A grande graça de vir para a casa da vovó era o jardim gigantesco e explorável. Quando mais nova, raramente saía da selva que se estendia na frente de meu bravo e glorioso coração. Gostava de chamá-lo de Coração-Rei. Naquele jardim era onde fazia a lei, a justiça, as regras e os sentimentos.
Depois de tanto tempo, essa terra continua sendo minha. Mesmo que meus peitos estejam enormes, que eu tenha cabelo comprido, um bumbum legal e garras de leão. O que, na verdade, prova muito mais do meu poder. Um reino que ninguém pode tocar ou destruir.
Um reino onde posso despejar flores mortificadas o quanto fui fodida no amor.
Tudo é caro. Foi uma coisa que aprendi com titia. Embora se fora muito tempo, levada por uma doença triste, a vivacidade de suas palavras duram o tempo de um reino eterno. No caso, o meu. E é por isso que nunca foi tão difícil assim retrucar as pancadas que levei com palavras maiores que um mísero soco.
Porque sou absolutamente perfeita, com um coração que não cabe em mão alguma. Eu sou a magia que você quer que caia sobre teu corpo fragilizado, a nova Senhorita Mistério que veio para levar a curiosidade de todos os homens, mulheres e flores de um reino imbatível.
Antes de ir embora, arranco um ramo guloso de lírios e não digo adeus a vovó.
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