❙❘ Dezesseis ❘❙

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E no fim, a sua intuição é a única que falou a verdade.

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O dia estava realmente a favor de Rodrigo, ele conseguiu se sair bem com os pais de Clara e o clima estava perfeito para o passeio que planejou para eles. Não se intitulava romântico, mas queria proporcionar dias alegres para sua namorada, e aproveitar esse verão como se não houvesse outro. Era triste pensar assim, mas era a vida, tudo passava, tudo mudava e era preciso aproveitar o momento. Rodrigo era assim.

— Desculpe, era para ser surpresa, mas não me atentei que teria de pedir permissão aos seus pais para ir — disse sem olhar para ela, apenas observando a paisagem ficar para trás na estrada, se sentia envergonhado.

— Ah, para com isso, tudo já é uma surpresa para mim — ela respondeu o encarando esperando que ele olhasse para ela e o fez por tempo suficiente para ver seu rosto se iluminar.

Um dos cantos da boca de Rodrigo subiram com um sorriso travesso e ele relaxou sua postura na direção, com a mão livre segurou a dela por todo o caminho.

— Chegamos — anunciou ele enquanto manobrava no estacionamento até parar ao lado da caminhonete vermelha do seu pai, que estava vazia. Pediu para ela aguardar enquanto deu a volta para abrir a porta para ela.

— Senhorita? — Estendeu a mão para que ela pudesse segurar e usar de apoio para sair do carro, e antes de fechar a porta pegou a bolsa dela no assoalho atrás do banco do carona.

— Sim?

— Acompanhe-me, por favor — continuou com uma voz galante.

A Marina Três Sereias se situava as margens da rodovia a beira mar, o terreno era comprido uns quinhentos metros e por isso foi projetado dessa maneira. Primeiro havia o estacionamento dos veículos, grande o suficiente para até cinquenta carros de ambos os lados, logo após havia um restaurante para sócios com todo tipo de refeição, desde almoço, petiscos, lanches e porções, e bar completo. Ficava aberto o dia todo de segunda a segunda nas temporadas, e na baixa temporada só abria para almoço nos fins de semana.

Depois do restaurante começava a garagem coberta dos barcos, uma estrutura de ferro de dois andares de cada lado para barcos pequenos, motos aquáticas e outras embarcações sem motor e um amplo corredor no meio. Para acessar o mar no fim desse corredor havia dez metros de rampa e cinco trapiches.

A lancha cabinada da família de Rodrigo estava ancorado no segundo píer e todos já o aguardavam a bordo, por isso foram direto para lá. O dia estava tão bom que o sol refletia nas águas que se agitavam com o vento, Clara de repente semicerrou os olhos e apertou a mão de Rodrigo que ela segurava por conta do reflexo que atingiu seus olhos.

— Você está bem? — Perguntou ele cauteloso.

— Estou sim, já vai passar. — Clara piscou algumas vezes a fim de fazer sua visão voltar e continuaram andando em frente.

Seu pai, que estava de shorts curto de tactel, camiseta de botão e um calçado de borracha fechado no calcanhar para não escorregar, mexia em um rolo de cordas no convés principal quando viu seu filho se aproximar pela plataforma e notou que havia uma garota ao seu lado, acenou com a mão direita enquanto endireitava as costas, o sol estava a pino e com o balanço dos barcos algum reflexo incomodou sua visão, usou a outra mão para cobrir seu rosto.

— Oh pai, lembra da Clara? Ela jantou com a gente um dia — Rodrigo disse com um tom mais alto a fim do pai ouvi-lo ao se aproximar da embarcação.

— Oi Clara — respondeu ajudando a moça a subir — lembro sim. Estávamos esperando vocês para zarpar.

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