade frequentam a hotdogueria, então, conhecia bastante gente. Vejo que muitos correm para a direção oposta à que eu e Vick iríamos seguir.

Vick: Ester!! Entra! (Ela acena com a mão entra no banco do carona, entro sem contestar)

Eu: Passamos na sua casa e pegamos o pessoal, rápido. (Ligo o carro, percebo também que o fluxo de pessoas não se acaba, muitas estão desnorteadas, e carros abandonados ocupam as antes calmas ruas da cidade, sigo em direção a casa de Vick)

Vick: Estamos chegando e... (Ela para e encara a rua, boquiaberta com olhos arregalados)

Continua....

The Walking Dead And 1DWhere stories live. Discover now