Capítulo 02

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Melanie Andersons Lie, estava na porta do prédio em que morava esperando a amiga chegar, não colocou o seu melhor vestido e nem caprichou na maquiagem, mas isso realmente não faria diferença, mesmo desarrumada, a ruiva continuava estonteantemente linda.

realmente faria o sacrifício de um encontro duplo, tudo por sua amiga.

Sem contar que  aquela era a primeira vez que sua amiga Rose lhe fazia um pedido assim. Seria apenas cuidadosa, não conhecia o sujeito a quem teria de acompanhar, e rezaria pela amiga.

Um conversível parou a sua frente. Uau, um Audi conversível! Mel nunca andara em um desses.

- Mel vem! –  A amiga se levantou alegremente no assento traseiro do carro, como se ela estivesse aproveitando a melhor festa de sua vida  

– Entra! Esse é Thomas –   Ela coçou o ombro do motorista que lhe deu um belo sorriso

- E Esse é Robin.

Ela voltou a se sentar no banco e segurou na mão do rapaz, que fez seu sorriso ir de orelha a orelha.

- Olá Thomas e Robin!

Mel entrou e se sentou, o carro seguiu em frente

- Aonde vamos? Perguntou a ruiva.

Robin era um rapaz alto e de ombros largos, parecia ser muito gentil, já Robin tinha as mesmas feições de Thomas, mas tinha uma face mais rígida e uma barba rala. Um ar misterioso.

- Algum lugar especial?

- Iremos ao parque, aquele no fim da cidade onde tem aquele lago enorme.

- No lago? –  Thomas não podia estar falando sério, o que queriam no lago em plena meia noite?

- O que vão fazer no lago?

- Nós dois não sei, já eles dois estão indo namorar.

Thomas era cru e direto.

           Chegaram ao  parque, estava completamente vazio como já era de se esperar. Robin e Rose se afastaram dos dois e foram caminhar pelo por perto do lago, Melanie e Thomas permaneceram sentados sob um banco de descanso, ao lado do carro estacionado.

Dez, vinte, trinta minutos se passaram.

- Eles não estão demorando de mais? Melhor irmos atras deles . Perguntou Mel

- Relaxa, eles estão se divertindo, e Robin quer estrear sua perna mecânica ainda hoje.

- Perna mecânica? Rose havia dito que Robin era especial, mas não no sentido cru da palavra.

- Sim Robin tem uma perna mecânica.

Realmente, Rose era surpreendente, nunca havia demonstrado esse interesse por homens amputados.

O lago era imenso com uma ponte enorme por cima, vários cantos com pequenas arvores e bancos de namoro, era um lugar perfeito para um casal apaixonado. Somente Thomas e Mel estavam por ali, mas não eram um casal e tampouco estavam apaixonados. Falaram de como se conheceram e Thomas citou o acidente de moto que fez o irmão perder a perna.

Os irmãos trabalhavam juntos na alfandega. Robin era mais novo e quem cuidou dele foi Thomas.

Como a vida era estranha, em alguns minutos estava deitada em sua cama e agora estava sentada num parque completamente vazio falando sobre sua vida a um estranho. Enquanto sua amiga descabeçada e totalmente avessa a vida “passeava” com um homem também desconhecido.

Enquanto os dois jogavam conversa fora, Thomas sutilmente colocou sua mão sobre a coxa da garota, e lentamente tentou subi-la.

Melanie assustada,  num impulso se levantou dizendo que iria atrás de Rose, Thomas permaneceu no banco fitando a garota.

O lago era um lugar lindo mas Mel não estava com cabeça para apreciá-lo, apenas queria achar sua amiga e sair dali. Era madrugada,  não havia ninguém por ali além dela, pelo menos era isso que pensava.

