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Primeiro capítulo






Nada dura para sempre.
Eu tenho perfeita consciência disso, que tudo é passageiro e momentâneo, no fim são tudo memórias, que mais tarde , eventualmente, serão também algumas esquecidas. Realmente, nada dura para sempre.
Só ia testemunhar isso de novo, e de novo, era um ciclo finito, triste e vazio. O ponto crucial era sempre uma igreja, todas as promessas falsas e sem fundamento eram feitas na igreja, trocavam-se as alianças, os noivos beijavam-se e alguns poucos anos depois anunciavam o divórcio.
Era sempre assim, amor eterno?
Qual é a necessidade de fazerem promessas que vão quebrar antes mesmo de tentarem?

Para mim não fazia sentido, eu também não queria que fizesse. Não importa como eu pense, no fim a única coisa que sobra dos casamentos são corações feridos e desolados, promessas feitas em vão que foram esquecidas, um enorme vazio e sofrimento. E depois, a cereja no topo do bolo, quando encontram uma outra pessoa que afirmam, novamente, ser o " amor das suas vidas", e assim o impiedoso ciclo começa de novo. Para mim essas são as únicas consequências dos casamentos.

Final feliz?

Esta é a vida real, é a minha realidade, e a realidade de todos os humanos, é a natureza. Até a natureza sabe disso, os animais apenas procriam entre si, e isso é o ápice das suas coexistências.

- Moon, Moon. - O meu pai chamou, estava demasiado embriagada nos meus próprios devaneios, completamente alheia ao meu redor.

- Sim, pai? - Eu olhava para a paisagem através do vidro do carro, mas eu não a via, de tão distraída.

- Chegámos. - Declarou e sorriu abertamente, transmitindo confiança. Ele sabia o quanto eu detestava ir a casamentos, no entanto, isso não  impedia o meu pai de sempre me arrastar para um.

Observei a enorme igreja. Deduzi que tínhamos sido pontuais, pelo aglomerado de pessoas que se encontrava perto da igreja.

Saí do carro seguida pelo meu pai, o mesmo caminhou em direção a igreja enquanto cumprimentava as pessoas.
Estava entretida a observar a igreja quando a dada altura o meu pai pediu que eu me aproximasse.

- Este é o noivo e também o meu melhor amigo. - Disse. - Conheço-o desde que tenho memória. - Ambos riram-se.

- Jeon Bong Cha. - O noivo fez uma vénia, achei o ato engraçado. - Finalmente te conheci Moon, o teu pai falava imenso de ti mas nunca foi capaz de fazer uma visita nem para apresentar a família. - Lançou um olhar mortal para o meu pai.

- É... - Forcei um sorriso. - Também estou feliz por conhecer o senhor. - Revelei.

- Ainda bem. - Sorriu. - Estou nervoso. - O seu sorriso murchou. Que bipolaridade. - Não acredito que vou casar-me, não estou preparado. - Ele parecia mais emocionado do que propriamente nervoso.

Acho que este também é um dos efeitos que os casamentos proporcionam. Bom, espero que o casamento dele pelo menos dure dois anos.

Uma mulher idosa aproxima-se de nós.

- Filho está quase na hora da cerimônia, vamos entrar antes da noiva. - A mulher dá um breve sorriso e retira-se. Aparentemente era a mãe do noivo.

- Bom, vocês ouviram? - Volta a sorrir. - O dever chama-me.

Entrámos na igreja, eu fiquei sentada mais atrás, já o meu pai acompanhou o noivo e ficou mais a frente, uma vez que era padrinho de casamento, a frente ficava a família e amigos mais próximos.
Assustei-me quando alguém entrou na igreja e gritou: " ela chegou, a noiva chegou! ".

Não muito tempo depois, uma mulher deslumbrante entrou, trajando o tradicional vestido branco e cumprido, era simples e liso, mas mesmo assim bastante charmoso, combinava com a noiva. Ela era charmosa de uma forma subtil.
A forma grandiosa que ela entrou na igreja, fez-me acreditar que as promessas que seriam feitas ali iriam realmente prevalecer. A noiva entrou acompanhada de uma mulher, que presumo que seja a sua mãe, e um jovem, ambos sentaram-se nos bancos da frente e a noiva caminhou até ao seu grande amor.

