Capítulo 1

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Cecília



- Maria Antônia. - grito.- Filha, vamos nos atrasar, anda meu amor!



- Calma mamãe, só estava pegando minha bonequinha.- diz toda manhosa.

- Estou calma meu amor, é que mamãe tem que ir trabalha e não podemos nos atrasar. -digo.



- Eu sei mamãe, me desculpa?!



- Oh meu amor, como não desculpar essa menininha tão linda e com esse sorrisinho maravilhoso? - digo pegando a no colo.



Ela da um sorriso que me derreto toda.



- Então vamos mamãe, estou doida para encontrar meus amiguinhos. -diz toda alegre.

Maria Antônia adora ir a escola, pois só lá que ela tem contato com criança.

Cidade grande é assim, não tem quem conversar e muito menos brincar, ao contrário da minha cidade, onde tinham várias crianças que brincavam o dia todo no meio da rua, era tão divertido. Sinto muita saudades de lá.

Mas foi necessário me afastar e começar uma vida nova, escolhas novas, e dedicação total a minha filha.

Depois que fui embora não coloquei os pés mais lá, as únicas pessoas que mantive contato foi com minha mãe e meus dois irmãos Maísa e Moisés. Preferir afastar de todos, assim o falecido não ficaria sabendo da minha filha e muito menos me procuraria.

Deixei Maria Antônia na escola e fui para o meu trabalho, Antônia estuda período integral, me facilitando muito de levá-la na escola e buscá-la também. Eu trabalho em uma advocacia, na parte de administração, gosto muito do que eu faço e me tornei muito responsável com tudo que me aconteceu.

- Bom dia Sarah. -digo entrando em nossa sala de serviço.



- Bom dia flor do dia! - diz com bom humor.

- Como vão as coisas por aqui hoje? -pergunto.

- Por enquanto esta ótimo, até o nosso querido patrão chegar! - diz com cara de deboche.

- Não fala assim do Jorge ele é um ótimo patrão, só é muito exigente! - digo com um sorriso de canto e ela mostra língua.



Conheci Sarah através do falecido a anos atrás, ela namorava um amigo dele e acabamos ficando bem próximas. Foi ela que me incentivou e me apoiou a ir embora daquela cidade, sou muito grata a tudo que ela fez por mim e por Maria Antônia.

Sarah começou aqui fazendo estágio, hoje já exerce a função de advogata, tem 32 anos e é mega adolescente ainda, esqueceu de amadurecer. Tem um corpo de dá inveja em qualquer mulher, toda malhada e turbinada. Seus olhos são esverdeados e seus cabelos são loiros bate na cintura, ela é um mulherão da porra.

No começo eu era secretaria, ganhava pouco, ajudava a Sarah com a metade do aluguei e as despesas. Minha mãe queria comprar uma casa para mim quando me mudei, mas não aceitei, queria caminhar com minhas próprias pernas. Eu que escolhi vida nova então eu tinha que correr atrás. Foram alguns meses sofrido, doloroso, pensei até tirar minha própria vida, mas Deus sempre me fortaleceu nessas horas, nunca me abandonou.



Em uma dessas tentativas de suicídio descobri que estava grávida de 16 semanas, foi um choque, na época fiquei doida, só sabia chorar, minha vida mais uma vez estava de cabeça para baixo.

Confesso que foi um susto no começo, dúvidas surgiram em minha mente, preocupada em como criar essa criança cheguei a pensar até em abortar, eu não estava cuidando nem de mim imagina de uma criança. Mas Deus tem um propósito na vida de todos e me deu força para suportar tudo isso.

Escondi minha gravides de todos da empresa até 8 meses com medo de ser mandada embora. Como não era um serviço de carteira assinada não precisei fazer o exame Admissional.

Eu não senti nada na gravidez, nenhum enjoou, nenhuma tonteira e minha menstruação desceu normal, se não fosse pela tentativa de suicídio não descobriria tão cedo.



Minha mãe e minha irmã ficaram muito felizes com a notícia, já meu irmão nem tanto, eu muito menos. Não queria agora, ainda mais que a minha vida estava de cabeça para baixo. Mamãe me ajudou muito quando ganhei Maria, ela veio ficar aqui uns tempos, assim pude voltar ao serviço e continuar estudando.

- Bom dia garotas, como vocês estão hoje? - diz Jorge ao entrar em nossa sala e me tirando dos meus pensamentos.

Sarah olha com uma cara estranha de como comeu e não gostou, eu dou risada, é raro Jorge chegar feliz aqui.

- Bom dia Jorge, podemos saber o motivo da sua felicidade? - Sarah pergunta.

- Não é da sua conta Sarah! - Jorge responde.

Esses dois está muito estranho hoje. Jorge feliz até de mais e Sarah nervosa ao extremo com a presença de Jorge.

Jorge é um exelente advogado, tem apenas 30 anos, o pai dele o senhor José Serra meio que obrigou ele estudar direito para herdar sua empresa. No começo ele não queria, mas agora ele é super empenhado e bem focado na profissão.

- Senhorita Cecília poderia vim a minha sala agora? - diz Jorge

- Sim Senhor! - digo levantando.


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