Quando enfim percebeu a silhueta de sua amiga, deitada sobre o gramado e Robin por cima provavelmente transando com a garota, Mel baixou a guarda. Talvez por estar um pouco longe do casal, pensou que os dois apenas transavam, descontraidamente. O rosto de Melanie corou,  ela se afastou dos dois, se encostando numa arvore, fechou os olhos, respirou fundo e sentiu o cheiro das folhas.

Ouviu passos vindo em sua direção, em seguida ouvir um grito de socorro que provavelmente era de Rosie.

Foi pega de surpresa quando um estranho pulou em cima de seu corpo, pressionando-o  no chão. Mel gritou e tentou empurrá-lo, ele era grande, Mel se apavorou mais ainda quando além de seus gritos ouviu um tiro.

“Oh meu Deus, Rose!” a ruiva havia pensado em algo horrível como estupro ou algo pior, quando o homem tampou sua boca.

Agora percebeu que o estranho lhe dava proteção, mas e o tiro? E o grito de socorro? Precisava ver Rose! Mel se debatia cada vez mais, quase sem ar para respirar, pois o desespero falava mais alto, precisava saber se sua amiga estava bem, ou melhor, viva, mas o homem pressionou seu corpo com mais força , colocou os dedos nos lábios em um sinal para fazer silêncio, Mel cochichou o mais baixo que pode.

- Quem é você? Preciso ver se minha amiga está bem.

  Gritos. Mel ouviu novos gritos de Rose

- Por favor preciso ir ate lá, agradeço por salvar minha vida mas minha amiga não temais ninguém, só a mim.

O estranho lhe olhou nos olhos, era um olhar profundo de preocupação, como quem estivesse analisando a situação ele levantou vagarosamente, olhou em seu redor, ajudou Mel a se sentar no meio das raízes da arvore, colocou a mão em seus ombros e segurou seu queixo com a outra mão.

      -   Fique aqui moça, eu vou salvá-la. Mas fique aqui

- Mas ela é minha amiga!

- Entendo, prometo voltar com noticias, mas não saia daqui, não vai ajudar sua amiga estando morta vai? … Ah, e Meu nome é Enzo. Fique aqui, e não saia.

O estranho tinha razão, não serviria de nada morta, mas porque ele estava lhe ajudando? Seria ele a feição de um anjo bom samaritano que caíra do céu? O homem era  forte, alto, cabelo cortado na maquina zero. Olhos  esverdeados, boca carnuda e um ar angelical, estranhamente angelical

Sem esperar por uma resposta o estranho deu meia volta e caminhou rumo a uma estrada sem certeza de volta.

Como aquilo era possível? Num instante Mel vivia sua vida em pleno tédio e agora estava no mais profundo medo, como desejava voltar para sua vida tediosa.

A ruiva estava sentada entre as raízes com tremor imenso no corpo, seus joelhos balançavam mais que os galhos da arvore carregada pelo vento. Numa prece silenciosa ela juntou suas mãos e pediu para que tudo ficasse bem. Nada.

O estranho estava demorando demais. Mel começou a se preocupar com o que poderia ter acontecido.

Cinco, dez, quinze minutos e nada do rapaz ou Rose aparecer. 

Chega, não vou ficar aqui parada sabendo que minha melhor amiga pode estar em perigo, ou pior.  - Pensou Mel segundos antes de se arriscar e sair em disparada, atravessando o Parque como um tiro de revolver.

- Rose, onde você está? Cadê você garota? O que está acontecendo? - Melanie gritava sem se preocupar com o perigo que poderia estar correndo.

O parque estava completamente vazio, o silêncio era gritante,  e a neblina que tomava conta do lugar dava  um ar de cemitério. Além dos gritos de Mel, só se podia ouvir os sons das corujas, que estavam afoitas observando Melanie em sua caçada atrás de Rose.

- Rose, apareça pelo amor de Deus! Eu quero ir embora.

Essas foram as ultimas palavras de Mel antes dela ser atingida por uma coronhada. Sua visão ficou turva, e enfim desmaiou.

Apaixonados pelo mauWhere stories live. Discover now