A cerimônia, por fim teve início. O padre fez o seu típico discurso, tinha ido a tantos casamentos, que podia dizer o discurso de trás para a frente.
Então, chegámos as promessas.
Eu odiava casamentos, mas quando chegava a parte das promessas, eu sentia calafrios.
Ambos responderam "sim" a todas as perguntas do padre. Acho que não me afetaria tanto se tivessem dito "não" em pelo menos uma. Os noivos trocaram os votos, e então as alianças.
Engoli em seco.

" O noivo pode beijar a noiva " .

Gritos eufóricos de alegria espalharam-se por toda a igreja. Como se uma grande quebra de tempo tivesse ocorrido, agora todos dançavam animados ,bebiam e riam. Desejavam felicidades e davam os parabéns aos noivos.

Peguei uma bebida estranha, provavelmente continha álcool. Eu raramente ingeria bebidas alcoólicas mas abriria uma exceção. O casamento de hoje, trouxe demasiadas lembranças e pensamentos á tona.
Encolhi os ombros e engoli o líquido de uma vez, sentido uma ardência desagradável na garganta.

- Isto é horrível, mas quero mais. - Murmurei para mim própria.

Olhei para o meu pai, ele estava entretido a conversar com os noivos, ele parecia bem.

Peguei a garrafa da bebida estranha e levei-a comigo para o jardim que havia atrás da igreja.

Sentei-me na relva e comecei a beber o álcool. As vezes fazia pausas só para fazer caretas, como se ajudasse a aliviar o ardor que o álcool causava.

- Então foste tu que roubaste a minha bebida favorita. - Uma voz desconhecida disse calmamente. Encarei assustada o dono da voz. - Calma. - Riu, provavelmente da minha reação. - Não te vou fazer nada, desde que prometas partilhar a bebida comigo.

Pousei a bebida na relva e abracei os meus joelhos, encolhida.

- Tanto faz. - Disse emburrada. - Isto não faz o meu gênero mesmo.

- Oh, és do tipo certinha. - Pegou a garrafa e bebeu sem rodeios. Pude notar uma pinga da bebida escorrer pela sua clavícula. Meu Deus. Desviei rapidamente o olhar.

- Não é nada disso. - Sussurrei.

- E o que te levou a beber? - Perguntou  mas era como se ele não estivesse nem aí para o motivo, sequer fazia sentido conversar com um desconhecido? - Para levar uma certinha a roubar uma bebida e beber tem que ser algo bem grave.

- Eu só queria tentar mudar a ideia formada que tenho. - Observei o céu, já estava a escurecer, de onde estávamos, conseguia ver perfeitamente o pôr do sol.

Ele sentou-se ao pé de mim e continuou a beber aquilo como se fosse água, eu era assim tão fraca para bebidas?

- E que ideias seriam essas? Ah não acredito. - Olhou para dentro da garrafa. - A bebida já acabou. Vou buscar outra daqui a pouco. - Ele acha pouco? Eu não aguentei nem metade!

- Ideias...Elas são sobre as consequências dos casamentos.

- Moon! Afinal estavas aqui. - Disse o meu pai, ele devia estar a minha procura. - Nós temos que ir agora para casa. - Terminou de falar e desapareceu tão rápido quanto apareceu.

- Bom...- Levantei-me e limpei o meu vestido que devia estar sujo com a relva. - Adeus.













As consequências de um casamento


















Feliz natal!!!!!!!!
Eu sei que tenho andando sumida, mas tive a preparar este presentinho para vocês realmente espero que gostem, é a primeira vez que faço uma shortfic e trabalho com este conceito, enfim...

UM FELIZ E PRÓSPERO NATAL, COMAM MUITO, DIVERTAM-SE DIGAM AOS VOSSOS PARENTES QUE OS AMAM MUITO E NÃO SEI SKDKDJD É ISSO.

BEIJINHOS E DE NOVO

🎄 F E L I Z     N A T A L 🎄

As Consequências De Um Casamento - JjkWhere stories live. Discover now