Restam 48 horas

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A TV estava ligada assim como todo mundo naquela sala estavam ligados no 220v, mas eu só queria paz e sossego. Respirei profundamente ao ouvir mais uma vez sobre aquele maldito meteoro, mas minha equipe dizia que era mentira, só mais uma fake News sobre apocalipse e essas coisas. Mas se houvesse mesmo um vindo em direção a terra, eu seria salva por ser rica, linda e famosa. Um monte de bobagens na minha opinião, não me importava com mais nada disso.

- Se tivesse mesmo um meteoro vindo pra terra tudo isso daqui estaria um caos. – Chad disse, com todo seu jeito espalhafatoso, suas unhas pintadas com um azul escuro muito bonito, diga-se de passagem.

- Isso daqui já tá um caos, seu louco. – Lana respondeu, rolando seus olhos e se levantando. Abriu levemente a cortina olhando para baixo e fazendo uma careta que dizia claramente o caos que estava mesmo rolando lá fora.

- Alanis, meu amor. Você não quer tomar seu shake? – Chad veio até mim, sorri para ele como uma criança fazendo birra e ele riu.

- Queria minha almofada, escuridão e sossego pra poder tirar aquela sonequinha deliciosa. – confesso, fazendo um biquinho e olhando toda a minha equipe com mais de vinte pessoas correndo pra lá e pra cá.

- Você pode cochilar enquanto faço seu cabelo. Que tal? – ele sugeriu, abrindo um sorrisão e já colocando as mãos em meus cabelos, devolvi o sorriso e deitei minha cabeça em seu colo, sentindo suas mãos leves e maravilhosas mexendo em meu cabelo. Fechei meus olhos e decidi que estava com sono e que dormiria no meio daquele barulho todo mesmo.

" Abri meus olhos e estava na antiga casa de meus pais, era o aniversário de casamento dos meus pais e eles decidiram fazer aquele churrasco de sempre, convidando todos os familiares e amigos mais próximos. Eu geralmente costumava ficar no tédio nessas festas, mas o Nick era a companhia perfeita para me tirar do tédio. Nick era meu melhor amigo, daqueles bem de filmes e livros, não vou mentir que sempre tive medo de ter crush nele porque ele, com certeza, me via apenas como uma irmã. Então sempre freei pensamentos errados com ele e foi assim nessa base que nossa amizade sempre fora muito saudável. Mas nessa devida noite ele estava um espetáculo, estava além do normal. Ele não era aqueles nerds clichês que filmes de comédias românticas implantava. Ele era lindo e era crush de muitas meninas e meninos. Mas ele era sério, tímido e um garoto do bem, daqueles que abominavam garotos que pegavam meninas só por causa de número. Ele acreditava que ter algo com alguém era mais do que por prazer, deveria existir sentimentos porque só assim valia realmente a pena. Um garoto de ouro, como minha mãe sempre dizia.
- Você se arrumou todo assim pra ver se alguma mulher mais velha te nota? – brinco com ele, o empurrando levemente com o ombro.
- Claro, minha meta de vida. – ele respondeu, rindo baixo e me abraçando de lado. – Na verdade, estou todo arrumado assim só pra você finalmente aceitar dançar comigo. – solto uma risada ao ouvir ele dizer isso e nego com a cabeça.
- Você ainda não entendeu que o seu pé pode estar em risco, não é? Eu sou uma péssima dançarina. – ele rolou os olhos, fazendo uma careta de puro tédio e depois me imitou.
- Alanis, vamos lá. Eu vim preparado, meu pé já está esperando a dor. – ele se levanta, estendendo as mãos para mim e abrindo aquele maravilhoso sorriso. Suspirei em derrota e segurei suas mãos, me levantando e seguindo com ele para a pista de dança.
- Mas tente não pisar no meu pé tão forte assim. – ele sussurrou, piscando um olho pra mim e me fazendo rir.
- Não prometo nada, tá? – ergui meus ombros em sinal de que não podia fazer nada quanto a isso. Ele riu, mas antes fez um biquinho de arrependimento. A música era lenta e eu estava tentando lembrar qual era, mas não me vinha o nome na cabeça de jeito nenhum.
- Isso mesmo, dois para lá e dois para cá e então vamos rodeando o lugar. – sua voz era suave e calma, talvez por medo que eu pudesse me apavorar e pisar no pé dele mesmo.
- Estou mandando bem então? – pergunto, levantando a cabeça e até me sentindo por isso, mas acabo me distraindo e pisando forte no pé dele. – Ai meu Deus, me perdoa! – mas pela careta que ele tinha feito o pisão tinha sido forte mesmo.
- Tá tudo ótimo, eu sabia das consequências. – ele murmura, retraindo os lábios por alguns segundos antes de voltar a sorrir um tantinho forçado. – Você precisa aprender a dançar ou não vai ter como ir no baile da escola com o amor da sua vida vulgo o babaca do capitão do time da escola. – no final ele mudou o tom de voz e rolou os olhos, dei um tapa de leve em seu ombro.
- E quem te garante que ele vai me convidar para o baile? – semicerro os olhos, era meio óbvio que o Bill nunca me convidaria para o baile, ele pegava a chefe das líderes de torcida e a garota mais rica e linda da escola.
- Se ele não te convidar você pode convidar ele. Qual o problema das garotas convidarem os meninos? – era um bom questionamento mesmo, algo que eu nem podia revidar.
- Mas ele namora a Spencer. – era um ponto pra mim agora. Ele encheu um lado da bochecha e me girou de surpresa. Acabei sorrindo surpresa disso e me divertindo por finalmente estar dançando de verdade com alguém em uma festa, algo que eu nunca pensei que aconteceria.
- Namorava. – arregalei meus olhos com essa informação e ele riu. – A Spencer mandou solicitação de amizade pra mim dias atrás e começou a puxar papo, até que a própria me disse que terminou dele porque nunca gostou dele de verdade. – mantive a expressão de surpresa no rosto por estar recebendo essa chuva de fofoca das boas. Meu crush supremo estava solteiro e livre pro baile. Era sonho, com certeza! Mas espera...
- Por que ela te contaria tudo isso? – ergo uma sobrancelha em questionamento. Ele sorri de canto, levantando um dos ombros, mas eu mantenho o olhar fixo no dele e até paro de dançar. Ele teria que me contar essa história direito.
- Ela me convidou pro baile. – ele finalmente soltou. Não sabia como reagir, estava surpresa, muito surpresa. Pela minha cara dava pra ver isso, mas tinha algo a mais ali. Estava com um sentimento ruim na boca do estômago como se tivesse começando a passar mal. – Mas eu disse a ela que iria com você se você não tivesse par até lá. – e a dor só aumentou, embrulhando meu estômago inteiro e era como se eu fosse vomitar a qualquer momento.
- Alanis, fala alguma coisa, você tá me preocupando. – ele levou suas duas mãos para o meu rosto, me olhando com preocupação mesmo.
- Acho que a coxinha daqui não está muito boa. Depois a gente se fala, tá? E quanto ao baile, pode ir com ela, já tenho tudo programado aqui. Eu sempre tenho um plano, lembra? – tento tranquiliza-lo quando eu mesma não estava tranquila, mas apenas sai correndo dali indo direto para o banheiro.
"

One last timeWhere stories live. Discover now