55; NOAH

4.8K 374 260
                                    

Noah

quarta.

A música alta soa por todo o ambiente, fazendo com que meu corpo vibre acompanhando cada batida. Eu odeio festas, mas costumo vir a muitas.

Odeio ainda mais quando é a fantasia, pois nunca tenho uma.

É estranho, eu sei.

—Amor! —Daphne quase berra quando me encontra.

Talvez se esconder na cozinha, tenha sido previsível demais.

Eu sorriu sem graça enquanto aceno para ela.

—E aí, Daphne.

Ela me abraça e faz questão de roçar seus lábios na minha bochecha.

—Posse ser sua coelhinha hoje? —solta enquanto morde os lábios.

Instantâneamente fico vermelho, e apenas sorriu.

Honey me manda algumas mensagens e eu instataneamente respondo, mas volto a prestar atenção na Daphne.

—Noah, precisamos de você! —Ethan diz um tanto nervoso.

Eu apenas me desvencilho de Daphne e acompanho Ethan.

—O que aconteceu? —pergunto quando começamos a subir as escadas para o segundo andar.

Ele respira fundo antes de responder.

—Cameron exagerou na bebida e tentou agarrar uma garota a força, ela bateu demais nele. —responde com certo nojo ao pronunciar o nome de Cameron.

Cerro meus punhos.

Ele é um completo babaca.

Se eu pudesse...

—Lana?

Brooklyn estava tentando acalmar Lana que não parava de chorar.

—Que porra? —quase berro. —VOCÊ TENTOU AGARRAR MINHA IRMÃ SEU DESGRAÇADO DO CARALHO?

Agarro Cameron pelo colarinho e empurro contra a parede.

Alguns garotos tentam me tirar de cima dele, mas eu sou mais forte que todos eles.

Tanta coisa que eu venho guardando, tanta merda...

Quando saio de cima de Cameron, minha visão fica turva, mas logo volta ao normal.

Ele esta sangrando bastante, mas ainda sim meu corpo todo fervia e a minha vontade era bater nele até ele sumir.

Brooke subitamente me puxa para um abraço sussurrando para que saíssemos dali.

Eu concordo de imediato, puxando Lana para fora dali.

Tudo acontece muito rápido, pego as chaves do carro, entro, dou partida. Lana chora. Brooke a consola. Meu coração acelera. Eu vou matar esse idiota. Eu juro. Brooke me olha pelo retrovisor aflita demais. Lana continua chorando. Brooke canta algo. Lana fecha os olhos. Eu bato no volante frustado. Brooke me olha. Eu me controlo. Por Lana. Por Brooke. Por mim.

Quando chegamos em casa, mal deu tempo de falar nada, Brooke sobe com Lana para o quarto e eu apenas me sento no sofá, querendo me afundar nele.

Eu devia ter passado com o carro por cima dele. Cameron vai me pagar.

Eu não consigo acreditar.

Eu tenho o pior melhor amigo do mundo.

Meu pulso se choca contra a parede, eu precisava bater em alguém, eu precisava parar de me sentir incompetente...

Eu precisava.

[...]

Acabei pegando no sono ali mesmo, não tinha mais lágrimas para chorar, e uma poça de sangue se formava ao redor da minha mão esquerda, bati tanto na parede que quase fiquei sem braço.

Encaro a silhueta que para na minha frente.

Morte pode me levar.

—O que você fez com o seu braço? —Brooke pergunta um tanto brava.

—Nada demais. —respondo grosso.

Ela me ignora e senta ao meu lado.

—Lana dormiu. —informa.

Eu apenas balanço a cabeça.

As lágrimas prontas para cair novamente.

—Como ela está? —minha voz falha.

Brooke respira antes de responder.

—Eu não sei, ela só me pediu para ficar com ela. —diz. —disse que não queria falar sobre isso, não agora.

Balanço a cabeça novamente.

Acabo rindo.

E Brooke me encara com as sobrancelhas erguidas.

—O que? —pergunta. —Sua irmã quase foi...

Eu levo um dos meus dedos até seus lábios.

—Shhh. —sussurro. —Eu ri, mas foi de nervoso.

Ela tira meu dedo de seus lábios, e quando está prestes a se levantar, eu a seguro pelo braço direito.

—Fica. —Peço.

Ela me encara.

—Vem, vamos para cozinha. —diz me ignorando. —Te ajudo a limpar e fazer uns curativos.

—Não precisa. —choramingo.

Brooke da as costas para mim, e eu a sigo até a cozinha, ela pega a maleta de primeiros socorros para fazer os curativos, e eu sento em uma cadeira.

Brooke suavemente começa a limpar minha mão ensanguentada, e logo em seguida, faz um curativo. Assim que ela termina tudo, me entrega um analgésico, eu pego de suas mãos mas não tomo.

—Bebe. —manda.

—Brooke, depois de tanto tempo... —começo sem graça. —A gente só veio ter uma conversa agora, você nunca quis me escutar...

—Não é a hora certa de discutir isso, Noah. —diz.

Meus olhos param sobre sua boca, eu não consigo evitar, meu coração acelera, um turbilhão de coisas passam pela minha cabeça.

Eu toco seus lábios com o meu.

E todas as minhas dores vão embora.

n.u.d.e.s; ncentineo [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now