A RAINHA.

Capítulo 22 O fim trágico do rei Richard.

— Papai as vezes o senhor fala umas coisas estranhas...

Ele sorriu.

— Tem razão... Agora volte para seu quarto.

Assenti, dei um beijo nele e desci da cama.

— Boa noite papai.

— Boa noite Eliza.

Assim que atravessei a fenda e liguei a lanterna demorei um pouco mais de tempo para conseguir fechar...

— Eu cheguei querido... Trouxe o seu chá. — Ouvi a voz de mamãe. — como está se sentindo? Richard...

— Meu coração... Meu coração está cheio de medo e pavor, um medo terrível, eu estou apavorado...

— Não há motivos para isso querido. Evilyn está bem...

— Não confie em mim Mary... Se alguma coisa acontecesse a você ou Eliza eu não...

— Não diga isso... Foi só um dia ruim. Amanhã estaremos todos e bem e Evilyn não culpa você.

— Eu gostaria que me suportasse mesmo quando sou um louco, só mais um pouco...

— Richard...

— Sou tão infeliz... Quando me...

— Richard por favor...

— Eu nunca vou esquecer você, mas você deve me esquecer para que não seja muito doloroso.

Acordei com um sobre salto e o coração acelerado como estava naquela noite.

Suspirei... Calma Eliza, calma.

— Alteza... — Duas batidas na porta me despertaram mais ainda.

— Entra.

— O café — Manuela entrou no quarto com uma bandeja na mão e depositou na mesa de centro.

— Como sabia que eu tomaria café no quarto? — perguntei sem entender.

— Senhorita Helena me advertiu que em datas como essa sua alteza sempre fica no quarto.

Helena... Ajudando até mesmo de longe.

— A rainha...

— Também está no quarto.

Assenti. Era normal.

O restante do dia foi como os dias costumam ser no aniversário do rei Richard. Henrique ligou, mas não poderia vir. Eu decidi que seria melhor ficar no quarto, não suportava o alvoroço para a comemoração que acontecia no palácio em dias como esse... Comemoração, como se tivéssemos alguma coisa para comemorar...

Pela tarde antes de ir ao tumulo do rei decidi escrever para Helena.

Querida Helena como vão as coisas? Conseguiu se estalar bem? Espero que sim.

Tudo aqui anda muito monótono depois da sua partida e hoje não é um dia muito feliz como você bem deve saber... Sei que você deixou Manuela sobre aviso de como proceder em dias como esse. Obrigada... Mesmo que faça pouco tempo que partiu eu estou com saudades, entre em contato assim que possível.

Atenciosamente. Elizabeth.

Depois de me certificar que a carta seria enviada a Helena peguei o buquê de orquídea que já estava à minha espera e parti para o mausoléu da família, quando cheguei não foi surpresa para mim encontrar Mary lá. Decidi que o melhor seria esperar atrás de uma arvore que ela saísse para não interromper.