QUEM É ELE?--UMA PAIXÃO (Livro 3 Concluido)

CAPÍTULO NOVE

   

  Volto ao quarto após um banho de chuveiro que segundo ele, era mais rápido. Com uma toalha na cintura e o cabelo molhado, ele sai do banheiro todo à vontade. Escoro no batente da porta observando-o e cruzo os braços a morder o polegar direito em contemplação. Lindo e perfeito. O homem é muito bom no sexo. Muito bom mesmo. E tem algo nele... algo diferente de tudo que já vi.

__Pensando em quê?__pergunta ao ver que o observo descaradamente. Olho para sua toalha e vejo o volume que teima em se comportar de maneira ereta.

__Deus!__sorrio tentando não sorrir.__Olha só pra isso.__aponto para sua ereção. Ele olha para baixo depois me olha com um olhar intenso.

__Só para que você saiba, isso não acontece normalmente; estou tão surpreso quanto você.

  Mordo a ponta da unha do polegar pensativa. Isso não acontece normalmente é? É bom saber disso. Mas... respiro fundo, precisamos enfrentar nossos atos.

__Você sabe que nós dois acabamos de ferrar com tudo não sabe?__falo ciente do que acabamos de fazer. Mas Fernando se aproxima de mim e mexe na trança agora bagunçada.

__Não encaro as coisas assim.__diz correndo o dedo por toda a trança.

__Isso porque você é muito otimista, quero ver o que vai acontecer quando as consequências começarem a surgir.

__Quais consequências?__beija meu nariz e o canto da minha boca devagarzinho.

__A primeira de todas é Clarice.__me sinto mal por tocar no nome dela assim.

__Eu não vou contar a ela, e creio que você também não fará isso.

__Você não está vendo as coisas a fundo, Fernando.__capturo seu olhar ao falar.__Acha mesmo que vamos conseguir olhar um para o outro e fingir que nada aconteceu aqui? Acha mesmo que eu conseguiria olhar pra você durante as reuniões e não lembrar que você estava no meio das minhas pernas? E que eu chupei você? Meu chefe e amigo? Nunca transei com um colega de trabalho, ou vizinho, nem mesmo amigo porque são relações boas e saudáveis demais para serem estragadas com sexo.
  Seus amigos Paulo e Victor, me cantaram enquanto dançavamos, e eu disse aos dois a mesma coisa que estou te dizendo agora. Se em vez de você fosse um deles, não seria diferente, ou melhor, seria igual. Eu não mudaria meu jeito de pensar. Você diz que Clarice não saberá, mas tenho certeza que ela não é boba, e uma hora ela vai descobrir.

  Ele fica um bom tempo em silêncio. Suas mãos estão em minha cintura, e permaneço a acariciar sua nuca com a ponta dos dedos.

__Hum.__ele finalmente emite algum som. Nada coerendo ou signicativo, mas ainda sim um sinal de vida.__Me diz uma única coisa: o que aconteceu aqui, vai voltar a se repetir?

  Ergo as sobrancelhas surpresa pela pergunta. Eu aqui falando sobre "assumir erros" e ele querendo saber se vou querer repetir a dose. Mas o fato é que, ele nem entrou em mim ainda e dou essa noite por maravilhosa, o melhor sexo da minha vida com um homem incrível. Mas o que ele quer com essa pergunta?

__Não sei.__falo tanto por mim quanto por ele. Solto-me de seus braços e vou me sentar na beirada da cama.__Realmente não sei. Até a hora em que eu estava no bar, tinha a total certeza de que isso nunca aconteceria. Continuariamos amigos e você estaria de casamento marcado. Agora não confio nem nos meus pensamentos.__ele vem até mim e se agaixa para me olhar nos olhos.

__Se te consola, vou adorar saber que você vai se lembrar do que ocorreu aqui.__diz pegando minha mão esquerda entre as suas.

__Você só pode estar brincando.__sorrio nervosa.